03. O BAILE DE PRIMAVERA

Três dias foi o suficiente para Julian se curar do resfriado, o médico indicou remédios e o ômega melhorou já podendo se levantar da cama. O dia amanheceu lindo, pássaros em torno de sua janela cantavam de uma forma bonita.

Arrumou-se pensando em vários planos de afazeres na cabeça, daqui dois dias será o baile que seu pai anunciaria o noivado com Declan. O Baile de Primavera.

Decidiu com Julian ir até a cidade encomendar alguns tecidos para sua roupa, queria poder se arrumar e ficar surpreendente para Declan, talvez nesse dia ele o olharia, mesmo que fosse obrigado.

Ele não viu Jesse e Declan durante esses dias, mas ouvia todas as noites barulhos e gritos abafados no quarto de seu irmão. Julian não tinha mais lágrimas para derramar, sua alma já estava na escuridão, perdida e desamparada.

Quando desceu as escadas encontrou muitos servos correndo pelo palácio por conta da chegada do Alfa rei, Farrell. Tudo estava uma confusão, o homem exalava tanto poder que fazia todos o temer. Julian o esperava em pé olhando através da janela.

"Pa, vamos?" Julian o chamou sorrindo. Seguiu o olhar de Patel para o jardim onde Will se encontrava cortando a grama. Em um macacão e cheio de terra, os cabelos arruinados pelo suor. O alfa abaixo suspirou logo acariciando a carranca do cachorro ao seu lado. "Amor não correspondido, como ousa falar de mim?" Reclamou. Patel tirou a atenção de Will para Julian. Revirou os olhos andando até a saída.

Will é um órfão adotivo da serva Janine, a mesma o encontrou dentro de uma caixa num barzinho que frequentava. Desde aí criou Will como filho, junto com Julian. Cresceram felizes, até Will começar a ignorá-los já que não fazia parte da realeza. Julian descobriu a paixão de Patel de uma maneira engraçada, os dois estavam se beijando no estábulo e Julian os pegou no flagra.

Patel nunca comentou sobre aquele momento e não seria Julian que faria questão. A felicidade de seu amigo é muito importante.

Chegaram na cidade com as pessoas gritando e eufóricos. Julian riu, e Patel o acompanhou até a loja de tecidos.

"Vossa Graça. Que bom ter você aqui." Sasan saudou-se alegremente. O senhor é extremamente fofo. "Recebi a sua encomenda pelo seu servo, venha, há diversas cores."

"Quero um terno azul, que destaque sexualmente na pele de Julian." Julian disse recebendo um arregalar de olhos do senhor pela ousadia.

"Desculpe meu amigo, Sasan. Faça seu trabalho, por favor." O senhor arrastou diversas cores e marcas para o príncipe escolher. O sininho da porta tocou e lá uma senhora com capuz entrou.

"Esmeralda, já disse para não entrar aqui." Reclamou o senhor indo até a senhora. "Temos visita importante, saia." Julian andou até os senhores ficando em frente a Sasan.

"Qual o problema? Deixa-a. Entre senhora, se for escolher algo eu mesmo pagarei." Julian sorriu, fazendo a senhora sorrir também.

"Quanta bondade, você se parece tanto com sua mãe, querido." A senhora colocou a mão no rosto de Julian.

"A senhora conheceu a mãe de Julian?" Patel perguntou curioso. "Como ela era?"

"Muito bonita, como ele." Apontou para Julian.

"Só bonita?" O ômega arqueou uma sobrancelha.

"Ela foi uma mulher incrível e você..." Esmeralda puxou a mão de Julian, passou uns segundos olhando para ela. "Precisa se decidir, não aja por impulso, no final dará tudo certo." Julian puxou a mão com força sem acreditar que aquela mulher era uma cigana.

"Esmeralda, por favor. Vá embora!" Sasan pediu outra vez. Esmeralda sorriu e se retirou da loja. "Desculpe, a minha irmã às vezes assusta os clientes, alteza."

"Isso foi bizarro." Patel acrescentou. Cutucou Julian sussurrando: "Olhe só, a cigana viu seu futuro, vamos perguntar a ela."

"Patel, não!" Virou para o senhor. "Vamos levar aquele azul, empacote-o." Julian bufou saindo da loja, Patel o seguiu. "Nem tudo que uma cigana diz é verdade, Pa."

Levaram os tecidos para a costureira do palácio, e quando saíram da sala deram de cara com Jesse.

"Príncipe Jesse, saiu de sua coleira?" Patel alfinetou.

"Já limpou as terras de suas unhas?" Jesse não ficou para trás. Patel cerrou os punhos.

"Olha como fala comigo." Julian imediatamente colocou a mão no peito de Patel. Ele sabia como seu amigo era fervoroso.

"Julian, acalme seu amiguinho antes que papai saiba que ele prefere cavar buracos do que estudar." Jesse riu.

"Você vai ver o buraco que vou deixar na sua cara."

"Pa, se acalme."

"O que está acontecendo aqui?" A voz grossa de Declan encheu o corredor.

"Segure o seu cachorrinho na coleira. Vamos Julian, deixe esses dois sacos de estrume." Arrastou Julian sem dar a chance de falar algo.

🌑🌑🌑

O dia do Baile de Primavera chegou, e para Julian amanheceu de pé esquerdo.

O calor de seu corpo começou de madrugada, o slick escorria de seu buraco sem nenhuma estimulação.

"Droga, logo hoje?" Murmurou olhando o calendário que mostrava claramente o início de seu cio. Retirou de uma caixa um plug para esconder o cheiro e tomar supressores ajudaria passar a noite confortável. Essa seria a segunda vez que entrava no cio depois dos seus dezenove anos.

Pediu para um servo chamar Patel, que logo entrou pela porta no modo estrondoso.

"O que aconteceu? Você está bem?" Andou pelo quarto a procura de algo mas sentiu o cheiro de excitação no ar. "Porra."

"Nem me fale, andarei com as pernas abertas hoje." Levantou o plug.

"Todos estão lhe esperando para começar o café."

Julian grunhiu de tristeza. "Levante a cabeça e ponha um sorriso em seu rosto."

"Obrigado Patel, sem você eu estaria bem pior."

Os dois ômegas se abraçaram deixando lágrimas descerem. A amizade dos dois é tão especial a ponto de Julian ter medo de um dia não ter Patel do seu lado.

Se retiraram para o centro principal encontrando todos a mesa. O rei supremo sentado na ponta de um e seu pai na ponta de outro.

"Filho, apresente-se." Karan pediu educadamente ao filho.

Julian correu o olhar para todos, forçou um sorriso. Ignorou a dor ao ver Declan o encarando intensamente.

"Majestade, sou Julian Morgott , é uma honra reencontrar-lo."

"Você é muito bonito. Karan, fez belos filhos." Farrell largou a taça de outro na mesa. "Você se parece muito com Daiane."

"Vossa majestade conheceu nossa mãe?" Esse foi Jesse perguntando.

"Sim, uma temida ômega. Espetacular." Karan rosnou de longe, mesmo morta sua mãe fazia falta. "Seu pai teve muita sorte, pequeno Julian." Pequeno Julian...

A única cadeira disponível era ao lado de Declan, sentou-se servindo seu lanche.

Farrell e Karan entraram numa conversa amigável sobre o casamento, Julian nem sequer prestava seus ouvidos no assunto.

"Acho que vou vomitar." Declan sussurrou perto de Julian. "Seu merdinha, dê um jeito nesse seu cheiro." Julian engoliu o choro. Declan não precisava dizer aquelas palavras tão grosseiras.

Deixando de lado, o tempo voou e a noite chegou trazendo diversos reinos e cidadãos para a festa.

Julian se arrumava com seu terno azul, a pele brilhava como diamante. A maquiagem fraca o deixou bem mais bonito. Patel fez um bom esforço para deixar Julian incrível.

"Pronto?" Karan entrou no seu quarto. "Você está lindo filho."

"Obrigado papai."

"Nervoso?

"Posso desistir?" Soltou uma pergunta deixando seu pai desconfortável.

"Sinto muito, um ômega não pode governar."

"Por que não? Por que não somos fortes fisicamente como os alfas?"

"Não é isso querido..." Julian o interrompeu.

"Então o que? Sou muito esperto e inteligente, posso governar sem ter um marido ao meu lado."

"Você se parece tanto com a sua mãe."

"Por que todos decidiram-me falar dela?"

"Porque ela foi muito especial. Assim como você." Karan abraçou Julian.

"Vamos estar na hora." Quando Karan e o príncipe Julian desceram pela escada a atenção de todos foram para eles, com muitas palmas e gritos. Karan entregou Julian para Declan que olhava aquilo sem se importar, a mão fria de Declan tocou a sua lhe causando arrepios.

Uma música suave tocou fazendo os casais dançarem na melodia. Julian sentia o coração de Declan bater, adoraria ficar deitado em seu peito algum dia e ouvir cada segundo da batida de seu coração.

"Você está muito perto, está a dar ânsia no meu estômago." Declan sussurrou. "Você quer chamar a minha atenção?"

"Entrei em meu cio hoje, não me culpe."

Declan riu debochado.

"Você cheira mal." Julian revirou os olhos dando um pisão no sapato de Declan. "Comporte-se, ômega."

É estranho que Declan conseguisse sentir o cheiro de slick, já que tomou os supressores mas o alfa não sabia disso.

Declan rodou Julian colocando Julian de costas, a dança continuava casualmente.

Até com a fricção sentiu o membro duro de Declan encostando em suas bochechas.

"Oras, achei que meu cheiro fedesse." Julian sussurrou recebendo um rosnado.

"Cale-se."

A atenção novamente foi para os gritos das pessoas, o seu irmão descia as escadas com toda a sua feminilidade. Julian olhou para Declan e viu diante dos olhos do alfa o brilho que exercia neles. Amor... Ele amava o seu irmão, que até mesmo os seus olhos brilhavam de paixão por Jesse. Declan não conseguiu tirar os olhos do ômega bonito.

Era para Julian ser o brilho da noite.

Novamente a pontada em seu peito veio, Julian estava sobrando e sobrará no futuro.

Queria tanto que um dia Declan o olhasse dessa maneira, sorrindo e o amando.

Finalmente de muito tempo entendeu que nunca terá além de palavras sujas e ruins.

Sea como um bom alfa pegou a mão de Jesse levando para a pista. Dançando com calma, Declan e Jesse não desviavam os olhos de si mesmo, e ninguém se quer percebia a paixão dos dois.

Julian estava claramente sobrando.

Fizeram uma rápida troca de casal, agora Sea e Julian. Julian olhava Declan e Jesse dançando tão colados, sussurrando palavras um para o outro fazendo o coração de Julian sangrar.

Queria chorar. Ele amava tanto Declan, deuses, quantas vezes ele já disse que amava aquele homem? Milhares de vezes. Como alguém amava outra pessoa que a desprezava sem dó e piedade?

"Feche os olhos, Julian, eu estou aqui." Sea disse tirando a mecha caída dos olhos de Julian. "Desista, isso está te matando. Meu irmão não te merece." Sea estava certo. Ninguém merecia o amor do ômega. Ninguém.

"Eu não consigo, me desculpe..."

"Não se desculpe, você é muito especial." A conversa dos dois acabou quando o rei Farrell se levantou e bateu as taças.

"Queridos e queridas, hoje além desse baile formidável gostaria de anunciar que meu filho Declan Farian e Julian Morgott se uniram perante ao patrimônio da Casa Real e viverão unidos para reinar." Todos gritaram e bateram palmas, menos aqueles que sabiam da plena situação. "Hoje será dia de festa para comemorar a próxima união de dois reinos..." Julian andou para fora, iria para bem longe o mais rápido possível. Queria gritar, espernear e bater em algo. Talvez a irritação seria por conta do início do cio.

"Merda." Ele andou até a biblioteca, um lugar que muitos não permitiam entrar, já que o rei adorava não ser incomodado.

A biblioteca é apenas iluminada com a luz da gigantesca janela. Julian arrastou os livros de cima da mesa se jogando sobre ela, afastou a calça retirando o plug que tampava seu slick.

"Oh!" Meteu um dedo em seu buraco escorregadio. "Oh!" Gemeu profundamente. Um nó de um alfa resolveria toda sua situação. Imaginou como seria o nó de Declan dentro dele, o esticando e enchendo seu canal de esperma.

Longe dali, Declan conversava alegremente com Jesse até sentir um cheiro de flores. Margaridas. Estava forte o suficiente deixando o nauseado.

"Está tudo bem?" Jesse perguntou preocupado. "Você está pálido."

"Sim, dê-me licença." Afastou sem entender a merda que estava sentido. Seu pau endureceu como pedra. Céus, doía de excitação.

Seguiu o cheiro forte acima do cômodo. Abriu a porta grande de cor amarronzada. E quando abriu o cheiro inundou todo seu cérebro sem dar chances de entender.

Declan teve a visão perfeita de uma bunda branca empinada para cima, Julian metia com força seus dedos no buraco rosa. Uma visão perfeita. A veia do seu pau saltou querendo se enfiar naquele buraco.

Sem pensar duas vezes, agarrou a bunda de Julian lhe arrancando um gritinho.

"Vadia, você fez isso de propósito, não é?" Puxou o cabelo de Julian fazendo empinar a bunda para cima.

"Declan! Oh." Gemeu.

"Com certeza usou alguma porção para me usar, não consigo me segurar."

"Ee-não fii-z nad-a." Julian mal conseguiu se defender quando sentiu a ponta grossa em seu buraco. Forçou com certa força abrindo-o. "Oh, alfa. Mais, por f-favor." Declan enfiou tudo de uma vez, deixaria as conversas para depois. Começou a estocar forte, agarrando aquela bochecha macia e grande. Céus, que bunda é aquela?

Os gemidos de Julian deixavam tudo tão gostoso e o cheiro de excitação causava em Declan uma possessão nunca sentida antes.

Declan enfiava seu comprimento firme e forte, até sentir seu nó crescendo e dando a Julian o melhor orgasmo de sua vida. Ficaram quietos enquanto o nó os prendia.

"Droga, vou te comer a noite toda, não é isso que você sempre quis?"

"Declan, por favor... Me dê outro nó!" O pau de Declan endureceu novamente, aquilo se tornaria arrependimento no dia seguinte, mas viveria o momento.

Os dois só não sabiam que lá no alto uma estrelinha brilhava intensamente.

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