16. PODER

A luz do dia entrou pela janela e Declan se remexeu na cama abrindo seus olhos escuros. Olhou em volta e percebeu que era o quarto de Jesse, seu...

Onde estava Julian?

Se sentou na cama sentindo uma tontura mas uma mão agarrou o segurando.

"Fique deitado, irmão."

"Sea?" Declan não tinha visto Sea no quarto. "O que aconteceu?"

"Você está fraco, faz dias que não se alimenta." Sea sorriu olhando para a janela. "A primavera começou."

"Primavera?" Declan arregalou os olhos, a nova estação só começaria daqui duas semanas.

"Já faz um bom tempo, porém, isso não é importante agora. Precisa se alimentar."

Declan concordou e logo Sea se retirou do quarto. Única coisa que lembrava era da forte tontura e a queda do cavalo. Ouviu uma batida de um coração batendo fortemente, aquele não era seu coração. Incrivelmente Declan sentia outras emoções, um misto de sensações estranhas. Ele estava feliz?

Logo Sea entrou com uma bandeja e colocou-a acima de Declan. Uma tigela de mingau, Declan fechou o rosto, claramente não comeria aquilo.

"Irmão, coma. Seu estômago está vago, então precisa começar com algo mais leve." Declan respirou colocando a primeira colherada na boca. "Hm, como está se sentindo?" Declan sorriu, mas logo acabou estranhando.

"Bem." Deu de ombros. "Onde está Julian?"

"Julian?" Sea mordeu os lábios para não contar tudo de uma vez a Declan, não conseguiria imaginar a reação do seu irmão ao saber que ele tinha marcado Julian para vida toda.

"Sim, e Mathieu?"

Sea entendeu, sua última memória seria de Julian e Sea após a ida em Felícia.

"Eles estão bem, Julian estar dando o café de Mathieu."

"Você não acha que Mathieu seja parecido com você quando criança?" Declan divagou.

Sea pensou. Ele não tinha reparado a semelhança entre os Farians.

"Sim, realmente."

Após se alimentar, Declan desceu junto com Sea até o refeitório vendo Julian e Mathieu em uma bagunça gigantesca.

"Filho, coma seus morangos, são deliciosos." Julian falou a Mathieu que cuspiu a fatia do morango no chão. "Ah, Mathieu! Que tal pêssego?" Mathieu chorou alto.

O coração de Declan parou uma batida vendo aquela cena, queria agarrar Julian e lhe abraçar com toda força do mundo. Os olhos de Mathieu caiu sobre Declan que gritou:

"Pá-bá!" Julian imediatamente se virou para Declan o encarando intensamente, ele estava lindo e encantador em uma blusa branca com alguns botões abertos melecados de vermelho. Seus olhos castanhos brilharam ao ver Declan, quanto Declan sentiu suas mãos formigando para tocar o seu ômega. Seu ômega?

"Declan, você finalmente acordou." Julian deu um sorriso de canto, mostrando suas doces e lindas covinhas.

Declan se aproximou de Julian colocando seu rosto no pescoço do ômega tendo o melhor cheiro de sua vida. Margaridas. Perfumes de margaridas.

"Você tem cheiro de flores." Julian grunhiu baixinho enquanto o Declan cheirava seu pescoço até receber uma lambida suave no lugar da marca. "Isto foi eu?"

Julian olhou para Sea que olhava a cena admirado, numa tentativa de socorro.

"Sim..." Respondeu Julian. Declan colocou seus dedos sobre ela acariciando.

"É por isso que consigo sentir muitas emoções em mim, estamos ligados." O alfa disse entrelaçando sua mão na de Julian. "Eu quero você, Julian."

Julian só podia estar sonhando. Declan não estava dizendo aquilo, obviamente estava delirando. Por tudo que passou, essa foi a única palavra que queria ouvir de Declan, que ele olhasse para Julian uma única vez sem desprezar, e agora aqui estava ele lhe dizendo que o queria.

Não, aquilo estava errado.

Eles quebraram o vínculo, como a mordida podia ser real?

Depois daquela noite, Declan não apresentou outras dores e de acordo com o médico ele estava melhorando e logo acordaria. Julian imaginou milhares de desculpas para contar-lhe sobre a mordida e que aquilo foi para salvar sua vida. Apenas Patel e Sea sabiam do que Julian fez, se muitos soubessem causaria um evento desastroso.

Julian estava ligado para sempre com Declan, eles precisariam conversar a respeito da mordida e essa hora não seria na frente de seu filho.

Céus, Mathieu.

Mathieu é o bebê alfa de Julian e Declan, e ele jurou que não contaria a ninguém a verdade. E agora com a mordida tudo mudará e... O filho de Jesse! Por deuses, a criança de Jesse ficaria sem o calor de seu pai. Julian entrou numa grande enrascada e isso nem Felícia pode quebrar.

"E-eeu..." Julian tentou dizer algo mas suas palavras foram interrompidas pelos lábios de Declan.

Declan o beijou com delicadeza, e Julian abriu a boca para receber sua língua que explorou cada canto daquele lugar. O alfa lhe agarrou para que Julian não caísse por conta da moleza que seu corpo ficou. Ouviram um 'cof cof' de Sea e se separaram. Julian sem jeito fingiu limpar a bagunça feita por Mathieu.

"Sinto interromper, mas temos uma criança aqui, irmão." Sea zombou. Declan grunhiu andando até Mathieu que jogou seus bracinhos a ele.

"Ei, grandão. Faz muito tempo que não vejo você e já cresceu tanto." Acariciou os cabelos escuros de Mathieu. A criança sorriu banguela animando Declan. Olhou mais uma vez para Julian. "Precisamos conversar."

Julian assentiu.

"Tome um banho antes, estarei o esperando em meu aposento."

Declan fez o que Julian pediu, assim que ia bater o ômega abriu a porta dando passagem para entrar.

"Mathieu é meu filho, não é?"

Julian abriu a boca pra falar várias vezes, mas nada saiu com a pergunta de Declan tão direta.

"Julian, eu não sou bobo. Eu sei que Mathieu é meu filho." Declan se aproximou.

"Como v-você sabe?"

"Fiz as contas, e a genética não engana."

Julian virou-se de costas. Não, não podia ser, Declan sabia todo esse tempo que Mathieu era sua parte? E ele nunca se quer se importar com ele. A raiva cresceu em seu peito, enquanto ele sabia do seu maior segredo ele continuou, continuou e continuou a quebrar o maldito vínculo.

"Você está com raiva de mim, eu posso sentir." Declan se aproximou mas o ômega colocou uma mão na frente para que ele parasse.

"Como você ousa? Você desejou minha morte, Declan! Você terá um filho com o meu próprio irmão enquanto estava acasalado comigo. Não há como te dizer o quanto estou com ódio nesse momento!"

"Existem muitas coisas sem explicação, um dia você vai entender."

"Entender? Porra, Declan!" Julian andou pelo quarto puxando seus próprios cabelos. "Eu o odeio tanto que chega doer aqui-" Apontou para o peito. A angústia em seu olhar deixou Declan desesperado. "Você me tirou tudo, como pôde?"

"Julian, me escute." Declan segurou o ômega aflito. "Fique calmo, certo?"

"Calmo? Declan eu deixei você me morder mais jurei que se me magoasse outra vez eu mesmo te mataria!" Gritou, as lágrimas caiam de seu rosto. Declan foi rápido e as enxugou.

"Meu pai não pode saber que tenho um herdeiro." Confessou Declan, Julian o olhou sem entender. O que Farrell tinha haver com a história dos dois? "Eu venho de uma linhagem com muitas regras e sucessores, Julian, da mesma forma que meu pai eliminou Dan, ele fará com Mathieu."

Julian arregalou os olhos.

Não.

Não podia ser.

Dan morreu por que o rei Farrel o mandou iliminá-lo.

Julian queria gritar, em que rede de mentiras ele estava vivendo? Quando isso acabaria?

As lágrimas desceram, sufocou o choro com a palma da mão. Dan morreu por causa do pai de Declan, Declan sabia de seu filho. Por que as coisas pioraram a cada dia?

"Olhe, eu não queria te contar. Mas já chega, somos companheiros para a vida toda e não quero permanecer no meio de tantas mentiras."

"Por que seu pai fez isso com o meu Dan?"

Declan rosnou, Julian era dele, só dele.

"Poder. Farrell Farian deseja que eu me case com o príncipe sucessor para comandar o seu patrimônio, Julian. Ele nunca aceitará alguém impedindo seu caminho como Dan fez."

"Céus, seu pai é louco." Julian sentou-se na cama suspirando tentando controlar o choro. "O que Mathieu tem haver com isto? É o neto dele!" Brandou com raiva.

"No momento que nos casamos, Farrell ainda estará no trono de Farian. Ele é o alfa rei de todos, mas sua queda termina no momento que um herdeiro chega ao mundo, a coroa passa para o futuro herdeiro." Declan explicou.

"Declan, minha cabeça está um bolo. Ainda tem o meu irmão... E seu filho."

"Eu me resolverei com Jesse."

"Não podemos continuar, envolve muitas coisas e meu filho corre perigo! Esse homem é tão cruel para tirar a vida de uma criança?" Julian fez uma pergunta.

Farrell Farian, rei alfa de quase toda a terra, havia matado seu melhor amigo que o ajudou por tanto tempo. Dan não merecia uma morte assim.

Declan sentia toda emoção e tristeza de Julian, ele queria abraçar seu ômega e torná-lo para si. Desde que acordou percebeu que o Declan anterior sumiu. Mas na mente de Julian, Declan estava agindo dessa forma por conta da mordida, se não fosse por ela, Declan o odiaria.

Declan sabia que Mathieu era seu filho enquanto Julian tentou mil formas esconder, ele foi bobo e idiota por achar que sua mentira tinha dado certo. Quem não perceberia a pura semelhança entre os dois? Até o mais cego percebia.

"Temos muito o que falar, Julian."

"Não, não temos. Estou cansado Declan. Toda a minha vida fiquei na escuridão querendo que um dia você pudesse me ver e me amar. Tudo que recebi foi desprezo, ódio e humilhações de você e do meu irmão. Até hoje me lembro das noites que ouvia meu próprio irmão gemendo o nome do meu futuro marido." Uma lágrima caiu do rosto do ômega antes de continuar. "Você me jogou naquele lago frio para morrer, eu deveria ter morrido de verdade e essa confusão na minha vida não estaria se multiplicando. Talvez tenha sido lá que meu coração parou de bater por você, ou no dia que você disse a Jesse que sentia repulsa por ter se deitado comigo. " Julian limpou as lágrimas, o desabafo nunca dito a ninguém e agora dizia para o próprio causador. "Eu fugi para recomeçar com meu filho, você não viu seus primeiros passinhos, suas primeiras palavras. Você não estava lá no seu primeiro aninho de vida. Declan, você me matou aos poucos e você não pode me ter. Eu sinto muito por causa da mordida, isso foi um erro. Nosso destino está fardado a traições e julgamentos. Mas agora já chega, eu preciso manter a paz e proteger o meu filho do próprio avô!? Casa-se com seu amante, por que aqui-" Julian apontou outra vez para o Julian. "Um coração não bate mais."

"Julian, eu quero me redimir. Uma única chance."

"Chance? Você as teves muitas das vezes, agora vá embora e me deixe em paz!" Gritou empurrando Declan com força. "Saia, agora!"

Declan saiu, as frustrações de Julian gritavam em seu corpo. A mordida foi muito além, ele poderia sentir todas suas emoções.

Ele não deixará acabar assim. Julian ainda era seu. Aquele coração que tanto quebrou um dia voltará bater novamente por ele.

🌑🌑🌑

Declan comprou as flores preferidas de Julian no dia seguinte, ele estava ansioso para entregá-la e agradar o ômega. O encontrou na sala de estar lendo um livro enquanto Mathieu brincava com seus cavalos de madeira.

"Aqui." Ofereceu ao ômega que lhe olhou sem entender.

"O que é isso?" Julian fechou os livros segurando as flores amarradas em um laço.

"Eu as colhi no jardim. São para você."

Julian levantou-se do assento, sendo seguido pelo olhar de Declan. Cheirou as flores sorrindo porém seu movimento foi rápido e as jogou no pequeno balde de lixo.

"Declan, não me traga flores. Eu odeio margaridas." Sorriu espanando suas mãos e voltou-se para seu livro. Declan engoliu a saliva perplexo. Ele nunca fez isso para Jesse, e estava fazendo para Julian para o reconquistar.

Declan não parou, ele tentou outra vez.

Ele mandou convites de ópera. Julian as rasgou.

Ele enviou os melhores doces afrodisíacos do mundo. Julian provou e cuspiu fora.

Declan lhe escreveu uma carta. Julian outra vez rasgou.

Declan desenhou um retrato de Julian. O ômega jogou tinta na pintura a estragando.

Declan lhe enviou jóias. Julian deu para Jesse.

Declan comprou brinquedos para Mathieu. Julian os quebrou e jogou fora.

Declan cozinhou uma torta para Julian. Julian deu para os criados.

Mil e outras formas Declan tentou, mas Julian estava irredutível com suas tentativas. Declan estava cansado. Não sabia como conquistar o ômega. Ele sempre estragava no final.

Todos do palácio, até o próprio rei Karan, deu ideia para ajudá-lo.

Talvez o coração de Julian não batia mais por ele.

🌑🌑🌑

"O que você está olhando?" Will perguntou assim que entrou na cabana vendo Patel com alguns papéis em mãos.

"Fiz uma lista para Declan." Levantou o papel de ideias de conquistas. Will arqueou a sobrancelha.

"Não podemos pegar de volta um amor, Patel. Se Julian deu a ele seu ponto final, ele precisa aceitar."

"Ah, Will! Você é um chato. Eu acredito em amor verdadeiro, talvez Declan consiga."

"Deixe os dois viverem a vida deles, Julian não é mais aquele ômega fraco. Que tal falarmos sobre nosso futuro?" Will sorriu malicioso recebendo um tapa no braço do ômega.

Patel queria ajudar. Ele acreditava na redenção de Declan por mais que merecesse todo o desprezo de Julian.

De outro lado, Sea socava forte o saco de fibra. Sua raiva corria no sangue e extravasa em seus próprios punhos. Ele não acreditara que aquele ômega corria atrás de seu irmão enquanto o deu um pé na bunda. Sea assumiria o filho de Jesse, mas o ômega bateu o pé negando a sua ajuda.

Jesse era difícil e complicado. Como queria agarrar seu pescoço e sufocar.

"Ah!" Deu outro soco. "Maldito ômega!"

"Ei, Sea, acalme-se." Brad, um amigo da cavalaria, entrou na sala segurando o saco de pancada para que Sea pudesse bater seus punhos mais fortes. "Que tal sairmos para beber?"

"Não tenho tempo para isso."

"Qual é, você parece um marica sofrendo por um ômega." Sea parou de socar olhando raivoso para Brad. Na verdade, não era isso que ele estava fazendo? "Vamos lá, está na hora."

O príncipe retirou o tecido envolvido na mão, tomou um banho e vestiu sua roupa habitual.

Foda-se Jesse, se ele queria ficar atrás do idiota de seu irmão que se dane! Ele encheria a cara, nem que fosse o príncipe caçula de Farian.

Sea e Brad encontraram outros cavaleiros no bar do vilarejo. Brad logo lhe entregou um copo de vinho e Sea tomou até a última gota.

Roger e Gary uivaram para a limitações do príncipe.

"Mais uma!" Pediu Sea. Todos gritaram contentes.

De longe, um homem observava a situação deprimente do príncipe, aproximou-se tirando o copo de Sea.

"Ei!" Ralhou o príncipe virando para quem tinha feito isso. "Quem é você?"

"Meu nome é Victor, príncipe Sea. Vamos, você está muito bêbado."

"Me largue, eu não estou bêba-INC."

Victor revirou os olhos carregando Sea fora daquele bar depravado. Seguiu caminhando com o alfa praguejando até a última geração. Assim que ajudou o alfa chegar aos portões do palácio, os guardas lhe ajudaram.

Patel recebeu Victor com Sea sem acreditar no estado do príncipe.

"O que aconteceu?"

"Ele bebeu demais." Victor explicou.

"Quem é você?"

"Sou Victor Delavinn, acabei de chegar na cidade."

"Certo, me ajude a colocá-lo no quarto."

Victor e Patel carregaram Sea até jogá-lo em sua cama, tiraram a roupa cheirando a bebida forte e os seus sapatos corrompidos.

"Obrigado, Victor. Príncipe Sea saiu dos eixos. Como posso agradecê-lo?"

"Não precisa. Estou indo."

Patel sorriu. Victor era um beta tão lindo e atencioso.

"Ah, Sea. Você e seu irmão se parecem, a diferença é que sofrem por irmãos diferentes." Sussurrou Patel deixando Sea para trás.

Por um agradecimento muito grande, Karan soube da triste situação que Sea se colocou, então pediu que Victor trabalhasse no palácio.

Victor e Sea se tornaram bons amigos, o beta era muito inteligente e contava as melhores histórias de aventuras que Sea adorava. Quem não gostava daquela proximidade era Jesse que na sombra observava todos ao redor.

Depois que Declan simplesmente decidiu dar um pé na bunda de Jesse Morgott, o ômega ficou arrasado. A criança em seu ventre crescia e a barriga começara a ficar pontuda. Jesse não cobrou a atenção de Declan para seu filho, já que apenas Jesse sabia quem era o verdadeiro pai da criança. Sea não podia saber, mas era evidente sua destruição por ver Jesse carregando um filho do seu próprio irmão. Aquela criança seria um único jeito de trazer Declan para o seu lado, Julian não iria conseguir tirar o alfa dele, Julian sempre teve tudo e a única coisa que Julian queria, ele jamais poderá ter.

"Sea, pare com isso!" Jesse ouviu a risada do beta enquanto Sea fazia cócegas em sua barriga.

"Estou atrapalhando algo?" Jesse perguntou.

"Claro, sua presença é repugnante a todos." Sea disse lançando um sorriso maldoso que magoou Jesse. Afinal, Jesse estava grávido e sentimental.

"Sea, não precisa falar..." Victor foi cortado.

"Vamos Victor, certas pessoas não merecem nossa atenção."

Jesse fungou assim que os dois saíram da sala. Jesse não poderia consertar seu erro.

🌑🌑🌑

Declan teve uma brilhante ideia na primeira semana do dia. Ele plantaria várias flores para Julian. Assim o ômega poderia gostar, já que o jardim pertencia a rainha Daiane, sua mãe. Pediu que o servo comprasse todas as margaridas e rosas do deserto para o jardim, e assim que chegou começou a plantar as sementes e retocar as que já estavam nascidas.

"O que você está fazendo?" Julian apareceu com Mathieu em seu colo. "Esse é o jardim da minha mãe, vá embora!"

"Julian, eu apenas estou..." Declan tentou falar.

"Não importa, esse lado do jardim é proibido por que pertence a ela. Você não aprende, não é?"

Declan assentiu, tirou suas luvas e saiu dos meios das flores. Seu ômega estava vermelho de raiva, ele odiava tanto Declan a ponto de ter uma coloração avermelhada.

"Desculpe, só queria te agradar."

"Já chega Declan, desista de uma vez, eu não amo mais você. Volte para seu amante e me deixe em paz, céus, o que deu em sua cabeça?"

"Nosso filho, quero participar da sua vida." Declan sentiu seu rosto esquentar quando uma mão de Julian foi lançada na sua face.

"Não ouse dizer 'nosso' em som alto. Mathieu é meu filho, meu. Agora me dê licença que tenho afazeres além de gastar meu tempo com você."

E assim Julian se foi deixando Declan a beira de uma tristeza. Ele só conseguia sentir raiva exalando de Julian. Ele já não sabia mais o que fazer em relação ao ômega.

Passou a mão no rosto esfregando na ardência. Julian, além de ter mãos delicadas, tinha uma força terrível nelas.

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