Hoje é o grande dia. Toda a minha família, exceto Estêvão, Abigail e o meu pai, estão instalados no castelo. Os empregados correm para lá e para cá, as crianças brincam no jardim, cercados pelos guardas do castelo. Diana e a criadas ajudam-me a arrumar-me para a cerimônia de casamento. A minha mãe está sentada a observar-me com atenção.
— Como ele é? — a minha mãe pergunta.— Como eles são? Eles falam sobre o seu pai? Tipo...algum plano para matá-lo?
— Se eles têm um plano ou não, não é algo que eles discutiriam na minha frente, mãe... — suspiro. — Eles não mencionam nada do palácio aqui para não me deixar triste.
— Ah, claro... — ela olha em volta. — ele disse algo sobre tornar-te uma deles?
— O quê?! — mexo-me e sinto a criada espetar a agulha em mim.
— Desculpe-me, vossa alteza!!! — ela ajoelha-se assustada. — Perdoe-me pelo descuido!
— Está tudo bem, a culpa foi minha... — ofereço a mão para ajudá-la a se levantar.
— Cortem a cabeça dela! — a minha mãe grita. — Essa insolente feriu a futura rainha!
As criadas a pegam pelos braços e a puxam.
— Soltem-na! — ordeno. — Não seja dramática, mãe, foi apenas um acidente!
— Perdoe-me, vossa alteza... — a criada chora.
— Está tudo bem... — sorrio. — Apenas continue o seu trabalho, por favor!
— Obrigada, senhora... — ela enxuga as lágrimas e volta ao seu trabalho.
— Mãe...como assim ele me tornará uma deles? — pergunto ainda assustada, mas imóvel.
— Ágatha, não seja burra! — ela revira os olhos. — Vampiros bebem sangue e você é humana... Além disso, seria mais fácil te controlar se você fosse uma vampira como eles!
— Ele não vai fazer isso! — rebato. — Ele sabe se controlar e eu não vejo necessidade de tornar-me uma deles...sem ofensas, meninas!
As criadas começam a rir e a cochichar entre si sobre o meu jeito meigo de ser.
Fernando abre a porta rudemente, fazendo com que elas parem de falar e sorrir. Ele encara-nos irritado.
— Onde está o seu marido? — ele pergunta para a minha mãe.
— O rei Charles II ainda não veio... — ela responde. — Mas, chegará em breve!
— Hm... — ele resmunga e olha para mim. — saiam!
— Como? — a minha mãe pergunta confusa.
— Eu mandei sair! — ele grita. As criadas fazem reverência e saem a correr. A minha mãe respira fundo e sai lentamente. Fernando fecha a porta atrás deles, sem tirar os olhos de mim.
— Dá azar ver a noiva antes da hora... — brinco nervosa.
— Você... está linda... — vejo o seu rosto ficar vermelho. Ele, então, desvia o olhar e começa a reclamar da demora. — Você não está nem na metade, não é?
— Não... — um sorriso bobo se forma no meu rosto.
— Ágatha... — ele fica sério. — Você gosta do seu pai?
— Ah... — percebo a frieza no seu olhar. — Por que me pergunta isso?
Ele desvia o olhar e fica em silêncio.
— Fernando... — aproximo-me. — você não pode quebrar o acordo...
— Na verdade, eu posso fazer o que eu quiser... — ele resmunga emburrado.
— Não seja assim... — ponho as mãos no seu rosto. — Eu estou me casando com você para que a minha família esteja segura! Se você não cumprir a sua parte do acordo, não cumprirei a minha!
— Posso prometer agora e depois da cerimônia matar o seu pai, não muda nada! — ele diz. — Já vai ter se casado comigo e não poderá voltar atrás!
— Mas, poderei negar os filhos legítimos! — rebato. — Você precisa de mim para gerar herdeiros e não conseguirá se eu me recusar!
— Ágatha, já fiz sexo com você a força, não me importaria em fazer novamente... — ele sorri ironicamente. — Não quero ter que fazer isso, então você não pode rejeitar-me!
— Ok, mas nada me impede de ter abortos! — agora é a minha vez de ser irônica. — Humanos são frágeis durante a gravidez... não é difícil provocar um aborto espontâneo...
— E, então eu posso simplesmente amarrar-te para não fazer nada estúpido! — ele diz irritado. — Ou posso simplesmente te tornar uma de nós e te obrigar a ter os meus filhos, qual você prefere?
— Ou você pode simplesmente desistir dessa ideia idiota! — grito irritada. — Posso te dar um herdeiro em troca da segurança da minha família, incluindo o meu pai!
— Não tente fazer acordos comigo! — ele joga-me na cama e sobe o meu vestido. — Eu quem dito as coisas por aqui...
— Você quer mesmo fazer isso agora? — pergunto tentando afastá-lo. — A cerimônia começará em breve...preciso arrumar-me!
— Você é tão chata! — ele revira os olhos e sai de cima de mim.
Fernando sai irritado do quarto e, logo em seguida, a minha mãe e as criadas voltam para o quarto.
— O que aconteceu? — a minha mãe pergunta aflita. — ele te machucou?
— Hum? — faço-me de desentendida. — não aconteceu nada...
— Não minta para mim! — ela segura o meu braço com força. — ouvi gritos!
— Não aconteceu nada, mãe! — Solte-me. — Fernando estava irritado pelo fato do meu pai não estar aqui no castelo. Ele queria conversar com o papai antes da cerimônia...
— Só isso? — ela insiste.
— Só isso! — solto um sorriso.
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Atualizado até capítulo 49
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