Princesa Young

— Então... essa é a princesa Young? — uma voz feminina surge do escuro.

Olho para trás e vejo uma linda mulher com trages vulgares. Ela é morena dos olhos cor de mel. Os seus cabelos ultrapassam a sua cintura modelada. Ela veste-se apenas com uma lingerie sexy.

— Princesa, sabia que é falta de educação ficar olhando para os outros dessa forma? — ela sorri. Mais duas mulheres aparecem atrás dela.

— É ela, Íris? — uma mulher ruiva pergunta olhando-me de cima até embaixo.

— Sim, essa é a nova esposa do Fernandinho... — ela diz com um sorriso travesso.

— Com licença, meninas, preciso ir! — digo as ignorando completamente e dando às costas.

— Nem pense, princesa! — Íris corre até mim e suspende-me pelo pescoço.

— Solte-me! — debato-me. — Ordeno que me solte!

— Ordena? — a mulher ruiva ri com as demais.

Antes da cerimônia começar, quando as criadas saíram do quarto, a minha mãe deu-me uma correntinha de prata. Ela disse que era para que se algo desse errado e eu estivesse em perigo, usá-la.

Pego a correntinha de prata e a coloco no rosto de Íris, forçando-a contra o seu rosto. Íris, com dor, solta-me e caiu no chão, contorcendo-se de dor. Corro para o lado do salão novamente. Ouço passos e evito olhar para trás, sei que Íris e as outras duas mulheres estão atrás de mim.

Assim que chego nas escadas, alguém empurra-me lá de cima. Desço escada a baixo rolando.

• Fernando •

Ágatha pega o desenho do seu irmão, Charles, das minhas mãos e o rasga. Fico surpreso com a audácia dela. Aliás, a família dela está aqui, no castelo do submundo, e poderiam ser desmembrados sem esforço algum. Ela sobe às escadas correndo. Eu apenas a ignoro e volto a falar com os convidados, a maioria dos súditos estão ansiosos pelo meu reinado.

Os pais de Ágatha, o rei e a rainha King, se aproximam de mim, fazendo os meus súditos se afastarem.

— A minha esposa, rainha Letícia, e eu viemos parabenizá-los pelo lindo casamento! — o rei Charles sorri friamente. — Queríamos dar os parabéns para a Ágatha também, onde ela está?

— A Princesa Young está por aí conversando com os convidados... — respondo. — Aliás, o povo quer conhecê-la!

— Mas, você não deveria estar com ela? — a rainha Letícia pergunta.

— Vossa Alteza... — murmuro.

— O que? — ela pergunta confusa.

— Referiu-se a mim como "você"... é "vossa alteza" para a senhora! — corrijo. — E a Ágatha não é tão indefesa assim!

— Aaaaah! — ouço o grito de Ágatha.

Olho para a escada e vejo-a rolando pela escada. Corro, desesperado, até ela e a pego nos braços, desacordada. Todos me olham assustados.

— O que estão a olhar?! — grito furioso. — Chamem os médicos imediatamente! Vão!

Levo Ágatha para o quarto e a deito na cama. A família dela chega logo em seguida, guiada por Diana. Deixo-os no quarto com ela e corro de volta para o salão.

— O que faremos, senhor? — um dos criados pergunta.

— Continuem a festa! — ordeno para que todos ouçam. — Mas, quero todos do castelo, que não estavam no salão principal, aqui agora!

Minutos depois, chegam cerca de 20 empregados e 30 mulheres. Os 18 empregados estavam na cozinha, enquanto os outros dois estavam chegando ao salão, pela porta dos criados. Mas, disseram que viram Íris, Merlya e Karina perseguindo a princesa uns minutos antes dela cair escada abaixo.

— Isso é verdade? — pergunto. As três, de cabeça baixa, apenas confirmam silenciosamente. — Por quê?

— Querido, queríamos apenas conhecer a nossa princesa... — Íris se aproxima jogando o seu charme. — Não queríamos machucá-la...

— Que marca é essa no seu rosto? — pergunto retirando o cabelo de Íris do rosto.

— A princesa atacou-me com uma...correntinha de ferro... — Íris faz cena. — Depois ela saiu a correr e caiu da escada.

— Onde está essa corrente? — pergunto. — Quero ela, agora!

— Não sei, Nandinho, a princesa correu com ela nas mãos... — ela beija o meu pescoço delicadamente.

— Saiam... — ordeno. Nenhuma delas escuta, apenas se aproximam. — Eu mandei saírem!

Íris leva um susto e sai do meu escritório irritada, levando junto as suas amigas. Volto para o quarto de Ágatha para ver como ela está.

— Mamãe, por favor! — ouço Ágatha implorar. — Eles são loucos, eu não posso mais ficar aqui, eles vão me matar!

— Cale-se, Ágatha! — o rei Charles grita. — Essa é a sua única obrigação como princesa: sacrificar-se pelo bem da coroa e do povo! E é isso que você está fazendo casando-se com aquele príncipe!

— Mas, papai... — ela insiste.

— Não me responda! — ouço um barulho de tapa e abro a porta rapidamente, entrando no quarto. Ágatha está encolhida a chorar, os seus pais olham-me aterrorizados e Jonathan encara-me.

— O que está acontecendo aqui? — pergunto aproximando-me deles. — Por que você bateu na minha esposa, na princesa Young?

— Desculpe, vossa alteza, estava apenas a ensinando uma lição para que ela não faça bobagens! — ele mente. — Ágatha, comportou-se de maneira imprudente correndo nas escadas e, agora a pouco, maldizendo da sua nova família...

— Eu não estava a correr nas escadas! — Ágatha grita em meio ao choro. — Elas empurraram-me!

— Cale a boca, vadia! — Charles levanta a mão para bater em Ágatha novamente.

— Não se atreva a encostar nenhum dedo na princesa Young! — ordeno a segurar o seu braço com força, fazendo-o se contorcer de dor. — Não compreende o seu lugar?

— Pare, por favor, vossa alteza! — a rainha Letícia implora. — Não o machuque, agora vocês dois são sogro e genro!

— Saiam daqui! — ordeno ao soltar o seu braço. Os três saem correndo para fora do quarto. Olho para Ágatha que se encolhe e desvia o olhar, assustada. — Não precisa ter medo de mim, não vou fazer nada com você... — pouso a mão sobre a sua cabeça e brinco com os seus cabelos.

— Me desculpa por maldizer de vocês... — ela cai no choro novamente.

— Eu não ligo para isso, apenas pare de chorar... — sento-me ao seu lado na cama e a trago para um abraço. — Quem foi que te empurrou da escada?

— Foi uma tal de Íris...uma mulher ruiva e...uma mulher com uma cicatriz na barriga... — ela soluça.

— E o que você fez para elas te atacarem? — questiono. Então, Ágatha suspira fundo.

— Após eu rasgar o seu desenho... subi as escadas correndo para chegar o quanto antes no meu quarto. Então, Íris apareceu e ficou falando sobre eu ser a sua esposa com as outras duas mulheres. Dei às costas e a Íris pegou-me pelo pescoço e suspendeu-me no alto... — hesito.

— Termina de falar! — a aperto ao vê-la hesitar.

— Peguei uma correntinha de prata que estava escondendo nas minhas roupas e a forcei contra o seu rosto... — Ela olha-me com um sorriso forçado. — Daí eu corri em direção ao salão novamente, ouvindo passos apressados atrás de mim... Parei nas escadas para recuperar o fôlego, porque elas não me atacariam na sua frente... senti um par de mãos me empurrando e não lembro de mais nada...

— Onde arrumou a correntinha? — questiono novamente.

— Eu...eu não lembro... — percebo a mentira e a puxo para o meu colo. — Fernando... solte-me... você está apertando-me!

— Onde arrumou? — insisto.

— Eu não me lembro...eu juro... — com uma das mãos, retiro o seu cabelo da direção do pescoço gentilmente e a beijo.

— Sabia que a tornando uma vampira, você não tem como mentir ou desobedecer a mim? — acaricio o seu pescoço.

— O quê? — ela vira-se para mim assustada. — Não pode fazer isso!

— Não? — sorrio maliciosamente para ela.

— Foi...foi a minha mãe que me deu de presente escondida... — ela responde com dificuldade. — Mas, por favor, não a machuque...por favor...

Ágatha olha-me gentilmente e eu apenas concordo com o seu pedido.

— Mas... — beijo o seu pescoço. — ...essa noite você deve ser minha...deve entregar-se a mim...

— O que? — ela afasta o seu corpo, gaguejando. — Eu...eu...acabei...de cair da escada...

Solto uma gargalhada alta pela timidez dela. Percebo ela ficar vermelho rapidamente e virar o rosto para que eu não veja.

— Então...apenas durma comigo... — digo, após controlar-me. Ela hesita, mas concorda. Aproximo-me do seu rosto e sussurro. — sem roupa...

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