O baile

Hoje passei o dia inteiro dormindo, pois, o baile será das 23 até às 04 da manhã. Sim, o fuso horário dos vampiros é completamente diferente do nosso!

Assim que acordei, o rei Martin solicitou a minha presença no seu escritório. Eliezer levou-me até ele.

— Rei Martin, com vossa licença... — faço reverência ao entrar no seu escritório. — Mandou chamar-me, senhor?

— Ágatha, minha querida... — Martin se aproxima e bagunça o meu cabelo. — Sim, mandei chamá-la! Soube que ontem o Fernando e você desentenderam-se...

— Sim, meu rei, o Fernando foi rude comigo, ele... — reclamo.

— Chega, Ágatha! — ele repreende-me. — Eu sei de tudo que aconteceu ontem, Fernando já me pôs a parte do desentendimento de vocês!

— Ah... — respiro fundo e preparo-me para ouvir o rei defender o seu filho.

— Perdoe o comportamento agressivo e rude do meu filho. ele sofre de TEI, transtorno explosivo intermitente... — o rei explica. — Ele sempre foi assim, desde mais novo, e eu nunca consegui controlá-lo...

— Então, ele... realmente não tinha a intenção de machucar-me? — pergunto confusa.

— Espera, ele te machucou? Onde? Precisa de um médico? — o rei questiona. — Você vai ficar bem, Ágatha! Eliezer, chame os médicos reais!

— Espera, estou bem! — tento acalmá-lo. — Foram apenas alguns cortes nos lábios...

— Eliezer, deixe! — o rei grita.

— Desculpa por te preocupar assim... — sinto-me envergonhada.

O rei Martin olha-me e sorri.

— Camila... — ele sussurra.

— Quem é Camila? — pergunto.

— Ninguém... — ele sai do transe. — Bem, Ágatha, por favor, não o deixe irritado...

— Sim, senhor... — faço reverência. — Vou fazer o possível!

Volto para o quarto e encontro Diana e mais duas mulheres, no quarto, arrumando a minha roupa para o baile. Ao verem-me, ambas fazem reverência.

— Vossa Alteza! — elas se entre olham.

              ~• Horas depois •~

— Saúdam o rei Martin Young! — o general Xiang anuncia. Todos os nobres fazem reverência enquanto o rei desce às escadas.

— Saúdam o príncipe Fernando Young, o príncipe Paulo Young e a princesa Ágatha King! — o general anuncia. De um lado da escadaria desce o irmão gêmeo de Fernando e do outro descemos ele e eu de mãos dadas.

Chegando ao pé da escada, vejo os meus pais, os meus irmãos mais velhos e as suas namoradas.

— Ágatha! — Gabriel corre para me abraçar. Fernando entra na frente.

— Fer... Querido, este é o meu irmão, lembra? — seguro o seu braço. — Está tudo bem...

— Vocês não têm aulas de etiqueta na família real de vocês, não? — Fernando pergunta sem olhar-nos.

— Fernando está certo, Biel... — recuo. — Depois...

Fernando segura a minha mão e caminhamos até o seu trono. Fico em pé ao seu lado.

Após uma longa cerimônia, o rei Martin se levanta e pede silêncio.

— Hoje, venho anunciar com grande prazer o noivado do meu filho, Fernando, o herdeiro do trono! — Martin anuncia sorridente. — Princesa Ágatha King! — ele pega-me pela mão e puxa-me para mais perto dele. Todos os nobres começam a comemorar de alegria.

Observo a multidão aplaudindo e comemorando. Apenas os meus irmãos parados e pensativos sobre aquela situação.

— Fernando, por que não convida a sua noiva para uma dança? — Martin pisca para nós dois.

Olho para Fernando e ele me estende a mão. Vamos para o centro do salão e começamos a dançar. As suas mãos geladas fazem com que eu trema, não apenas de medo, mas de frio. A sua respiração pesada faz com que tudo em volta fique em silêncio extremo, sinto-me cansada. Após uma longa valsa, o meu irmão Gabriel convida-me para uma dança. Obviamente, aceito.

— Como você se sente? — Gabriel sussurra no meu ouvido. — Ele te fez algum mal?

Paro e penso: e se eu disser que não me sinto bem aqui? Será que isso colocaria a vida do Biel em perigo?

— Estou bem, eles tratam-me bem, incluindo o rei Martin! — forço um sorriso.

— Não precisa mentir para mim, Ágatha! — Gabriel repreende-me. — Eu sou o seu irmão e te amo, quero vê-la bem! Nem que para isso, precise matar aquele asqueroso e os seus filhos!

— Gabriel, por favor, não faça nada... — imploro. — Eu realmente estou bem. Se você enfrentar o rei Martin e os príncipes, eles vão atacar a nossa família e reino, você sabe, eu escrevi isso para vocês! Pense nos nossos irmãos!

De repente, um par de mãos puxa-me, tirando-me das mãos de Gabriel, é o Jonathan.

— Jonny... — forço um sorriso. — Estava morrendo de saudades, irmão... Como você está?

— Não seja melosa, Ágatha! Estamos todos bem! — Jonathan enruga o nariz. — Eu disse que um dia você cumpriria o seu papel de princesa!

— Ah...sim... — arfo. — Pensei que estava preocupado comigo, como o Biel...

— Bem, não. Você, logo, estará casada. Não é da minha conta o seu bem-estar! — ele diz confiante. — Aliás, cuidado com o que fala para o Gabriel, você sabe que ele é imprudente!

— Sim, eu sei... — suspiro frustada. Nunca esperei muita coisa do Jonathan, sempre foi egocêntrico e machista. Mas, aquele comportamento era ridículo!

— E, mais uma coisa, não nos chame mais desses apelidos melosos, você será rainha, haja como tal! — Jonathan resmunga.

Mais um par de mãos me puxa para longe de um dos meus irmãos, dessa vez é o Estêvão.

— Olá, Estêvão... — o cumprimento.

— Olá, princesinha... — ele sacode o nariz no meu, fazendo-me rir. — Senti falta desse sorriso bonito!

— Eu também estava morrendo de saudades de você! — fungo. — Por mais que tenham sido apenas dois dias... Eu nunca fiquei fora de casa...

— Como você está? O príncipe te trata bem? — ele questiona-me preocupado.

— Estou bem, um pouco triste por estar longe de vocês. Mas, bem! — brinco. — O príncipe Fernando é ótimo comigo, embora não pareça!

Mais uma dança termina e eu sou puxada por duas pessoas diferentes. O meu pai, Charles e o Fernando.

— Com a vossa licença, mas eu quero dançar com ela agora! — Fernando puxa-me e o meu pai se afasta. Todos os meus irmãos olham-nos.

— Você está machucando o meu pulso... — sussurro com um sorriso forçado no rosto e começamos a dançar.

— O que você cochichava com os seus irmãos? — ele pergunta. — Estão tramando contra o nosso reino?

— Não, não é nada disso! — respondo. — Eles estavam perguntando sobre você, se era bom comigo. Eu só os tranquilizei, disse que você era bom comigo e que eles não precisavam se preocupar.

— Noiva, diga a verdade, não minta para mim! — ele aperta a minha cintura. Nesse momento, olho para os tronos e vejo Martin e Fernando sentados, conversando.

— Espera... você não é o Fernando... — tento olhar para ele. — Você é o Paulo!

— Como você descobriu? — ele pergunta irritado.

— O Fernando não me chama assim... — explico. — Poderia soltar-me?

— Você só sai daqui quando me disser toda a verdade, humana! — ele rosna. Sinto algo afiado ponteando as minhas costas. — Ou eu faço você virar refeição hoje mesmo!

— Estou dizendo toda a verdade, Paulo! — tento fazer com que ele pare. — Por favor, não faça isso...

De repente, sinto uma dor terrível nas costas, algo queimar. Paulo se afasta e todos em volta começam a olhar para mim.

— Droga... — olho para ele. — Não faça isso!

— Podem atacá-la! — ele sussurra para eles.

Todos os vampiros vêm na minha direção. Fecho os olhos com força e grito.

— Não encostem na princesa! — Martin ordena.

Abro os olhos e vejo tudo embaçado. Todos os vampiros se afastando. Alguém pega-me no colo e eu perco a consciência.

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