Capítulo 9

—Lady Gaillard, agora a receberá sua majestade— Sonet tinha ido buscar aquela jovem.

—Desculpe Sonet, quem era a mulher que estava com sua majestade?— algo tensa e preocupada, perguntou.

—Ela é a jovem que salvará o império, seus produtos são da melhor qualidade e decidiu vendê-los somente ao império Solen. Logo a apresentarão, estão preparando um baile para sua recepção— parecia feliz ao falar dela.

—Não era uma candidata a concubina?— interrompeu o marquês Leroux, desconcertado.

—Não, jovem marquês. A senhorita Brunet é uma nobre do império Narum, a descobrimos quando já vínhamos para cá. É uma artesã extraordinária e por essa razão decidimos trazê-la ao império. Apesar de ter nos custado muito, aceitou fazer produtos somente para nós, é uma verdadeira fortuna contar com seu talento— seguia sorrindo.

A jovem de olhos azuis caiu ao chão como se fosse desmaiar. —Eu lamento, então o que disse é verdade?— sua preocupação já era evidente.

—A que se refere?— a dúvida se apoderou de Sonet.

—Eu puxei seu cabelo e com um golpe a joguei no chão— as lágrimas já percorriam suas bochechas. —Disse que a vida de sua majestade poderia estar em perigo— sua voz se entrecortava.

—Se algo acontecer à sua majestade, a senhora será a única culpada. Se sofrer algum mal, desfrutarei ser eu quem a execute— dizia isso enquanto corria para o escritório do imperador.

Entrou sem se anunciar antes, sua respiração voltou a ser normal, ao ver que tudo estava bem com o imperador.

—O que houve Sonet?— se deu conta do suor do homem e intuiu que algo havia acontecido.

—Majestade, Lady Gaillard agrediu e insultou a senhorita Brunet, achei que algo tivesse acontecido com ela— tentava explicar.

Logo chegaram Stephanie e o marquês e corroboraram que tudo estava bem.

—Sonet, preparem meu cavalo e um esquadrão, iremos ver a senhorita Brunet, isso não pode ficar assim, ela pode até mesmo morrer mais tarde— sua preocupação era real.

—Majestade, por acaso essa mulher é uma bruxa?— questionou o marquês.

—É uma mulher precavida e astuta, não vai querer se meter com ela— tentava explicar enquanto iam caminho à saída principal.

Assim, um esquadrão de trinta soldados, Sonet, o imperador e o marquês, se dirigiram à mansão onde Sophia estava. Quando chegaram, os empregados se assustaram, fizeram uma reverência ao verem o imperador e os deixaram passar sem nenhum tipo de proibição.

—Onde está a senhorita Brunet?— perguntou o imperador.

—Ela está no jardim, por favor, aguardem, irei chamá-la— respondeu um dos tantos empregados.

—Não precisa. Já estou aqui— Sophia entrava pela porta principal. —O que precisa, majestade?— perguntou sem fazer uma reverência, o que tomaram como uma grande falta de respeito para com o imperador.

—Peço desculpas pela ousadia de Lady Gaillard, ela não sabe o que está em jogo com sua forma de agir— o imperador, havia se curvado perante Sophia e Sonet fez o mesmo, assim como os soldados.

O marquês e os empregados não entendiam o que estava acontecendo e logo chegou também Lady Gaillard, observou o que acontecia e não entendia nada.

—Levante seu rosto, imperador. Felizmente para você, não o afetou, pois foram ciúmes infundados de uma mulher insegura— sentou-se em uma das poltronas que estavam na sala onde se encontravam.

—Então, não haverá repercussões pelo que aconteceu?— já de pé, perguntou.

—Simplesmente vou pedir a cabeça de sua prometida, não sou alguém que pode perdoar esse tipo de agressões sem motivo. Nosso acordo continuará intacto— sugeriu.

Ao escutar o pedido, Stephanie se aproximou do imperador e suplicou para que não desse ouvidos à mulher que estava ali, dizia que ninguém tinha mais poder que o próprio imperador.

—Você só pretende salvar sua cabeça, sem se importar por cima de quem tenha que passar. Vamos mudar isso, majestade— se pôs de pé. —Venderei os produtos até que se case, aquele dia desaparecerei deste império e não me verão novamente. A menos que troque de prometida e alguém mais se torne imperatriz— sorria zombeteira, enquanto mantinha seu olhar fixo em Stephanie Gaillard.

—Aceito seus termos, senhorita Brunet, a imperatriz será outra pessoa, assim assegurarei a prosperidade do meu império. Agradeço— com uma leve reverência se despediu e todos foram atrás dele.

—Se acha que isso vai ficar assim, está enganada. Meu pai se encarregará de você e eu manterei o status de prometida— furiosa, gritava para Sophia, mas ela não deu ouvidos às suas palavras.

—Bom, o show terminou, voltem às suas funções— ordenou aos empregados e foi para seu escritório, devia começar com os desenhos propostos pelo imperador.

As pessoas que presenciaram o que havia acontecido, seguiam sem compreender como o imperador de um grande império, havia se curvado perante uma simples nobre de outro lugar. Mesmo assim, os empregados assumiram que era alguém muito importante ou poderosa para seguir suas ordens ao pé da letra.

—Majestade, não pode cancelar nosso compromisso por alguém tão insignificante— a ruiva se agarrava ao braço do imperador suplicando para que não fizesse nada do que Sophia havia pedido.

—Acabou, Lady Gaillard, você causou tudo isso— se afastou dela. —Soren, Lady Gaillard está proibida de entrar no palácio e que fique claro para todo mundo— ordenou.

—Sim, majestade, como quiser— respondeu e pediu a um par de guardas que retirassem a mulher, que só havia causado problemas.

Não foi necessário que alguém dissesse algo, pois entre os servos correu o rumor sobre o rompimento do compromisso do imperador e da senhorita Gaillard, em questão de horas, já era a chacota de toda a sociedade, já que sempre havia se gabado de seu futuro e como seria a melhor imperatriz de Solen, suas suposições fizeram com que todos a convidassem para suas reuniões somente para zombar dela, sem ter havido um anúncio oficial ainda.

—Lady Gaillard, soubemos que sua majestade rompeu o compromisso. Acaso você fez algo ou ele já encontrou alguém digna?— perguntou uma das presentes na festa de uma duquesa renomada.

—São somente boatos, se isso fosse verdade, sua majestade já teria feito um anúncio— com nervosismo respondeu, ainda guardava a esperança de que o imperador mudasse de ideia.

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