Visita inesperada

Uma semana se passou desde o ataque do rei Martin. Todas as minhas dores já se passaram. Consegui visitar as crianças no hospital e algumas instituições de caridade com o Arthur e o Gabriel. Estêvão e Abigail estão remarcando a data de casamento, será muito em breve.

Estou sentada debaixo da janela do meu quarto, observando a paisagem e tentando imaginar uma vida diferente da que eu tenho. Várias perguntas se passam pela minha cabeça... E se eu tivesse nascido menino? E se eu não tivesse nascido na família real? E se eu fosse apenas uma plebeia?

Embora muitos almejam ter nascido na família real ou se casar com um dos príncipes (ou até mesmo comigo), acredito que eles não sabem como funciona a família real e as regras que devemos seguir, os hábitos que devemos nos acostumar, os estudos rigorosos que devemos ter... E, principalmente, a insignificância que uma mulher da realeza tem...

Respiro fundo, pego o meu caderno de desenhos e o meu lápis favorito. Olho para a paisagem e começo a esboçar o meu desenho. Sinto-me bem quando estou desenhando, principalmente paisagens. Ouço barulho de vidraças se quebrando.

— O que foi isso? — pergunto assustada.

— Fiquem aqui com a princesa, vou ver o que está acontecendo! — um guarda grita do lado de fora do quarto. Corro para a porta.

— O que foi isso? — pergunto aos guardas.

— Vossa Alteza! — o guarda grita. — Fique no quarto, por favor!

Olho para o corredor, em seguida, obedeço e volto a desenhar no meu quarto. Tudo está silencioso. Ouço passos calmos e suaves, possivelmente é o guarda que voltou ao seu posto. De repente, alguns gemidos começam a ecoar pelos corredores.

Corro e escondo-me debaixo da cama. A porta se abre e alguém entra no quarto. Vejo um par de sapatos andando pelo quarto. Levanto o olhar e deparo-me com os guardas caídos do lado de fora. Tapo a boca e sinto o meu coração bater com força. Estou com medo.

— Você quem desenhou isto? — ele pergunta jogando o caderno de desenhos no chão. — Onde você se escondeu?

Silêncio. Ouço ele abrir a porta do guarda-roupa e, em seguida batê-la. Fecho os olhos com força. Os passos param. Suspiro aliviada.

— Te achei! — ele segura o meu pé e puxa-me para fora da cama.

— Não! Não! — debato-me em prantos. — Eu ordeno que me solte!

— Ordena? — ele ri. — Você?

Levanto o olhar e percebo que é o homem que apareceu no casamento de Estêvão. Fico parada o encarando assustada.

— O que você quer de mim? — pergunto.

— Ah... é... — ele joga-me por cima do seu ombro. — O rei ordenou que eu lhe buscasse…

— O rei? — pergunto assustada. — O meu pai?

— Não, o meu pai! — ele começa a andar.

— Espera, espera! — debato-me. — o que vocês querem de mim? Coloque-me no chão!

Ele ignora-me e continua a carregar-me. Chegando na sala do trono, ele coloca-me no chão. Vejo a minha família cercada de vampiros e o rei Martin sentado no trono real, o qual pertence ao meu pai. Olho para a minha mãe e a vejo, junto a Abigail, acalmando as crianças que choram com medo. O meu pai está ajoelhado aos pés de Martin e os meus irmãos mais velhos segurando Gabriel.

— Leve-a para o castelo, já estarei lá! — Martin ordena.

— O que?! — o homem questiona. — Mas, pai...

— Leve-a, Fernando! — ele grita.

— Mamãe! — grito aos prantos. Fernando me segura contra o seu peito e quando me solta estamos num corredor escuro e macabro. O meu estômago começa a embrulhar, viro-me e vomito.

— Eca... — ele torce o nariz. — Limpem isso!

— Onde estamos? — pergunto assustada. — O que vocês querem comigo?

— Estamos no meu castelo! — ele segura o meu braço e vai me puxando pelo corredor. — Você fica aqui enquanto o meu pai decide o que vai fazer com você!

— Espera...aqui? — pergunto. — você não pode deixar-me nesse lugar escuro e sujo!

— Na verdade, eu posso sim! — ele empurra-me para uma das celas e a fecha.

— Espera! — seguro o seu braço. — Sei que começamos com o pé esquerdo... Mas, não precisa ser assim, não é?

— O que foi? — ele ri. — vai dizer-me que tem medo de escuro?

— Na verdade... — abro um sorriso vergonhoso para ele.

— Sério? Quantos anos você tem? Seis? — ele pergunta com ironia. — Não seja ridícula!

— Por favor, não me deixe aqui! — grito. — Não tem como eu fugir, você sabe disso!

— Acredito que seja melhor você ficar por aí mesmo! — ele debocha.

— É sério... — resmungo.

— Se eu te levar para o meu quarto, você promete ficar sentada e quieta? — ele pergunta sem paciência.

— Prometo! — concordo satisfeita. — Só não me deixe aqui sozinha!

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Comments

♞ ;3

♞ ;3

Admirando o autor.

2024-03-18

8

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