Capítulo 15

Por sua vez, Noil não se importava com as suas lembranças, naquele momento, quando viu as chamas, a única coisa que lhe preocupou foi a segurança de Sophia. Por isso, depois de ouvir a sua explicação, sem se importar com a reação daquela mulher de cabelo prateado à sua frente, aproximou-se e abraçou-a com força, de forma calorosa. Queria que ela soubesse que não importava o que ela tivesse feito, ele simplesmente agradecia que ela estivesse bem e segura.

—Não estou zangado. Estou feliz que estejas bem. Agora tenta descansar, eu trato de controlar o incêndio — deu-lhe um beijo na testa e saiu do quarto, para ver como estava a situação.

Sophia não conseguia entender o comportamento daquele homem, se parasse para pensar, talvez se ela estivesse com o seu falecido marido, ele a teria culpado por tudo e até mesmo batido nela. Algo dentro dela fazia com que comparasse as ações de Noil com aquele homem mau e o seu coração começava a sentir algo que pensou que nunca mais poderia sentir.

—«Obrigada, marquês, e por favor perdoe a minha estupidez» — lamentava-se e fechou os olhos para poder descansar.

No final, o fogo consumiu-se de fora para dentro, de forma que começou nas extremidades da cabana e terminou no centro. Não foi preciso mais água ou a ajuda de mais ninguém, pois o fogo extinguiu-se sozinho. No entanto, não deixou vestígios de que alguma vez tivesse existido uma cabana naquele local.

—Marquês, lamento. Não conseguimos salvar nada da cabana — um dos capitães, apresentava o relatório.

—Há feridos? — perguntou sério.

—Nenhum, senhor. —

—Muito bem, agora que tudo está controlado, voltem a descansar, de manhã cuidaremos do que restou — deu a ordem e voltou para o seu quarto, não sem antes preparar um chá para acalmar os nervos de Sophia.

—Como te sentes? — perguntou gentilmente ao chegar ao quarto e entregou-lhe o chá.

—Por favor, desculpe-me. Nunca deveria ter feito uma coisa dessas, só queria ajudar — suspirava, pois tinha chorado muito. Imediatamente, bebeu o chá de um só gole.

—A cabana pode ser reconstruída ou até posso fazer algo novo, mas a tua vida é o que me preocupou. Não imagino o que teria feito se te acontecesse alguma coisa — pegou na mão de Sophia e colocou-a na sua bochecha.

—Não percebo porque estás interessado em mim, na verdade não sou alguém que te convenha, devias procurar outra pessoa — soltou-se da mão de Noil e virou-lhe as costas.

—Sei perfeitamente que podia, no entanto não o farei. A mulher que eu gosto és tu. Não só pela tua aparência física, que certamente és muito bonita, também adoro o quão independente és, apesar da tua tenra idade e depois de tudo o que deves ter vivido, tenho a certeza que conseguiste superar — deitou-se na mesma cama que Sophia e abraçou-a por trás.

—Estás a cruzar uma linha que tem perigos, não mereces uma coisa dessas — disse melancolicamente. —Decide quem dorme na cama, porque não vamos dormir juntos — começava a levantar-se.

—Eu durmo no sofá, fica tranquila, só precisava de sentir o teu calor e que soubesses que estou aqui ao teu lado — levantou-se da cama resignado e dirigiu-se ao sofá.

—Obrigada, pela tua gentileza. Espero que compreendas o meu afastamento — mesmo com tudo o que foi dito, Sophia começava a preocupar-se com a opinião de Noil.

—Disse que ia tentar, isso não me vai fazer parar, vais precisar de algo mais do que um simples "hoje não dormimos na mesma cama", haverá muitas mais oportunidades para isso e prometo que vou aproveitá-las — olhando diretamente para Sophia, Noil ria-se dela, mas também lhe dava a entender que estava bem com o que ela decidisse, não pensava obrigá-la a nada.

Sophia apenas se virou e sorriu. Aquele homem de cabelo loiro estava a apaixoná-la com pequenas ações como a que ela tinha acabado de observar, ela só conseguiu suspirar.

Na manhã seguinte, puderam notar que no local onde ficava a cabana, só restava um chão preto, cheio de cinzas, mas não havia vestígios de que alguma vez ali tivesse existido alguma construção.

—Posso ajudar de alguma forma? — perguntou Sophia com algum nervosismo por ainda se sentir culpada. Claro que só o marquês sabia disso.

—Claro, poderia dizer-me qual é a sua flor favorita? — com um sorriso, questionou Noil.

—Na verdade, nunca pensei nisso, mas gosto muito de lírios e rosas, têm uma infinidade de cores, principalmente por isso — respondeu, sem dar muita importância à pergunta.

—Senhorita Brunet, poderia acompanhar-me a um lugar? — o marquês parecia ansioso, por esta razão, Sophia aceitou o seu convite.

Antes de partirem para o local para onde Sophia seria levada, Noil deixou instruções aos seus empregados, que se aperceberam do afeto que o seu senhor sentia por aquela mulher de cabelo prateado.

Então Sophia e Noil subiram numa carruagem e esta avançou até chegar a um lugar lindo, parecia ser o jardim dos deuses, havia uma imensa diversidade de flores, as cores extasiavam a visão de Sophia, que só tinha visto flores em revistas e lojas, pois nunca lhe tinham dado uma única flor na vida.

—Este lugar é maravilhoso — a sua felicidade podia ser vista nas suas expressões.

—Esta é a estufa de flores do império, aqui são plantadas todas as flores existentes no império, claro que cada uma tem o seu tempo e claro que há quem saiba cuidar delas. A minha mãe foi uma das pessoas que criou este lugar — no início da explicação irradiava felicidade, mas ao tocar no assunto da sua mãe, o seu olhar tornou-se triste.

—Lamento. Se lhe causa algum tipo de lembrança dolorosa, é melhor irmos-nos embora — ela não suportava ver aquele rosto de tristeza, naquele homem que sempre demonstrava ser forte e feliz.

—Já que lhe mostrei este lugar lindo, devemos ir para o nosso próximo destino — pegou na mão de Sophia e correram para a carruagem, como se fossem um casal apaixonado.

...----------------...

Embora um pouco tarde, apresento-vos aqueles que se assemelham aos nossos protagonistas.

Sophia e Noil.

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Comments

Ezanira Rodrigues

Ezanira Rodrigues

Onde estão as fotos deles?

2025-03-29

0

Iza Cabral

Iza Cabral

estás a enganar-nos autora ? nenhuma foto aqui

2025-03-03

4

Sara Emanuele

Sara Emanuele

cadê!

2025-03-15

0

Ver todos

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