Capítulo 07

_Emilly_

Não sei quando isso começou. Mas acho que foi em um dos massacres entre crianças que eu participei... Para ser mais específica isso aconteceu assim que o meu pai adotivo decidiu me deixar nas mãos do irmão psicopata dele, segundo ele o irmão iria me treinar para assumir o cargo da máfia. Porém ao contrário do que ele achava o irmão dele tentou me matar diversas vezes, para ele eu não passava de um empecilho para ele assumir o poder.

Lembro como se fosse ontem dele me jogando em uma lama cheia de crocodilos enquanto outros psicopatas apostavam para ver quanto tempo eu iria durar...

Afasto esses pensamentos e visto a minha calça social preta e uma blusa social branca deixando alguns botões abertos, de acessório eu peguei um colar de jade e um relógio de ouro. De sapato eu escolhi um escarpim preto fosco com o fundo vermelho...

Saí do quarto e me deparei com a menina saindo do dela... Assim que ela me vê a abaixa a cabeça. Não demorou muito para ela voltar a ficar tímida comigo...

* Sou tão assustadora assim? *

Me perguntei em pensamento enquanto suspirava.

Emilly- Hoje eu vou te levar no psiquiatra, esteja pronta às 13:30.

Falei olhando o relógio.

Carol- Sim senhora...

Fui até a mesa e o café já estava posto, tomei ele rapidamente e conferi algumas coisas no tablet.

Hoje vai ser a conferência e preciso resolver aquela merda dos boletos bancários. Se eles acham que vão me passar para trás vou ser obrigada a mostrar o meu lado nada gentil...

Assim que sai do apartamento eu fui até o estacionamento e peguei o meu Impala indo em direção a minha linda e renomada empresa. Além dela, eu cuido de mais de 60 empresas multinacionais pelo mundo, minha marca é mundialmente conhecida, além de eu ter inúmeros cassinos com investimentos milionários. O que pode me faltar?

Se disserem amor eu direi que isso não existe e se disserem saúde mental eu direi que não preciso disso.

Desci do meu carro com a elegância de sempre enquanto batia o solar do meu salto na calçada indo de encontro a porta giratória.

Assim que passei pela recepção eu já percebi a mudança no semblante de todos os funcionários, parecem que viram um fantasma e eu volto a me perguntar: eu sou tão mal assim?

Meu secretário já me espera com o seu tablet de sempre.

- A senhora tem uma reunião com a consultoria às 9:20 e com os sócios das empresas afiliadas às 7:30.

Emilly- E depois?

- Tem também a revisão na fábrica Georgia.

Emilly- Marca essa revisão para amanhã...

- Sim senhora.

* Aah, preciso de sexo *

O dia foi bem corrido, tive uma discussão feia com os sócios e mandei geral ir a merda! Sem falar na hora em que cortei a porra das finanças para as empresas majoritárias em que eu invisto.

Eu estava exacerbada enquanto lia alguns relatórios e confirmava a minha aparição em eventos de negócios. Olhei no relógio e percebi que já eram 12:45...

Emilly- Droga!

Finalizei algumas coisas e corri para o elevador, demorei uns 25 minutos até chegar em casa. Assim que adentrei percebi que a Carol já me esperava arrumada...

* Boa garota! *

Emilly- Vamos?

Ela assente e me segue. Decidi ir em uma BMW preta, assim que chegamos no carro eu abri a porta para ela e depois fui para o banco do motorista.

Emilly- Põe o cinto.

Ela confirma com a cabeça e eu dirijo em direção ao centro da cidade.

Moramos em Verona, uma cidade romântica, mas também perigosa.

Carol- A senhora vai me levar aonde?

Emilly- No psiquiatra e depois no psicólogo.

Carol- Entendi...

Emilly- Você tem o desejo de se tornar a chefe da máfia Carol?

Carol- No começo eu fiquei assustada com a ideia, mas agora eu quero. Cansei de ser uma menininha fraca!

Emilly- Foi esse pensamento que me fez estar aqui hoje e no instante em que te vi, consegui enxergar um potencial enorme em você.

Carol- A senhora está cansada de ser a chefe?

Emilly- Na verdade eu estou cansada de tudo! Quero sossegar...

Carol- Entendo...

Assim que chegamos eu dei os nossos nomes e esperamos na sala de espera. Não demorou muito e ela foi chamada...

Emilly- Quer que eu entre?

Carol- Não precisa...

Emilly- Qualquer coisa é só gritar.

Ela dá um pequeno sorriso e entra na sala. No mesmo instante o meu telefone começou a tocar, era o meu consigliere.

Emilly- O que foi?

Eduardo- Ferrou chefe!

Emilly- Como assim Eduardo?

Eduardo- O conselho se uniu à máfia Rússia com a desculpa de que a senhora estava planejando um golpe contra o conselho colocando uma adotada no seu lugar e estão colocando a sua cabeça a prêmio! Já tem um monte de assassinos de aluguel contratados e eu sei que é para matá-la.

Emilly- Porr@! Como isso foi acontecer? Eles só conseguiriam se unir a outras máfias se o...

Eduardo- Sim chefe! Infelizmente fomos traídos pelo Guilherme.

Nesse instante o meu mundo caiu! O homem que me salvou das chamas, o homem que eu considerei a minha vida toda um pai, nesse exato momento me traiu.

Porquê? Não era mais fácil ter me matado quando eu ainda era uma criança?

Como eu sou idiota! Foi por causa do poder. Ele quer o meu lugar na máfia... Desgraçado!

Eduardo- Precisamos levar você para longe! Estamos correndo muito perigoso chefe.

O zumbido voltou com tudo me fazendo querer vomitar! Essa merda não pode estar acontecendo. Afinal, em quem eu devo confiar nessa merda? Nesse momento eu me lembrei da fala que meu pai adotivo sempre me falava.

" Nunca confie demais em alguém a ponto de contar os seus segredos. "

Como eu fui burra! Nunca havia cometido um erro antes e esse com certeza vai me afundar. De repente me surgiu uma ideia!

Emilly- Eduardo, você irá administrar o meu lugar na empresa e irá cuidar desse caso de frente, isso claro se você quiser. Irei lhe dar um aumento por isso...

Eduardo- Eu sei que é muita responsabilidade, mas farei isso. Mais primeiro precisamos achar um lugar para a senhora ficar até a poeira abaixar... A máfia inteira está contra você!

Emilly- Eu já sei para onde eu vou.

Eu não queria voltar. Mas já atrasei esse assunto demais, preciso voltar para as minhas origens e resolver esse problema de frente!

Eduardo- pra onde?

Emilly- Eu vou para o Brasil. Mais precisamente no estado do Mato grosso em São José do Rio Claro!

Eduardo- O quê? Não entendi. Mas pelo visto é muito afastado...

Emilly- A minha família verdadeira mora lá.

Ele fica em silêncio por um tempo e depois diz:

Eduardo- Nossa... Eu nem sei o que dizer... Nunca imaginei que você teria uma família com todo o respeito.

Emilly- é uma longa história. Você cuida de tudo pra mim?

Eduardo- Sim, vou comprar as passagens com um nome falso para você e para a Carol, também vou passar no apartamento para pegar as coisas de vocês...

Emilly- Pega só o essencial, depois eu compro mais coisas lá.

Eduardo- Tudo bem... Você está bem chefe?

Emilly- Eu nunca estou.

Desligo o telefone e depois ligo para um dos meus matadores mais profissionais.

- Fala chefia! Seu nome está em ex-comunicada para todos da alta cúpula.

Emilly- Eu sei. E sei também que você não vai vir atrás de mim...

- Com certeza não irei. Tenho uma dívida de vida com você... Mais porque me ligou? Com certeza não era para ter a certeza disso.

Emilly- Quero que venha até um endereço fazer a minha segurança.

- É só me mandar...

Assim que mandei o endereço ele desligou. Ótimo agora só falta esperar o Eduardo me retornar... Enquanto isso, eu tento acalmar essa ansiedade que me segue desde a adolescência. Porém em dias turbulentos ela piora gradualmente!

Ahh Guilherme... Se eu soubesse que isso iria acontecer, eu teria te matado com as minhas próprias mãos! Nenhum traidor sobrevive nas minhas mãos, o que é dele está guardado. Eu não vou deixar isso barato... Nesse mesmo momento o meu monstro enjaulado estava gritando para eu liberá-lo, porém não posso me dar ao luxo de colocar a Carol em risco. Não demorou muito e ela saiu com uma receita nas mãos...

Carol- A senhora está bem?

Pelo visto o meu semblante estava fechado. Isso sempre acontecia quando algo me chateava, era involuntário e eu não conseguia controlar...

Emilly- Não. Vamos ter que ficar um tempo fora...

Carol- O que aconteceu??

Emilly- O cerco fechou. Vamos precisar sair do país... Quando estivermos seguras eu irei te falar.

Ela assente assustada e se senta em uma das cadeiras enquanto eu faço uma ligação para o Eduardo.

Eduardo- Oi chefe. Eu consegui as passagens e as novas identidades... Só que... Como você irá se apresentar lá?

Emilly- Com o meu nome verdadeiro.

Eduardo- Como assim? Pode ser perigoso chefe, e se alguém descobrir que você está lá?

Emilly- Não é o nome Emilly, meu nome verdadeiro é outro.

Eduardo- Agora eu estou realmente confuso.

Emilly- Resumindo o meu nome, Emilly é falso.

Eduardo- Nossa! Bom... É... Enfim, eu já mandei alguém entregar as suas roupas aí junto com as identidades falsas. Vai precisar de seguranças?

Emilly- Não precisa.

Eduardo- Chefe eu sei que você é uma assassina profissional mais-

Antes que ele terminasse eu interrompi.

Emilly- Eu tinha uma dívida com um dos meus melhores assassinos, ele está vindo fazer a minha segurança.

Eduardo- Nossa... Como sempre, a senhora está sempre a um passo à frente.

Emilly- Bom é isso, depois você me informa como anda as coisas. Vou deixar na suas mãos, pois confio cegamente em você...

Eduardo- Tem certeza chefe? Qualquer pessoa normal no seu lugar desconfiaria de todos ao seu redor após ser traída dessa forma.

Emilly- Guilherme era uma raposa velha por isso não me admira eu não ter percebido. Mas você é jovem e eu consigo ver a sua sinceridade só por estar me ajudando nesse momento.

Eduardo- Você é como uma irmã mais velha para mim Emilly.

Emilly- Eu sei e agradeço pela sua consideração.

Eduardo- Acho melhor encerrarmos por aqui se não eu vou chorar...

Emilly- Haha muito obrigado por tudo.

Eduardo- Não se despede assim ou eu vou ficar com medo... Normalmente você desliga na minha cara.

Emilly- Hahahahah tchau meu consigliere, nos falamos depois.

Eduardo- Tá bom...

Escuto ele suspirar do outro lado e depois desligo. Não demorou muito e o meu exército de assassinos chegou, Carol ficou completamente pálida ao ver aquele monte de assassinos armados e cheios de tatuagens.

Carol- O... O que está havendo?

Emilly- Não se preocupe, eles estão do nosso lado.

- Quanto tempo em chefia?

Emilly- Você não mudou nada Colossos.

Colossos- Sabe como é né...

Emilly- Vamos?

Falei encarando a Carol. Ela apenas assente e me segue apavorada com tudo aquilo...

Quando estávamos na entrada um carro preto chegou e assim que eu olhei percebi que era o meu Impala.

* Filho da put@ *

O Eduardo me paga!

O cara que saiu do carro era nada mais nada menos que o meu consigliere inconsequente.

Emilly- Como você se atreve em?

Eduardo- Eu queria dar uma volta nessa belezinha mas você nunca iria deixar então eu peguei.

Emilly- Engraçadinho. É para guardar no mesmo lugar ou eu volto aqui só para arrancar as suas bolas!

Ele arregalou os olhos e colocou as mãos na frente do testículo.

Colossos- Acho bom guardar mesmo, eu já vi essa Dannazione quebrar um pênis como se fosse uma bolacha cumprida.

Todos começaram a rir e o Eduardo fez uma cara impagável de espanto.

Peguei as minhas coisas e depois me despedi do meu consigliere. No caminho como eu imaginei, começamos a ser perseguidos...

Carol que já estava pálida, agora estava branca que nem um papel...

Emilly- Fique calma, eu não vou deixar nada lhe acontecer.

Falei olhando em seus olhos e percebi o exato momento em que desceu uma lágrima dos seus olhos.

Colossos- Vamos precisar dispersar eles.

Emilly- Vamos enfrentar esses cazzo de frente! Me dá uma arma.

Ele sorri e me entrega uma thompson.

Abaixei o vidro e coloquei metade do meu corpo para fora. Comecei a atirar nos vagabundos sem dó e nem piedade, os que estavam em uma moto logo foram atingidos fazendo eles cair e um dos carros que também estavam na perseguição passou por cima da moto no mesmo instante em que ela explodiu, fazendo o carro também explodir.

Colossos- ESSA SIM É A NOSSA RAINHA DE GUERRA!!

Falou o Colossos gritando e tirando uma foto do "acidente".

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Continua...

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