Capítulo 13

Seguindo o que Sophia havia dito, as mulheres continuaram a tomar o café da manhã, embora com pressa, o que não passou despercebido pela jovem.

—Calmas, aproveitem o tempo. Só vou preparar algo rápido, não quero incomodá-las, me sinto mal com isso— sua expressão demonstrava culpa.

—Desculpe senhorita, a senhora acha que podemos experimentar sua comida?— perguntou uma das jovens presentes, uma criada.

—Seria uma honra— finalmente, conseguiram arrancar um sorriso dela.

As mulheres presentes fizeram o que Sophia havia pedido e voltaram a tomar o café da manhã normalmente. Elas a olhavam com surpresa e fascínio, pois nunca tinham visto uma jovem nobre preparar suas próprias refeições. Não era nada comum, mesmo quando não podiam ter criados ou alguém para servi-las, preferiam morrer a fazer qualquer coisa, assim era a maioria das nobres naquele lugar.

—Pronto! Aqui está— finalmente seu café da manhã estava pronto e, claro, ela preparou o suficiente para compartilhar com suas admiradoras. —Experimentem, por favor— pediu com um sorriso nos lábios.

Aquela cozinha logo se transformou em um campo de batalha para ver quem seria a primeira a provar aquelas delícias preparadas por Sophia, o que a fez rir alto pela primeira vez em muitos anos, pois seu sorriso de felicidade havia se apagado depois que ela se casou com seu falecido marido.

Ela logo percebeu que a estavam observando e ficou tão envergonhada que preferiu abaixar a cabeça. —Me desculpem, aproveitem a comida— disse ela antes de se retirar.

—A senhorita fica mais bonita quando sorri— uma das mulheres mais velhas a deteve para dizer isso.

Sophia sentiu uma pontada de dor no coração. Fazia muito tempo que ninguém lhe dizia algo bonito, não importava quem fosse, ela havia esquecido o quão bom era ouvir um elogio, então apenas deu um sorriso de agradecimento enquanto suspirava.

—Concordo com minha babá, ela nunca se engana e está absolutamente certa quando diz que a senhorita fica mais bonita quando sorri— o marquês havia chegado.

A fala do homem causou uma reação diferente em Sophia. Ela não estava tentando fazer com que alguém do sexo oposto começasse a lhe dizer coisas bonitas, em seus planos não estava se relacionar romanticamente com ninguém, mas suas emoções e sentimentos estavam envoltos em um calor que ela não sentia há tanto tempo que ela só podia aproveitar o momento.

—Meu menino, você finalmente chegou. O café da manhã já deve estar frio, deixe-me preparar algo para você— a mulher que havia elogiado Sophia era quem falava com o marquês.

—Babá, se me permite, gostaria de saborear a comida que esta bela jovem preparou— ele sorria como um homem apaixonado.

—Então eu me retiro— ela se despediu.

—Ela está me abandonando?— ele parecia magoado. —Por que você não toma café da manhã comigo e conversamos sobre o que aconteceu ontem à noite?— sem pensar, ele a pegou pela mão para impedi-la de sair.

—Tudo bem, eu espero no refeitório— disfarçadamente, ela se soltou e saiu. Seus nervos estavam à flor da pele.

Logo serviram o café da manhã ao marquês e, em pouco tempo, os dois estavam frente a frente, tomando café.

—Diga-me, marquês, o que exatamente aconteceu ontem à noite? Concordo que me ataquem, mas atacar pessoas inocentes, não vou permitir— sua fúria era evidente. —Foram os Gaillard, certo? Eles são os únicos afetados pela minha existência— ela começou a comer.

—Você está certa, no entanto, fique tranquila. Eu cuidei de tudo, aceite minhas desculpas em nome do império Solen. Não conseguimos protegê-la bem— ele se levantou, fazendo uma reverência.

—Calma, estou ciente de que você não teve culpa. Ele pode ser um falastrão e inventar mentiras, mas não acho que ele tentaria me matar— ela sorriu ironicamente.

—Acho que você não vai gostar de saber o verdadeiro motivo pelo qual eu disse aquilo— sua raiva era visível em seu rosto.

—Vamos lá, não pode ser tão ruim. A menos que você tenha se apaixonado por mim à primeira vista, essas coisas não existem— ela disse rindo enquanto se cobria com a mão.

—Essa é a verdade. Fiquei tão apaixonado que não queria vê-la perto de mais ninguém, apesar de ser o imperador, senti ciúmes dele— ele se curvou, parecendo envergonhado.

—Você deveria procurar alguém adequado, na verdade eu já fui casada e não sou capaz de suportar um relacionamento novamente. Sofri muito naquele casamento, não confio nos homens, muito menos que eles possam sentir algo real. Sinto muito— sua expressão era triste, lembrando de cada momento em sua vida anterior como Lola.

—Posso pelo menos tentar?— ele parecia querer perseverar.

—Você só vai perder seu tempo, mas se não se importa... Pode tentar— ela sorriu, querendo que ele descobrisse por si mesmo que não poderia fazê-la se apaixonar. Pelo menos era o que ela pensava. Ela ainda não sabia o quão persistente Noil Laroux poderia ser.

—Passaria todas as vidas necessárias tentando te fazer se apaixonar por mim até conseguir, espero que isso faça você entender o quanto você me agrada— já ao lado de Sophia, ele disse isso em voz baixa.

Sendo mulher e tendo um homem bonito, com traços físicos fascinantes, era inevitável que ela sentisse seu corpo arrepiar.

—Estarei esperando— ela bebeu seu suco para se acalmar.

—Terei todo o tempo do mundo. Sua Majestade pediu que você ficasse aqui, já que a mansão foi destruída e o resto de suas armas foram roubadas— ele sorriu maliciosamente, feliz por tê-la por perto, sob o mesmo teto.

—Entendo— ela suspirou em resignação. —Com o roubo, eles só podem causar sua própria morte, pois as armas não funcionam se forem roubadas e, sinceramente, quem quer que tenha feito isso morrerá. É uma das cláusulas do contrato, eles nunca leem as letras miúdas— ela riu consigo mesma. Afinal, ver seu falecido marido trabalhar valeu a pena.

—Não sei se devo temê-la ou idolatrá-la por sua inteligência— ele se aproximou um pouco mais de Sophia. Ao ver essa ação, a jovem se levantou rapidamente, se afastando dele.

—Vi que ao lado da mansão há uma pequena cabana, eu poderia morar lá?— suas expectativas não eram altas, mas ela queria tentar.

—Este lugar não é habitado há muito tempo, será melhor você escolher um quarto no andar de cima da mansão— ele ficou sério ao falar sobre o assunto.

—Muito bem, então prefiro ir para uma pousada na cidade mais próxima, com licença— ela tinha certeza de que não tornaria as coisas fáceis para o marquês.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***