Capítulo 10

—Peço desculpas pela intromissão, mas todos comentam o ocorrido no palácio. Meu marido estava lá e temeu pela vida e segurança de Sua Majestade. Dizem que ela foi capaz de ofender um convidado muito importante de Sua Majestade e por essa razão decidiu terminar aquele compromisso, levando em conta que, com o convidado, não seria mais necessária tanta intervenção do General Gaillard no exército— era a esposa de Sonet quem falava.

Aquela mulher era reconhecida por sua honestidade e também por saber coisas que muito poucos sabiam, pois era de conhecimento público que era casada com o conde Soren, braço direito do imperador.

Quando terminou de falar, todas as mulheres jovens e maduras que estavam perto de Lady Gaillard se afastaram dela. Não queriam se envolver em nada que pudesse prejudicá-las ou a suas famílias.

Num instante, ela sentiu os olhares de desaprovação e, sem poder suportar, saiu do local quase correndo, seguida de suas damas de companhia.

—Maldita mulher, juro que você me paga!— vociferava já dentro da carruagem.

Ainda não havia tentado nada, pois precisava da aprovação de seu pai. Se agisse por conta própria e algo desse errado, arcaria com as consequências sozinha. Tendo a aprovação do duque, seria mais fácil agir contra Sophia.

A cada dia que passava, Sophia criava os protótipos que mostraria numa reunião com o imperador e seus ministros. Precisava impressionar os homens e que estes aceitassem financiar a compra do que ela fazia. Caso contrário, o dinheiro sairia apenas do palácio, sem tocar nos fundos destinados ao exército, aquele dinheiro que provinha dos impostos do povo.

—Desculpe, senhorita, mas vimos que a senhorita trabalha sem parar, não se alimentou direito, por favor, venha conosco e coma algo— algumas criadas praticamente imploravam para que ela comesse.

—Estou bem, não precisam se preocupar. Quando tiver um tempo, preparo algo— disse a elas.

Para não incomodá-la, se contentaram com aquela resposta e retornaram às suas tarefas. Era verdade, algum tempo depois Sophia foi à cozinha e preparou um chá quente e algo leve para comer, visto que havia finalmente terminado seu trabalho. Estava pronta para se apresentar diante do imperador e seus ministros.

O dia havia chegado e ela foi conduzida ao palácio, para a área de treinamento dos soldados. O lugar estava repleto de homens por todos os lados; ao que parecia, Sophia era a única mulher presente.

—Senhores, estamos aqui presentes para testar as armas e equipamentos de defesa para os soldados, que seriam utilizados por vocês em batalha. É por isso que estão aqui, para que sejam capazes de decidir se querem ou não utilizar as armas e armaduras. Assim, não dependerão de mais ninguém— anunciou Sonet com firmeza.

Todos aplaudiram, esperando algo realmente muito bom, visto que por todo aquele tempo estiveram dependentes da proteção da família Gaillard, pois eram os únicos capazes de utilizar algum tipo de magia. Obviamente, o duque estava presente e não exibia uma expressão favorável.

—Adiante— ordenou.

De uma porta, saíram dois homens portando as armaduras e armas que Sophia havia entregue. Posicionaram-se em guarda e uma batalha começou.

Cada golpe repelia o inimigo e vice-versa. Nenhum ataque atingiu o combatente, os escudos serviam para o que foram criados e, além disso, as espadas revitalizavam o corpo de cada soldado, de modo que, mesmo após muito tempo, não se cansariam facilmente.

—Estas são as armaduras e armas que vocês utilizariam, os oponentes são Sua Majestade o Imperador e o Ministro da Guerra— informou Sonet.

A surpresa foi enorme, pois a batalha se dava com todo o poder que ambos possuíam, e as duas pessoas que lutavam eram conhecidas por serem as melhores em batalha.

—Eu me oponho. Ninguém garante que simples armaduras sejam suficientes para ataques com magia— o Duque Gaillard deu seu parecer.

—Então me ataque!— gritou o imperador, deixando todos atônitos. Confiava tanto naquelas armaduras que até mesmo colocaria sua vida em risco.

—Majestade, seria incapaz de tal coisa— respondeu, mostrando-se ofendido.

—Então ataque diretamente a armadura! Se sua magia for capaz de destruir uma de minhas criações, me retirarei derrotada— propôs Sophia, confiante.

A proposta foi aceita pelos presentes e pelo próprio duque, e então colocaram diante dele e de seus dois filhos várias das armaduras. Em seguida, deram a ordem para atacar e foram lançados ataques de fogo, algum tipo de magia negra e rajadas de ar, o que provocou uma grande explosão.

Quando a fumaça e a poeira se dissiparam, as armaduras podiam ser vistas totalmente intactas. O que aqueles homens não sabiam é que cada armadura contava com seu próprio escudo protetor, por essa razão não podiam sofrer nenhum dano, de nenhum tipo.

Imediatamente, todos os ministros concordaram em financiar todas as armas e armaduras, pois cada um daqueles homens tinha filhos no exército e não queria vê-los morrer de forma cruel, pelo menos não se pudessem evitar.

Sophia estava muito feliz, com aquele negócio ganharia muito dinheiro e tinha planos futuros, com a criação de outras coisas. Felizmente, com o bom desempenho que obteve com suas criações, agora tinha ao seu lado o imperador e também os ministros, que ela ainda não conhecia, mas que já admiravam seu trabalho.

Por outro lado, quem estava odiando aquelas criações eram os membros da família Gaillard, pois perderiam toda a credibilidade perante os nobres e os soldados, visto que eles próprios presenciaram o quão inútil foi sua magia contra as armaduras de Sophia.

—Aquela maldita mulher precisa desaparecer! Soube por minha filha que era uma jovem quem estava ajudando o imperador. Ele pensa até em anunciar o fim do noivado com minha filha e não vou permitir tal coisa! O imperador deve continuar dependendo dos Gaillard!— esbravejava o duque, já dentro de uma carruagem com seus filhos. Seu rosto era de fúria, ele certamente tentaria algo contra a jovem recém-chegada.

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Comments

Ezanira Rodrigues

Ezanira Rodrigues

Duvido que consigam pegar a Sophia desprevenida. Ela é muito desconfiada e com certeza vai preparar armadilhas para quem tentar prejudicá-la.

2025-03-29

0

Tati Moura

Tati Moura

agora eles morrem de verdade vão aprontar alguma coisa 😭😭😭😰😰😰😱😱

2025-03-01

0

Erlete Rodrigues

Erlete Rodrigues

sempre tem 🪱🪱🪱🪱🪱

2025-02-28

0

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