Capítulo 20

Terminando o café da manhã, Sophia e Noil foram realizar suas respectivas atividades, não sem antes praticamente prometerem que se veriam na hora do almoço para passarem um tempo juntos.

Sophia deveria começar com a fabricação do armamento requerido para o imperador, assim poderia gerar dinheiro e continuar com seus planos.

A única coisa que ela devia fazer era desenhar a arma, plasmá-la em um desenho final e com um feitiço, torná-la realidade, pois todas as especificações eram escritas no desenho final.

—Muito bem, agora farei um vestido para o bendito baile — suspirou com fastidio. Havia terminado suas armas planejadas naquele dia e por isso queria aproveitar para desenhar um vestido a seu gosto, pois todos os que viu antes, não lhe agradaram.

Para isso começou os traços, seria um vestido simples, mas elegante. Sua cor seria de um rosa pálido, belo e único. Teria mangas soltas assim como sua saia, mas a parte do torso, seria justa, além de que acrescentaria um pouco de brilho, com gola redonda, cobrindo quase que em sua totalidade seu corpo.

—Pronto! — orgulhosa admirava sua criação, era simplesmente belo.

Passado o tempo necessário, saiu do salão que lhe emprestaram para levar a cabo seu trabalho e se dirigiu à sala de jantar, esperando que a comida estivesse pronta, já que trabalhar havia lhe aberto o apetite.

—Nos encontramos de novo — sorria como um bobo o marquês.

—Diz como se fosse surpresa, combinamos de nos ver para almoçarmos juntos — o tirava de sua nuvem.

—Custa muito ser um pouco romântica? — queixou-se.

—Fui suficientemente romântica noite passada e não comeu o doce completo que preparei com minhas próprias mãos, quando uma mulher é romântica não valorizam e depois reclamam — se defendeu.

Três pessoas atrás deles apenas riam pela discussão estranha que aquele casal tinha, mas gostavam de vê-los brigando como um par de crianças.

—A comida já está pronta, podem ir para a sala de jantar — informou Lila.

Cada um se sentou e logo trouxeram a comida. Tudo parecia apetitoso como sempre, mas em seguida sentiram o cheiro de algo que parecia incomum, era o que Sophia pediu. Exato, Lila havia conseguido e naquele mesmo dia pôde preparar aquele prato tão delicioso do qual tanto falavam.

—Vovó, como conseguiu? — surpreso perguntou.

—Uma anciã como eu tem seus truques, além do mais várias pessoas me devem favores, em algum momento tinha que cobrá-los — sorria orgulhosa de si mesma.

—Senhora Lila, isso está delicioso — Sophia não parava de comer a comida que haviam preparado.

—De agora em diante eu cozinharei para você minha menina, se tiver algum desejo, me diga e não economizarei em nada para prepará-lo — informou amavelmente.

A moça de cabelo prateado apenas pôde assentir com a cabeça, já que não podia parar de comer. Quando acabou com seus alimentos, Sophia se retirou da sala de jantar agradecendo, pois ainda tinha coisas para fazer.

—Quando pensa em se comprometer com ela? — com uma expressão intimidadora, perguntou a babá.

—É só questão de tempo, mas ela sabe sobre meus sentimentos e o mesmo ela sente por mim, então reúna todos os empregados vovó, devo informá-los que sua senhora já está aqui — seguro e com firmeza pediu.

Em questão de minutos, todos os empregados da mansão estavam reunidos em um dos jardins, ali Noil informava sobre Sophia, quem e de onde era, além de confessar que a amava e que pensava seriamente em se casar com ela, que embora ainda não seja um fato, deveriam respeitá-la como sua nova senhora e ajudá-la em tudo que precisasse.

Todo mundo estava feliz por seu senhor, desde sempre havia vivido sozinho e jamais deu uma oportunidade às senhoritas nobres que se aproximavam com a intenção de serem suas esposas, mas agora finalmente chegou alguém que preencheu seu coração por completo, esperavam que Sophia continuasse como até agora e que não magoasse de forma alguma seu jovem senhor.

—Esperamos que os dois sejam felizes, marquês — todos davam seus bons votos a Noil.

Aqueles gestos de gentileza ele havia conquistado com o bom trato para com sua gente.

Também pediu que adequassem um quarto para Sophia, embora ele gostasse de dormir junto a ela todas as noites, não podia se permitir passar vergonhas como as daquela manhã.

Os dias se passaram e Sophia, claro que aceitou a decisão tomada por Noil, já que se fosse honesta consigo mesma, também era complicado dormir sozinha. Embora em cada oportunidade que tinha, sempre roubava um beijo de Noil, isso realmente agradava o homem, mas também o deixava em uma situação complicada.

Finalmente havia chegado o dia do baile e claro que os dois chegariam juntos, por isso se dispuseram a se arrumarem e quando finalmente Sophia estava pronta, Noil a esperava no andar de baixo, mas ao vê-la no topo da escada, quase sofreu um infarto pelo impacto daquela beleza que via. Sophia resplandecia como uma estrela, simplesmente estava linda e mais ainda aos olhos de Noil.

—O que lhe parece? — nervosa perguntava.

—Você é o ser mais lindo que meus olhos já viram — mal pôde responder.

Seus olhos e a realidade não mentiam, Sophia estava espetacular e tudo nela se destacava, era certo que seria o centro das atenções no baile como deveria, sendo ela a convidada de honra.

Quando já estavam a caminho do palácio, foram interceptados por outra carruagem.

—O que está acontecendo? — de dentro, perguntou Noil, que mal pôde segurar Sophia para que não caísse de seu assento.

—Minhas desculpas senhor, há uma carruagem em nossa frente — ouviu-se dizer o cocheiro.

Noil desceu da carruagem e se dirigiu à que estava em sua frente. —Quem são e como ousam atravessar meu caminho? — estava muito irritado.

—Sinto muito, marquês, é só que achei que não o alcançaria. O senhor não passou por mim, então vim atrás do senhor — uma jovem ruiva de cabelos cacheados era quem falava, enquanto descia da carruagem contrária.

—Não entendo do que a senhorita fala, mas estou com pressa, então faça o favor de tirar isso da minha frente — o pedido foi gentil.

Foi então que a ruiva ao terminar de descer de sua carruagem, se dirigiu à carruagem de Noil e subiu sem sua permissão.

—Já podemos ir — com um sorriso horrível, gritou.

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