— Para onde iremos agora, marquês? — perguntou intrigada.
— Como todos os seus pertences se perderam no incêndio, precisamos reabastecer pelo menos o seu guarda-roupa — ele sorriu, pegando a mão dela. — Não precisa se preocupar com nada, eu me encarrego das despesas — ele notou o olhar de Sophia, que ainda refletia culpa. Além disso, ele assumiu que, com seus pertences, ela também havia perdido seu dinheiro e, embora no final lhe pagassem pelas novas armas, ele queria que ela não gastasse em coisas que não deveria ou simplesmente queria agradá-la.
— Obrigada, marquês, porém, eu me encarrego das minhas despesas. Tenho solvência econômica suficiente para me dar ao luxo — de um círculo quase invisível, Sophia tirou uma bolsa com moedas de ouro.
— Você não para de me surpreender — Noil, embora dissesse estar surpreso, estava mais assustado, pois apenas de ver a mão de Sophia desaparecer dentro de algo que ele não conseguia ver ou compreender, ficou assustado.
— Você deveria ver o seu rosto neste momento, diz exatamente o oposto do que as suas palavras dizem — ela começou a rir, zombando do marquês.
— É totalmente verdade que ela não é uma bruxa, isso pode ser comprovado pela forma como ela é com os humanos normais, mas ela tem capacidades que nem todos são capazes de realizar. Como ela guarda o dinheiro dela num lugar assim? — ele se questionava, e com razão, ninguém conseguia fazer isso. Pelo menos o dinheiro do império era guardado em cofres e apenas uma pessoa tinha a chave, além disso, cada nobre e plebeu era responsável por cuidar de seu próprio dinheiro, ele simplesmente não entendia como Sophia podia ter algo como uma caixa de objetos sem fundo.
— Posso te dar uma — ela disse como se não fosse nada importante ou difícil de conseguir. — Mas isso deve ficar entre nós, mais ninguém pode ter esse luxo, o que acha? — ela sorriu e piscou um olho, um ato que ela fez sem pensar.
— Isso me deixaria muito feliz — ele aceitou de bom grado, pois ter um segredo como aquele era o começo de algo, daí sua grande felicidade.
Depois de uma longa viagem, eles finalmente chegaram à cidade mais próxima. Ao descer, Sophia ficou maravilhada, pois, apesar do tempo que passou naquele mundo, não tinha conseguido apreciar as suas maravilhas.
Noil pôde ver o sorriso naquela linda mulher que caminhava ao seu lado, então se ofereceu para lhe mostrar os lugares mais movimentados. Da sua pastelaria favorita porque faziam aquele bolo de morango que tanto o lembrava da mãe, até à sapataria, onde os pais sempre lhe compravam os sapatos.
— Tem certeza de que estes são os lugares mais movimentados, marquês? — ela tentou zombar.
— Sim. Os mais movimentados para mim, só quero que você me conheça melhor e talvez assim você queira compartilhar seus gostos comigo — sua expressão era sincera, diante de Sophia ele se mostrava como era.
— Eu gosto de flores, também gosto da cor azul, adoro animais, mas prefiro que vivam em seu habitat, adoro cozinhar e só o faço para as pessoas que me são importantes, além disso gosto de desenhar coisas, você já viu, sou boa em criar coisas — De repente, ela deixou escapar vários de seus gostos, tentando fazer o homem ao seu lado feliz. — O que mais você gostaria de saber, marquês? — ela perguntou sorridente.
— Você gosta de mim? — firme e nervoso com a resposta à sua pergunta, ele a fez.
— Não vou negar, eu gosto de você, mas isso não é suficiente. Com uma pessoa como eu, a aparência física não é suficiente — ela começou a andar, para não entrar em detalhes sobre as dúvidas do marquês.
— Agradeço, essa era a resposta que eu procurava para me decidir — ele correu para alcançá-la e disse isso. Algo que Sophia não entendeu completamente, embora pudesse intuir que se tratava de sua tentativa de conquista.
Mais adiante, entraram numa loja de roupas muito conhecida, mas na verdade a Sophia não gostava dos vestidos tão pomposos que vendiam, além disso eram de cores muito vivas e ela preferia os neutros, por isso optou por não comprar nada.
— Marquês, aqui vende-se roupa um pouco mais simples? — perguntou, pois preferia aquele tipo de roupa ao que tinha visto anteriormente.
— Está-se a referir a roupa para o povo? — ficou surpreso com a pergunta de Sophia.
— O senhor viu como eu cheguei vestida a este império, apesar de simples, com aquela roupa eu me sentia muito confortável. Se aqui veem essa forma de se vestir como algo mau, é melhor que não me vejam comigo, pois a menos que seja para um evento muito importante, eu me vestirei de forma simples como sempre —
Esperando uma reação negativa do marquês, Sophia disse isso demonstrando raiva, pois sentia que poderia ser menosprezada por apenas usar um tipo de roupa diferente do que normalmente se usa no império Solen.
— Fico feliz em ouvir isso, então vamos à loja de um bom amigo meu, ele faz as minhas roupas — ele sorriu sem mais delongas.
Cada ato de Noil surpreendia Sophia, neste caso, ele a pegou pela mão novamente e não ficou com raiva, mas a admirou ainda mais porque ela não se importava com o que os outros pensavam dela, algo que realmente descrevia as mulheres nobres, que sempre buscavam a aprovação do resto das pessoas.
Eles caminharam por alguns becos até chegarem a uma pequena loja, era um lugar pequeno, mas bonito, Sophia gostou.
— Meu senhor, seja bem-vindo. A sua encomenda ainda não está pronta, embora eu possa ter errado na data de entrega — um homem mais velho cumprimentou Noil com uma gentileza admirável.
— Ainda não é hora, Sr. Oliver, hoje vim comprar roupas para esta bela mulher — ele apresentou Sophia dessa forma, o que a fez corar um pouco.
— Muito prazer, meu nome é Sophia Brunet. Gostaria de comprar várias peças da sua loja, o trabalho que faz é ótimo — disse ela gentilmente.
— Meu senhor, eu não sabia que estava noivo — ele sorriu com a boa notícia — além disso, ela é uma jovem muito bonita e gentil, você realmente encontrou a mulher certa para você — ele o parabenizou apertando sua mão.
— Você não tem ideia do quanto eu gostaria que ela aceitasse ser minha esposa, mas ela não está interessada, rejeitou os meus sentimentos — ele pareceu triste.
— Dei-lhe a oportunidade de me conquistar, se o conseguir, aceitarei ser sua esposa, marquês — a maneira que ela encontrou para se defender naquele momento foi essa.
Os olhos de Noil brilharam com o que Sophia disse, agora mais do que nunca ele faria tudo ao seu alcance para conquistar a mulher diante de seus olhos.
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Atualizado até capítulo 46
Comments
Ezanira Rodrigues
Seu marido a machucou tanto, que mesmo vindo para outra época, estas lembranças não a abandonaram. Pela primeira vez, ela vê um homem agir com respeito e isto a estar fazendo com que se sinta mais a vontade junto dele.
2025-03-29
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Erlete Rodrigues
você está ficando interessada
2025-03-01
1