—Agradeço a vocês — ela pegou uma das menores bolsas e tirou várias moedas. —Isso é pelo seu tempo. — Ela entregou dez moedas de ouro para cada homem, embora eles quisessem recusar, Sophia não permitiu.
Logo todos os empregados da mansão souberam o que a duquesa havia feito, e começaram a fofocar, pois pensavam que aquela era sua nova forma de tentar suborná-los para que ela pudesse fugir novamente, então todos ficaram irritados com os guardas que aceitaram o dinheiro.
—Você pode pedir para que ninguém mais faça minha comida? — ela se dirigiu ao mordomo.
—Isso seria bom para as cozinheiras, você não gosta das comidas delas? — ele zombou dela.
Depois de recompensar os guardas por supostamente venderem seus pertences, ela começou a receber comida fria e, em seguida, muito pouca comida. Nos últimos dias, a comida estava com um gosto ruim, como se tivesse sido deixada de lado por dias e depois enviada para ela. Claro que tudo era uma conspiração porque eles pensavam que ela poderia estar tentando machucar seu senhor.
—Acho que é melhor eu cozinhar minhas próprias refeições. Na realidade, não preciso de ninguém, posso sobreviver sozinha, porém estou neste lugar por ordem do duque, não me interessa tornar a vida de ninguém impossível, embora eu ache que vocês estão tentando me impedir de ter uma vida tranquila aqui. Se vocês vão se comportar assim, não tenho problema, simplesmente peço que não se metam no meu caminho, deixarei uma coisa clara, cumprirei minha parte do acordo e não sairei desta mansão até que o duque volte — ela estava quase gritando para que todos que estivessem por perto pudessem ouvir.
—Entendo. Ficarei feliz e tranquilo até que esse dia chegue, duquesa, além disso, duvido muito que a senhora possa sobreviver sem a ajuda de ninguém, você nunca precisou mover um dedo. Quando quiser vir pedir ajuda, ninguém irá, pois será proibido — ele continuou zombando dela, acreditando que aquela Sophia era a mesma.
Claro que eles deixariam Sophia fazer o que quisesse, pois não podiam se dar ao luxo de proibi-la de fazer qualquer coisa além de sair. Mas eles esperavam um fracasso retumbante.
A partir daquele dia, aquela mulher preparava suas próprias refeições, depois passava o dia inteiro na biblioteca e eles não ouviam mais nada sobre ela. Ela levava dois dias para fazer suas tarefas, que incluíam limpar seu quarto completamente e lavar cada peça de roupa que usava, até mesmo os lençóis e as cortinas.
Cada ato de Sophia deixava os empregados maravilhados, pois não acreditavam que aquela mulher, que sempre se mostrou tirânica e calculista, fosse capaz de fazer algo com as próprias mãos, porém nenhum deles admitiria a derrota, o orgulho falava mais alto e eles deixaram que as coisas continuassem como estavam.
O tempo passava, mas para Sophia era agradável. Ela estava aprendendo muito sobre seu novo mundo, que era um pouco parecido com o anterior, aqui os países eram impérios, os presidentes eram imperadores e o resto da população era dividido da mesma forma, classes altas e baixas, além de um povo, a quem chamavam de plebeus. Também existiam magos e bruxos, quando soube disso, ela conseguiu se lembrar da mulher que a havia enviado para aquele lugar e percebeu que ela era uma bruxa. Apesar de pesquisar, ela não encontrou informações suficientes para saber mais sobre o assunto, mas encontrou algo entre as coisas em seu quarto. Era aquele livro que a velha tinha na hora de sua transferência para a Terra. Então ela decidiu lê-lo centenas de vezes até que um dia, ela foi capaz de compreender, entender e criar feitiços, os que estavam escritos no grimório. Eram muitos, mas ela também percebeu que nem todos eram bons, então separou os feitiços das trevas dos outros, que incluíam feitiços de defesa, criação de objetos por meio de desenhos, proteção, entre outros.
Com o tempo, ela foi capaz de melhorar e isso a deixava muito feliz, ela nunca havia experimentado esse tipo de liberdade antes, então estando ali, ela fazia o que queria.
Logo chegou o momento que todos os empregados esperavam, embora Sophia não se importasse, na verdade ela só tinha visto o marido uma vez e não pensava em se apaixonar em algum momento, sua prioridade agora era ela mesma.
—Senhora, o duque chegou. Ele pede para vê-la em seu escritório — uma das empregadas a informou.
Sophia parou de ler seu livro e foi até o escritório do duque. —Bem-vindo, duque, espero que tudo tenha corrido bem em sua expedição — ela o cumprimentou sem fazer uma reverência.
—Você sabe que dia é hoje? — ele perguntou, sentado atrás de sua mesa.
—Hoje termina o acordo do nosso casamento — ela respondeu.
—Estes são os documentos, seus pais já assinaram, só falta sua assinatura e daremos por encerrada a relação que nunca tivemos — ele entregou várias folhas de papel.
Sophia, sem pensar, apenas se aproximou e assinou o documento, ela tinha certeza de uma coisa: queria ser feliz, sem estar presa a ninguém.
—Muito bem, a compensação pela nossa separação será entregue a você antes de você ir embora esta tarde, espero que mil moedas de ouro sejam suficientes por três anos da sua vida — ele disse a ela seriamente.
—Por favor, envie metade para meus pais. Tenho certeza de que de alguma forma eles fizeram isso por dinheiro, a metade é um bom lucro para o negócio que fizeram com a filha. Agradeço por tudo, espero que encontre a felicidade — ela disse honestamente, pois pela forma como seus empregados tentavam protegê-lo, ela sabia que ele era um homem honrado e bom.
—Disso você pode ter certeza, eu trouxe comigo hoje a mulher que será minha esposa — ele sorriu pela primeira vez.
—Então vou pegar minhas coisas e vou embora da sua casa agora mesmo. Com licença — ela se despediu.
Ela subiu para seu quarto e, como já estava pronta, novamente com uma pequena mala, saiu daquele lugar, de todos os livros que leu, ela só levou o grimório, que embora ela já tivesse aprendido cada feitiço, ao tentar destruí-lo ela não conseguiu, então decidiu levá-lo consigo, pois era algo perigoso nas mãos erradas.
Ela desceu as escadas e, pela primeira vez, todos os empregados estavam reunidos para se despedir dela.
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Atualizado até capítulo 46
Comments
Ezanira Rodrigues
Torcendo para que Sophia seja feliz.
2025-03-29
1
Erlete Rodrigues
tomara que venha uma bem nojenta para vocês aprender
2025-02-28
2