Julian esperava a senhora de Veron trazer seus anticoncepcionais, um grande favor que a senhora lhe fez após ele andar até ala de medicamentos e não encontrar os devidos remédios.
Se arrependimento matasse, estaria debaixo da terra com Dan. Ele não acreditara que havia passado a noite com Declan, dentro do banheiro pequeno gemendo igual uma vadia. Sentiu suas bochechas arderem com o pensamento.
Olhou seu filho brincando com um galho, seu sorriso tão inocente deu um conforto grande em Julian. Era estranho está perto de Declan e esconder seu próprio filho, mas o alfa nunca saberá que o filhote era seu. Jamais. Ele causou isso, a culpa é de Declan por não aceitar o amor de Julian na época que ele ainda tinha seus sentimentos em mãos e jogou fora como um lixo.
A pequena mulher chegou o entregando os anticoncepcionais, Julian logo se medicou e buscou Mathieu para partirem o mais rápido possível.
Depois da manhã quente que tiveram, Declan se afastou com pés duros sem dizer nada a Julian. Costume. Não sabia como Jesse aguentava toda a frieza do homem, ah claro, Julian é o único que Declan tratava com frieza.
Assim que se preparou para um longo dia, encontrou Declan conversando com Veron que logo pararam a conversa para olhar Julian e Mathieu.
"Príncipe, como foi a noite?" Veron perguntou, o ômega sentiu vergonha ao olhar Declan e lembrar do que eles fizeram.
"Foi ótima, obrigado por tudo. Agora estamos indo, será um longo dia."
Veron concordou despedindo-se do belo casal. Julian ignorou a presença de Declan se pondo acima do cavalo dando uma leve encarada ao alfa.
"Você não vem?" Perguntou tirando Declan de seus pensamentos. O alfa seguiu Julian a fora da aldeia. A cabeça de Julian fervilhava com a culpa crescente, odiava a si mesmo por ter caído em seus encantos. Tudo culpa da ligação que eles tinham. "Meu irmão com toda sorte de berço." Falou em voz alta.
"Sorte?" Declan cruzou sua sobrancelha sem entender o comentário do ômega.
"Jesse é privilegiado por muitos, você e ele se darão bem erguendo o povoado." E assim Julian bateu no cavalo para correr mais rápido. Declan tão pouco entendeu aquela fala de Julian referindo a Jesse. Ele estava falando que Jesse é um puta sortudo por ter todos aos seus pés?
Declan não podia negar que a noite que passou com Julian mexeu com sua cabeça. Aquilo fora errado, desejo da carne e não do coração. Mas, tudo que Declan pensava desde que acordou era em ter Julian outra vez.
No final do dia chegaram a Tawaine, um porto de muitos navios. Eles precisariam atravessar o rio Corde por longos quatro dias. Como eram dois príncipes navegando, muitos os saudaram assim que entraram na embarcação. Para todos, Declan e Julian eram um casal com um filhote, que estavam se aventurando em família. Conseguiram um dormitório no navio, juntos outra vez. Mas dessa vez os dois estavam preparados para novas ondas de calor se caso se aproximasse.
Na primeira noite Julian abriu os olhos sentindo que algo estava errado, olhou para seu filho dormindo ao seu lado sem Declan no quarto. Mathieu choramingava em sonhos, Julian colocou a mão na cabeça do pequeno sentindo sua pele quente. Super quente. Levantou apressado carregando a criança até o banheiro compartilhado, ali daria um banho para amenizar a febre.
"Vai ficar tudo bem, meu amor, papai está aqui para cuidar de você." Julian fungou, nunca gostou de ver Mathieu doente, seu coração doía tanto.
Pegou o balde de água jogando na pia, segurou Mathieu com jeito e molhou sua pequena cabeça. O pequeno alfa chorou, esperneou com o atrito da água fria.
"Céus, Matt, não adoeça agora." Sussurrou Julian com fraqueza. Ouviu um barulho grande, sons de pés na escada do navio. Como a noite estava silenciosa, todos devessem ouvir o choro de Mathieu.
"Há algo de errado?" Era Declan aparecendo na porta, seus cabelos desarrumados e com botões da camisa aberta. O que diabos ele estava fazendo?
"Meu filho está queimando." Julian levantou Mathieu jogando sobre seu ombro, seu rostinho ruborizado e soluços deixava tudo a piorar.
"Vou procurar remédios." Julian concordou saindo do banheiro voltando para o quarto e colocando Mathieu sobre a cama. Tirou sua roupinha para nenhuma convulsão, seu peito doeu quando Mathieu gritou mais alto, seu choro dolorido e angustiante.
Declan voltou com uma bolsa de medicamentos, Julian rapidamente procurou algum para medicar Mathieu.
"Podemos levá-lo ao médico." Declan disse olhando o desespero de Julian. "Mas causará atraso na nossa chegada à Felícia."
"Vamos esperar sua febre diminuir, já aconteceu isso algumas vezes."
"Certo." Declan encarou a criança, aquilo causou um extinto tão protetor que até desconhecia esse poder dentro de si. Sua vontade é pegar a criança e segurá-lo até a febre ir embora, ou tirar toda a doença do corpo do pequeno. Um extinto protetor só se veria quando marcasse seu companheiro e tivesse filhos. Foi o que muitos disseram.
O ômega estava cansado demais, então esperou que ele dormisse e pegasse Mathieu para ele. E quando fez, a sensação de ter a criança sobre seu peito relaxou toda memória ruim de sua cabeça. Minutos depois a febre abaixou, e o lobo de Declan ficou aliviado por isso. Todo cuidado com Mathieu nessa viagem é pouco, não deixaria nada acontecer com a criança... E com Julian.
Não percebeu quando adormeceu junto com Julian e Mathieu na cama.
Julian acordou com a visão mais perfeita. Mathieu dormia acima de Declan com os bracinhos em volta do pescoço, e a mão de Declan sobre as costas de Mathieu de uma forma protetora.
Por deuses. O que era aquilo? Por que Julian estava deixando esses momentos íntimos acontecer? É errado, isso não podia estar acontecendo. Colocou a mão sobre a testa de Mathieu e ficou aliviado por não ver vestígios de febre, não ousou tirá-lo de Declan, esperaria o amanhecer.
Pegou seu casaco e saiu do quarto para cima do navio. O mar estava calmo. Julian fechou os olhos deixando aquela calmaria entrar em sua mente, ele precisava organizar aquela situação antes que saísse machucado. O futuro é longo, ele não esperava nada de bom acontecer, porém, sua fonte de força vinha de Mathieu ao imaginar seu doce filho correndo no campo feliz e sorridente.
A brisa fria bateu em seu rosto, fechou os olhos deixando as lágrimas descerem e o vento levar. Ele precisava chorar, extravasar e gritar para tirar aquela aflição do seu peito que poderia sufocar até a morte. Não. Ele é forte e não é um bebê chorão como antes, se diminuir pela tristeza não resolverá nada. Não vai trazer Dan de volta, não vai trazer a pouca felicidade de volta.
"Aqui." Um lenço branco ficou sobre seu rosto. Julian com olhos vermelhos olhou um alfa ao seu lado. Pegou para não desmerecer o gesto agradável. "Só não se jogue daqui, por favor."
"Desculpe, foi apenas um cisco." Ele se virou de imediato ao homem, um alfa lindo estava a sua frente. Olhos azuis, cabelos negros e a pele branca como a neve.
"Ah, deixe-me apresentar, sou Bunny." Levantou as mãos sorrindo, o sorriso que lembrava Dan. Julian apertou, sem dizer mais nada se virou para ver as colinas de gelo onde o sol nascia. "Você é príncipe Julian, não é?"
"Sim, como você sabe?"
"Muitos estão dizendo que há dois príncipes na embarcação." Bunny riu, soltou um assobio engraçado.
Julian ignorou o alfa, não daria plena confiança a ele. Pelo visto era um alfa imaturo e mulherengo, sorriu por educação e se retirou de perto do homem.
"Ei, príncipe Julian, você é lindo de morrer." Julian parou de andar, olhou para trás vendo o homem dando um leve tchau. Revirou os olhos, tão descarado.
🌑🌑🌑
Declan acordou sentindo um peso leve em seu peito, era Mathieu dormindo. Olhou em volta e viu Julian de calça mostrando sua pele pálida. Seus peitos estavam mais inchados do que da última vez e lhe deram água na boca para sugá-los. O viu colocando uma camisa azul para o desgosto de Declan.
"Eu posso sentir seus olhos em mim." Julian disse se virando para Declan.
"Já vi tudo o que poderia não ver."
"Cale-se, esqueça." Julian se aproximou tirando Mathieu com cuidado, mas a criança se aconchegou-se em Declan agarrando com as pequenas mãos. Céus. Mathieu é birrento até dormindo.
"Você está com olheiras, durma um pouco, irei cuidar dele."
"Não precisa, estou bem."
Mathieu abriu as pérolas negras brilhantes, olhou para Declan e abriu um sorriso banguela.
"Pá-bá!"
Julian engoliu o caroço que se formou na garganta. Seu filho chamou Declan de papai, que na verdade era seu verdadeiro pai. Definitivamente aquilo estava saindo dos eixos.
Declan o segurou com cuidado e extinto, aquela criança estava o deixando fraco. E não sabia o porquê.
Julian sabia, era óbvio para aqueles que olhavam às espreitas. Mathieu não negava a aparência perfeita que herdou de Declan, os cabelos iguais, os olhos iguais, as bochechas, tudo. Mas negar sempre será a melhor solução.
Tomaram um banho e subiram para se alimentar, uma mesa exposta abaixo de um pequeno restaurante para os viajantes. Julian se servia enquanto Declan brincava na mesa com Mathieu. Não percebeu quando Bunny ficou ao seu lado.
"Príncipe, bom dia!" O alfa deu um sorriso se curvando.
"Bom dia." Respondeu o ômega.
"Está melhor?" Perguntou Bunny com um prato em mãos. "Soube que seu filho está doente, posso o verificar."
Julian ergueu a sombrancelha curiosa.
"Verificar?"
"Sou médico, alteza." Julian sorriu. Aquele sorriso foi brilhante, seu coração se aliviou.
"Claro, eu adoraria. Podemos tomar nosso café e depois verificá-lo?"
"Claro, posso me sentar com vocês?" Bunny olhou para a mesa de Declan encontrando o olhar frio do príncipe alfa lhe encarando duro.
"Claro, vamos."
"Seu companheiro irá achar ruim?" Bunny perguntou, o médico não queria causar nenhuma discórdia entre eles.
"Ah, Declan? Ele não é meu companheiro!" Julian disse dando em nota que aquilo era uma mentira grande. "Desculpe lhe tratar daquela forma ontem... Eu..."
"Tudo bem, você estava em um momento seu." Julian sorriu mostrando as covinhas.
Na mesa, Declan olhava aquilo com raiva, um rosnado preso engasgou na boca. Quem diabos era aquele homem e por que Julian sorria para ele? E por que ele estava com vontade de cortar sua garganta?
Julian tinha covinhas? Desde quando?
Fechou as mãos em punho vendo o alfa próximo de Julian, quase tocando os ombros. Eles se aproximaram rindo numa conversa calorosa. Que merda é essa?
"Bunny, esse é Mathieu, meu filho." Julian apresentou o pequeno. "E esse é o príncipe Declan, noivo do meu irmão." Declan não gostou nenhum pouco da maneira que apresentou ele para aquele alfa risonho, aliás, se fosse por ele já teria tirado aqueles dentes se não parasse de olhar a boca de Julian. "Declan, esse é Bunny, ele é médico e irá consultar Matt." Julian outra vez sorriu, Declan rosnou alto tendo atenção dos dois.
"Que seja, Mathieu está com fome. Você é um pai irresponsável." Declan não soube o porque disse isso, mas os olhos de Julian pularam para fora com raiva. O ômega arrancou Mathieu do colo de Declan que chorou. Mathieu estava se acostumando com seu calor, aquilo é extremamente estranho para Declan.
Eles se sentaram um perto do outro. Declan comia seu café mastigando duro sem tirar seu olhar de ameaça para aquele médico que bagunçava os cabelos de Mathieu arrancando risadas de Julian.
Ele arrastou a cadeira com força, tendo atenção de todos para ele, e saiu pisando duro antes que pudesse causar uma morte ali. Ele estava descontrolado, sabia que era o vínculo gritando por ver seu companheiro ao lado de um alfa solteiro e amigável. Precisou sair para respirar um pouco e dar liberdade ao seu lobo possessivo.
"Acalme-se, Declan. É só o vínculo, logo isso passará." Disse a si mesmo.
Só de pensar em quebrar aquilo, o lobo uivou dentro dele. É errado, é errado. Foda-se se é errado, Julian é sua última opção da terra. Jesse é o ômega de quem gostara desde criança, Jesse deveria ser seu verdadeiro companheiro e não Julian, Jesse deveria estar com eles, Jesse deveria ter estado lá quando entrou no cio na noite passada. Jesse e Declan se unirá e essa sensação idiota passará.
Por outro lado, Julian conversava com Bunny sobre medicamentos e como Mathieu deve pousar, sua alimentação saudável e que o leite do peito não é mais suficiente para o sustentar.
"Dê frutas picadas com gotas de mel, é espetacular." Julian concordou sentindo seu corpo esquentar, olhou em volta caindo a visão em Declan encostado no peito do navio o encarando de volta. Aqueles olhos negros nublados com uma terrível escuridão. Sua áurea ao redor deixou seu peito sufocado. O que Declan estava sentindo? Por que ele lhe olhava com raiva? Julian fez algo de errado?
"Acho que Mathieu está alimentado, vamos?" Bunny colocou sua mão sobre a mão de Julian, que o olhou assustado e novamente voltou para Declan que trovejou com o gesto. Julian viu garras saindo de suas mãos, espera, aquilo era garras?
"Sim, vamos."
Por fim disse, levando Mathieu até o camarim de medicamentos.
Sendo seguido por Declan.
Uma porra que Declan deixaria aqueles dois sozinhos.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 33
Comments
Cleide Almeida
kkkk aceita q dói menos declan kkk
2025-01-01
0