Revelações Obscuras e Segredinhos Sujos

A luz ao meu redor é palpável, como se estivesse me engolindo inteira. Eu já ouvi falar dessa técnica de tortura antes, usada por agentes secretos a fim de obter informações de espiões russos. As gotas continuam a ecoar, uma tortura constante para meus ouvidos. Meus pulsos ainda estão amarrados, e a sensação de impotência me consome. Fora a fraqueza que sinto, não como há horas, daria tudo de mim para comer o macarrao com salsisha pastoso que Draco faz.

Tic. Tic. Tic.

Eu me encolho ao lembrar de Dario, meu querido irmão postiço deve estar se mordendo de raiva a essa hora, pensando que estou aprontando alguma coisa com Suni a essa hora, isso se tiver passado apenas 24 horas que estou aqui. A outra hipótese, a de eu estar aqui há dias desacordada me causa uma dor no coração. Pobre Dario, nese cenário ele estará desesperado por minha procura, deve ter ido a policia, é a coisa certa que se faz quando coisas assim acontecem. Não é? Cada batida da goteira de água batendo contra o cano de metal acima de mim, parece uma sentença de morte iminente, uma contagem regressiva para o desconhecido.

Tic. Tic. Tic.

Meus pensamentos estão em turbilhão, girando em um redemoinho de confusão e medo. Quem é esse homem? Como ele me conhece? Por que ele me sequestrou? E o mais importante, o que ele quer de mim? O que quis dizer com eu ser uma peça de um jogo importante? E que eu posso mudar tudo? 

Tic. Tic. Tic.

Infinitas  perguntas rodeiam minha mente, infelizmente, não tenho resposta para nenhuma. Literalmente banhada pela luz quente do holofote a minha frente, percebo a ironia de esta na mais completa escuridão. Seus motivos permanecem obscuros, escondidos nas sombras da minha própria ignorância. Será que ele me observava o tempo todo, esperando o momento certo para agir? Ou será que há algo mais profundo em jogo aqui, algo que ultrapassa as fronteiras da minha compreensão? Sinto que a segunda opção é a resposta certa.

"Bem feito pra você sua garota idiota!" Xingo-me. "Quem em sã conciencia opta pelo central parque a noite e ainda por cima estando bebada? Que merda. Que gradiosíssima e espetacular, merda!"

Bem, no final das contas, eu posso não saber quem sou ou por que estou aqui, mas uma coisa é certa: eu não serei apenas uma peça no jogo de outra pessoa. Eu serei a autora da minha própria história.

De repente, a porta se abre com um rangido agudo, e ele entra na sala com uma expressão de superioridade em seu rosto. Seus passos são deliberados, confiantes, como se estivesse no controle absoluto da situação. Quantas horas se passaram desde que ele esteve aqui da última vez? Não me lembro, quando não estava tentando escapar, estava cochilando como uma velha cansada.

Tic. Tic. Tic.

Ele me observa por um momento, seus olhos frios e penetrantes estudando cada centímetro do meu rosto. Sinto-me nua sob seu olhar, exposta e vulnerável, como se ele pudesse ler meus pensamentos mais íntimos com apenas um olhar. É estranho eu me sentir atraída pelo meu sequestrador de olhos azuis?

— Como está se sentindo, minha querida e doce, Kaya? — Ele sorri, mas seus olhos permanecem frios e calculistas, penetrando-me como facas afiadas.

Meus lábios estão secos, mas eu forço uma resposta.

— Como você acha que eu estou me sentindo? — Minha voz sai fraca, embargada pelo pânico que ameaça me consumir. — O que você quer de mim?

Ele se aproxima, cada passo ecoando pelo ambiente carregado de tensão.

— Oh, Kaya, minha pequena presa indefesa... — Ele murmura, seu tom de voz carregado de sarcasmo. — Eu quero muitas coisas, mas vamos começar com algo simples. Eu quero que você entenda quem está no controle aqui.

Meus olhos se estreitam, uma mistura de raiva e confusão borbulhando dentro de mim.— Controle? Você acha que pode me controlar? — Minha voz treme de indignação. — Você não é nada além de um covarde, se escondendo nas sombras como um rato imundo.

Ele solta uma risada baixa, um som que ecoa sinistramente pelas paredes úmidas.

— Ah, Kaya, você é tão ingênua. — Ele se aproxima ainda mais, seus olhos brilhando com uma intensidade assustadora. — Não se trata apenas de mim. Você está envolvida em algo muito maior do que pode imaginar. Você não faz ideia de quem realmente é, não é mesmo? Da sua verdadeira identidade. 

Tic. Tic. Tic.

Minha mente está em turbilhão, tentando processar suas palavras. O que ele quer dizer com "verdadeira identidade"?

— Você... você é da máfia, não é? — As palavras escapam de meus lábios antes que eu possa contê-las, uma revelação que ecoa pelo ambiente tenso.

Ele sorri, um sorriso cruel que não alcança seus olhos.

— Muito perspicaz, minha querida. — Ele admite, sua voz suave como seda. — Mas há muito mais do que isso. Você está prestes a descobrir um mundo que nunca imaginou existir. — Cheio de segredinhos sujos, empurrados para debaixo do tapete.

Um calafrio percorre minha espinha, uma sensação de terror se apoderando de mim. O que isso significa para mim? E como diabos eu vou sair dessa situação viva.

Tic. Tic. Tic.

As gotas continuam a ecoar, marcando o ritmo implacável do tempo que parece estar se esgotando rapidamente.

— Mas antes, eu trouxe um presente para você. O primeiro, de muitos.

Franzo o cenho sem entender a onde ele quer chegar, até notar um saco feito de papel que ele escondia atrás de si sem o meu conhecimento.

— Não quero nada de você! —  cuspo no chão para demonstrar a minha repulsa. 

Ele ignora minha recusa, avançando em minha direção com o saco em mãos. Seus olhos faiscam com uma mistura de diversão e desafio, como se estivesse se divertindo com minha resistência.

— Oh, mas você vai querer isso, Kaya. Confie em mim. — Sua voz é suave, quase persuasiva, mas há uma nota de ameaça subjacente que me faz recuar ainda mais.

Eu estreito meus olhos para ele, minha desconfiança aumentando a cada segundo. O que ele está tramando? O que está dentro desse saco? E por que ele está tão determinado a me fazer aceitar?

— Não vou aceitar nada de você. — Minha voz é firme, embora eu sinta meu coração acelerar com a incerteza do que está por vir.

Ele sorri, como se estivesse se divertindo com minha resistência.

— Você não tem escolha, minha querida. — Sua voz é calma, mas há uma nota de desafio em suas palavras. — Este é apenas o começo. Você vai aprender a fazer as coisas do meu jeito, quer você queira ou não.

E então ele abre o saco e eu vejo o que ele preparou para mim.

Tic.

Tic.

Tic.

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