Acordo no "meu quarto", no castelo. Olho em volta e vejo apenas Diana em pé próxima à porta.
— Princesa Ágatha! — ela sorri e aproxima-se. — Que bom que a senhora acordou! Como está se sentindo?
— Dor, muita dor... — reclamo. — O que aconteceu?
— A senhora não se lembra? — ela parece preocupada. — A senhora foi esfaqueada durante uma dança e os convidados estavam prestes a te atacar. O príncipe ordenou que todos se afastassem da vossa alteza e a carregou até aqui.
— Foi o Fernando quem me salvou?! — pergunto sem acreditar.
— Sim, senhora! — ela sorri. — E foi bem a tempo, mais alguns segundos e a senhora não estaria mais aqui...
— Pensei ter ouvido a voz do rei Martin, não a do Fernando... — sento-me na cama. Sinto uma dor aguda e gemo de dor.
— Não se levante, senhora! Ainda está ferida! — ela ressalta. — Precisa de descanso!
— Deixa que eu assumo daqui, Diana... — Fernando aparece. — Saia!
Diana faz reverência e desaparece rapidamente. Fernando aproxima-se.
— Você precisa descansar, Ágatha... o corte não foi profundo. Mas, o repouso é necessário! — ele diz sério.
— Onde está o Paulo? — pergunto confusa.
— Paulo? — ele arquea a sobrancelha. — Por que está perguntando por ele?
— Ah... é que... — hesito. — Por nada...
Não consigo dizer que foi Paulo quem me feriu. Aliás, em quem ele acreditaria, no irmão gêmeo ou numa mulher com quem ele será obrigado a se casar?
— Ágatha, fale... — ele toca o meu ombro.
— Não é nada... Só queria saber como ele está... — forço um sorriso.
— Eu sei que foi ele quem fez isso... — ele afirma. — Eu vi ele correr com a lâmina nas mãos.
— Você viu? — pergunto envergonhada. — E...o que o seu pai fez com ele?
— Nada — ele arquea a sobrancelha. — Paulo é o príncipe do submundo, o filho do rei... O nosso pai nunca nos corrige, podemos fazer o que bem entendermos!
— Mas...eu poderia estar morta! — arfo. — Isso foi grave!
— Não seja dramática! — ele revira os olhos. — Você está viva, não está?
— Então...o que o Paulo fez vai ficar assim, impune? — pergunto irritada. — Sério? Que tipo de rei você quer ser, se nem o seu irmão você pode controlar?!
— Abaixe o tom de voz para falar comigo! — Fernando rosna.
— Não, eu não vou abaixar o tom de voz! — grito. — O seu irmão tentou matar-me e vocês não fazem nada! Da próxima vez, ele não só vai tentar como conseguir!
— E daí? — Fernando segura o meu maxilar com força. — Se o meu irmão quiser matar-te, eu não vou impedir!
— Você é um escroto! Cretino! — grito com lágrimas nos olhos. — Eu te odeio!
— Odeia? — ele ri. — você vai se arrepender de ter dito isso, garota!
— Fernando, solte-a, agora! — Martin entra no quarto e Fernando o obedece. — Como está se sentindo, Ágatha?
— Estou... me recuperando... — abaixo o olhar frustada ao não ter para onde escapar. Ele é o pai do Paulo, não vai ir contra ele e a favor de mim...
— Fernando a machucou? — ele senta-se e acaricia o meu rosto.
— Não, senhor... — respondo.
— Tem algo de errado com você... — Martin acaricia o meu cabelo. — O que aconteceu, minha pequena?
— Essa garota não é ela! — Fernando grita. — Ela não é a Luna!
— Luna? — pergunto sem entender.
Martin recua e sai do quarto sem dizer nada. Fernando fica parado no canto do quarto, irritado.
— O que aconteceu com o rei Martin? Quem é Luna? — questiono.
Fernando lança-me um olhar assustador. Rapidamente, desvio o olhar percebendo a sua ira. Ele sai do quarto e bate a porta com tanta força que a quebra. Ponho a mão no meu maxilar e imagino o que o Fernando faria comigo se o Martin não chegasse naquela hora...
— Vossa Alteza? — Diana aparece na porta, assustada. — Posso entrar? Deseja a minha presença?
— Entre, Diana... — forço um sorriso.
— A senhora está bem? Está machucada? — Diana pergunta preocupada. — Essa marca no seu rosto...foi o príncipe, não foi?
— Sim...foi o Fernando... — respondo desanimada. Diana corre e pega uma maleta. — Diana, você trabalha aqui faz tempo?
— Não muito, senhora, por quê? — ela pergunta.
— Me chame apenas de Ágatha, por favor... — suspiro. — O Fernando sempre foi assim, temperamental?
— Ah... O príncipe sempre foi assim... ouvi boatos de que ele é assim pela morte da sua mãe... e outros de que ele já era assim antes... — ela explica. — Não sei ao certo, senhora...
— Diana... quem é Luna? — suspiro.
— Luna? — ela faz uma cara de desentendida. — Não sei quem é... Oh...
— O que foi, Diana? — pergunto. — Disse algo de errado?
— Luna Young... — ela suspira. — Bem...o rei Martin tinha uma filha, Luna, essa era uma filha legítima do rei Martin e da rainha Elizabeth... Mas, o rei dos humanos invadiu o castelo e massacrou a família real...
— Como? — pergunto sem acreditar. — Não é possível!
— O rei... Estêvão King e o príncipe Charles II... — ela explica. — Eles mataram cerca de seis concubinas, incluindo a mãe dos gêmeos, e dezessete príncipes... Os únicos sobreviventes foram o rei Martin, a sua esposa Elizabeth e os gêmeos...
— Não, Diana, não é possível... — entro em desespero. — O meu pai...o meu pai é o príncipe, digo, o rei Charles II... é por isso que o Fernando e o Paulo me odeiam tanto!
— Sinto muito, senhora.... — ela sorri terminando de passar a maquiagem no meu rosto. — Infelizmente a senhora nasceu na família errada...e no tempo errado...
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 49
Comments