Capítulo 3

—Duquesa, posso entrar? — perguntou alguém na porta.

Lola, agora Sophia, havia adormecido após a visita da anciã, por causa da quantidade de informações e também porque seu corpo estava cansado.

A jovem decidiu entrar mesmo sem permissão, aproximou-se de onde Sophia estava e deixou uma bandeja com comida no criado-mudo.

—Duquesa, eu trouxe o jantar. Por ordem do duque, a senhora deve comer, por favor, acorde — pediu, enquanto movia sua senhora com muito cuidado.

—Não! Não foi minha culpa, juro que fiz porque ele me incitou a fazer, não foi minha culpa — ela acordou abruptamente, suando frio e com lágrimas escorrendo de seus olhos.

—Sinto muito, minha senhora, não queria assustá-la. Perdoe minha falta de respeito — a jovem se ajoelhou ao lado da cama e implorou enquanto se curvava.

—Não é sua culpa. Retire-se, por favor. Vou jantar e você pode retirar tudo em uma hora, aproximadamente. Quero ficar sozinha — ordenou ela. Sua expressão estava pálida, ela havia tido um pesadelo e por isso sua reação.

A jovem, sem mais delongas, saiu do quarto.

Sophia decidiu se alimentar bem, pois o corpo que agora tinha parecia não estar se alimentando direito há muito tempo, já que ela podia ser magra e ainda assim ter saúde, mas este corpo estava quase só pele e ossos, o que era evidência de uma doença.

Ela experimentou uma sopa de legumes e seus olhos brilharam, o que ela havia provado era delicioso. Ela continuou com o jantar até terminar tudo completamente. Depois de uma hora, a mesma jovem voltou para pegar a bandeja e ficou surpresa ao não ver nenhum vestígio de comida. —A senhora gostou do jantar, Duquesa? — Ela esperava uma resposta afirmativa, isso realmente a deixaria feliz.

—Sim, muito. Certifique-se de dizer às cozinheiras que de agora em diante comerei muito bem, então elas devem se esforçar nas refeições — despediu-se assim da jovem em seu quarto.

— "Vejamos. Aquele homem disse que eu só preciso aguentar mais dois anos. Tempo suficiente para aprender tudo sobre este mundo, ou pelo menos o básico. Espero conseguir" — ela sorriu e caminhou pelo grande quarto.

Ela começaria seus estudos sozinha, além disso, esperava não ter problemas se não se metesse com ninguém. Por enquanto, naquela noite, ela decidiu dormir e descansar, sua nova vida começaria no dia seguinte.

Sophia desceu as escadas na manhã seguinte. Ela não esperou que nenhuma empregada a ajudasse no banho ou na vestimenta, ela decidiu fazer as coisas sozinha. Ela admirava todo o lugar, parecia ser uma mansão grande, ela comparava com mansões nos subúrbios de milionários na Terra.

—Bom dia, duquesa. Pretende ir a algum lugar? — perguntou um homem já velho, com cabelos grisalhos.

—Bom dia, eu estava apenas olhando o lugar. Você poderia me dizer onde fica a biblioteca? — ela o cumprimentou gentilmente.

—É compreensível que, apesar de estar aqui há um ano, a senhora ainda não saiba onde ficam alguns lugares — ele mostrou desgosto em seu rosto.

—O duque me informou que o senhor cuidaria da mansão e de tudo o que lhe diz respeito, mas nunca mencionou que o senhor se arrogaria o direito de falar comigo tão abertamente sobre o que pensa de mim. Para ser sincera, suas opiniões não me importam, só peço que, se eu não lhe falar mal, espero o mesmo do senhor — ela tentou neutralizar aqueles sentimentos.

—Minhas desculpas — ele se curvou — a biblioteca fica mais adiante, a terceira porta à esquerda, se precisar de mais alguma coisa, pode pedir a qualquer uma das moças — ele informou e com uma leve reverência se retirou.

Sophia não quis dizer mais nada e apenas se dirigiu à biblioteca, queria ler tudo sobre aquele lugar, esperava encontrar algo interessante, pois a única coisa que deduziu era que aquele mundo tinha algum tipo de magia, era na antiguidade e também que ela havia chegado a outra gaiola de ouro, algo que não podia permitir.

Ela leu tudo o que pôde naquele dia, até pediu que suas refeições fossem levadas para a biblioteca, não pensava em incomodar ninguém, então apenas se concentraria em estudar por conta própria, já que sempre foi boa em aprender as coisas apenas observando ou lendo sobre elas.

—Com licença, quanto tempo durará a expedição do duque? — era um novo dia e ela havia pensado muito sobre o que queria fazer com sua nova vida.

—Duquesa, o duque retornará no dia em que seu contrato terminar, então a senhora não precisa se preocupar com isso. Precisa de alguma coisa? — ele não gostava de Sophia, talvez porque ela tentou fugir com outro homem.

—Bem, eu só estava me perguntando se talvez eu pudesse ter algum dinheiro à disposição — ela duvidava que permitissem que ela usasse o dinheiro de um homem com quem ela só estava por um acordo de papel.

—A senhora tem direito a uma certa quantia todo mês, porém já gastou muito, por isso não terá dinheiro em suas mãos por pelo menos meio ano — seu sorriso era evidente.

—Tudo bem, isso não importa muito agora. Posso vender as coisas que tenho no meu quarto, como joias e vestidos? — ela precisava conseguir dinheiro de alguma forma.

—Pode fazer o que quiser com suas coisas, mas não poderá sair da mansão, se quiser vender seus pertences, mande um guarda fazer o serviço — terminando de dizer isso, ele saiu do local, um tanto irritado, pois não conseguiu irritar aquela mulher.

Sophia reuniu o que não era indispensável para ela, todas as joias sairiam da mansão, assim como os vestidos mais ostentosos, ela só ficaria com o que a fizesse sentir confortável.

—Com licença, vocês poderiam levar isso para a cidade e vender, por favor? — ela pediu a um par de guardas do ducado.

Os homens ficaram surpresos com o pedido da duquesa, mas ainda mais com a forma como ela pediu.

—Sim senhora, com prazer — respondeu gentilmente um deles.

—O que quiserem pagar para eles está bom, mas se conseguirem o preço mais alto, não vou reclamar — ela sorriu e entrou novamente na mansão.

De repente, o mordomo, que não gostava de Sophia, chegou. —Levem tudo para um dos depósitos e entreguem isto à duquesa.

O homem não podia permitir que se perdesse tudo o que o duque havia comprado para sua esposa no início, porém também não podia se dar ao luxo de dizer sim a todos os pedidos daquela mulher, que com sua mera presença ajudava seu senhor. Ele não conseguia gostar dela.

—Senhora, isto é o que nos deram pelas joias e vestidos, espero que seja suficiente — à tarde, um dos guardas entregava o dinheiro, que era muito mais do que Sophia esperava.

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Comments

uno

uno

Coutada conseguiu fugir do marido, mas ganha um mordomo igualmente agressivo

2025-04-13

0

Ezanira Rodrigues

Ezanira Rodrigues

De.uma coisa ela pode ter certeza. Não terá um marido agressor na vida dela.

2025-03-29

1

Tati Moura

Tati Moura

ela já sabe ler e conta dinheiro nesse mundo??😱😱😱

2025-02-27

0

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