Uma carta

— Ótimo! — ele sorri.

— Rei Martin, eu posso voltar para a minha casa? — pergunto. — Acredito que demore um pouco para que o casamento aconteça... Não quero incomodá-los!

— A minha querida nora não incomoda! — ele bagunça o meu cabelo. — Aliás, vocês devem aproveitar esses dias para se conhecerem e aprenderem a se amar!

— Ah... tudo bem... — suspiro. — Mas, tem como eu mandar uma carta ou algo do tipo, para os meus pais? Sabe...para eles não ficarem preocupados comigo...

— Claro... vou pedir para o Eliezer levar-te até um dos melhores quartos do castelo, onde ficará durante esses dias, daí você escreve uma carta para os seus pais, com calma, e entrega para o Eliezer, ele enviará a carta para os seus pais! — ele leva-me até a porta. — Eliezer, leve a princesa Ágatha até AQUELE quarto e chame o príncipe Fernando!

Eliezer faz reverência para o rei e vamos caminhando até um corredor terrivelmente escuro. Ele para ao lado de uma porta e a abre, fazendo sinal para que eu entre. Entro e ouço o barulho da porta se trancar. Respiro fundo e ando pelo quarto, é lindo. Simples, mas lindo. As paredes têm um tom azul-escuro, cortinas pretas, tapetes e cômodas brancas. No meio do quarto, há uma cama de casal com as roupas de cama em tons de azul.

Saio do transe e vou até a minha cabeceira, há alguns papéis, alguns lápis e canetas. Pego e os coloco em cima de uma mesa de canto. Respiro fundo e começo a escrever.

`✵•.¸,✵°✵.｡.✰ ℚ𝕦𝕖𝕣𝕚𝕕𝕒 𝕗𝕒𝕞í𝕝𝕚𝕒 𝕂𝕚𝕟𝕘,

   𝔼𝕤𝕥𝕠𝕦 𝕒 𝕖𝕤𝕔𝕣𝕖𝕧𝕖𝕣 𝕖𝕤𝕥𝕒 𝕔𝕒𝕣𝕥𝕒 𝕡𝕒𝕣𝕒 𝕚𝕟𝕗𝕠𝕣𝕞𝕒𝕣-𝕝𝕙𝕖𝕤 𝕢𝕦𝕖 𝕖𝕤𝕥𝕠𝕦 𝕓𝕖𝕞! 𝔼𝕤𝕥𝕠𝕦 𝕤𝕖𝕟𝕕𝕠 𝕓𝕖𝕞 𝕥𝕣𝕒𝕥𝕒𝕕𝕒 𝕡𝕖𝕝𝕠 𝕣𝕖𝕚 𝕄𝕒𝕣𝕥𝕚𝕟 𝕐𝕠𝕦𝕟𝕘 𝕖 𝕠𝕤 𝕤𝕖𝕦𝕤 𝕤𝕦𝕓𝕠𝕣𝕕𝕚𝕟𝕒𝕕𝕠𝕤.

   ℂ𝕠𝕟𝕗𝕖𝕤𝕤𝕠 𝕢𝕦𝕖 𝕗𝕚𝕢𝕦𝕖𝕚 𝕞𝕦𝕚𝕥𝕠 𝕒𝕤𝕤𝕦𝕤𝕥𝕒𝕕𝕒 𝕔𝕠𝕞 𝕒𝕢𝕦𝕖𝕝𝕒 𝕚𝕟𝕧𝕒𝕤ã𝕠 𝕟𝕠 𝕡𝕒𝕝á𝕔𝕚𝕠. 𝕄𝕒𝕤 , 𝕖𝕤𝕥𝕠𝕦 𝕓𝕖𝕞 𝕖 𝕤𝕖𝕘𝕦𝕣𝕒.

    𝔻𝕖𝕤𝕔𝕦𝕝𝕡𝕖 𝕡𝕠𝕣 𝕡𝕣𝕖𝕠𝕔𝕦𝕡𝕒𝕣 𝕧𝕠𝕔ê𝕤. 𝕍𝕠𝕦 𝕥𝕖𝕟𝕥𝕒𝕣 𝕤𝕖𝕣 𝕦𝕞𝕒 𝕓𝕠𝕒 𝕞𝕖𝕟𝕚𝕟𝕒 𝕖 𝕔𝕦𝕞𝕡𝕣𝕚𝕣 𝕠 𝕞𝕖𝕦 𝕡𝕒𝕡𝕖𝕝 𝕔𝕠𝕞𝕠 𝕡𝕣𝕚𝕟𝕔𝕖𝕤𝕒.

    𝕆 𝕣𝕖𝕚 𝕄𝕒𝕣𝕥𝕚𝕟 𝕡𝕣𝕠𝕡ô𝕤 𝕦𝕞𝕒 𝕒𝕝𝕚𝕒𝕟ç𝕒 𝕢𝕦𝕖 𝕠𝕤 𝕕𝕖𝕚𝕩𝕒𝕣𝕚𝕒𝕞 𝕡𝕣𝕠𝕥𝕖𝕘𝕚𝕕𝕠𝕤 𝕕𝕖 𝕢𝕦𝕒𝕚𝕤𝕢𝕦𝕖𝕣 𝕒𝕞𝕖𝕒ç𝕒𝕤 (𝕡𝕒𝕣𝕥𝕚𝕕𝕒𝕤 𝕕𝕠 𝕣𝕖𝕚𝕟𝕠 𝕕𝕠 𝕤𝕦𝕓𝕞𝕦𝕟𝕕𝕠) 𝕤𝕖 𝕖𝕦 𝕞𝕖 𝕔𝕒𝕤𝕒𝕤𝕤𝕖 𝕔𝕠𝕞 𝕠 𝕡𝕣í𝕟𝕔𝕚𝕡𝕖 𝔽𝕖𝕣𝕟𝕒𝕟𝕕𝕠, 𝕠 𝕤𝕖𝕦 𝕗𝕚𝕝𝕙𝕠 𝕞𝕒𝕚𝕤 𝕧𝕖𝕝𝕙𝕠. 𝕊𝕖𝕣𝕖𝕚, 𝕗𝕚𝕟𝕒𝕝𝕞𝕖𝕟𝕥𝕖, ú𝕥𝕚𝕝. 𝕊𝕖𝕣𝕧𝕚𝕣𝕖𝕚 𝕠 𝕞𝕖𝕦 𝕡𝕠𝕧𝕠 𝕖 𝕞𝕖 𝕥𝕠𝕣𝕟𝕒𝕣𝕖𝕚 𝕦𝕞𝕒 𝕖𝕤𝕡𝕠𝕤𝕒 𝕠𝕓𝕖𝕕𝕚𝕖𝕟𝕥𝕖.

     𝕊𝕖𝕟𝕥𝕚𝕣𝕖𝕚 𝕤𝕒𝕦𝕕𝕒𝕕𝕖𝕤!

ℂ𝕠𝕞 𝕒𝕞𝕠𝕣 𝕖 𝕔𝕒𝕣𝕚𝕟𝕙𝕠, 𝕡𝕣𝕚𝕟𝕔𝕖𝕤𝕒 Á𝕘𝕒𝕥𝕙𝕒 𝕂𝕚𝕟𝕘. ✰.｡.✵°✵,¸.•✵´

— Não consegui pensar em algo melhor... — resmungo. — bem, será iso mesmo... Aliás, eles devem até ter esquecido do meu sequestro...

Suspiro e vou até a porta.

— Como era mesmo o nome daquele homem? — murmuro. — Eliezer?

Nada. Viro-me e assusto-me ao vê-lo, parado, atrás de mim.

— Ah! — dou um pulo. — A quanto tempo está aí?

Ele não responde. Apenas fica me olhando.

— Ah... — murmuro envergonhada. — O senhor pode, por favor, enviar esta carta para mim?

Ele (novamente) não me responde. Apenas pega a carta da minha mão e desaparece. Sento-me novamente na mesa de canto e começo a desenhar.

• Fernando •

Um longo tempo após a conversa com o meu pai, saio da sala do trono irritado com esse assunto de casamento. Eliezer se aproxima, faz reverência e estende-me um papel. Pego e desdobro o papel. É a carta da Ágatha!

Após ler a carta, sinto o meu ego aumentar. "Me tornarei uma esposa obediente..."

— Envie a carta! — entrego-lhe a carta. Ele faz reverência e desaparece.

Olho para a porta do quarto dela e sinto-me instigado. Teletransporto-me para o seu quarto e a vejo a dormir sob a mesa de canto. Aproximo-me, pego-a nos braços e a deito na cama.

— Você realmente é bonita... — retiro uma mecha de cabelo dos seus olhos. — Pena que nasceu na família errada, você parece ser tão boazinha...

— Hm... — ela move-se. Recuo com o susto.

— Ufa... — afasto-me e vou até à mesa. Ela havia feito três desenhos. O primeiro havia uma criança chorando num quarto escuro enquanto as outras corriam por um jardim florido. — Quem seria essa menina?

O segundo é o desenho de uma linda mulher, esta eu reconheço só em olhar nos seus olhos. Quem não reconhecer a própria mãe? Dobro o desenho com cuidado e o guardo. O terceiro é um homem bonito e robusto. O seu rosto não está totalmente feito. Mas, está muito bem detalhado.

Vou até à cama e a observo, mais uma vez, dormindo. Deito-me ao seu lado e a abraço.

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