Capítulo 16

Dandara

  Acordo me sentindo um pouco confusa, e isso se intensifica quando sinto um peso sobre a minha cintura, me fazendo virar e encontrar os olhos atentos do Ethan, que me observa de forma carinhosa e preocupada.

  — Oi, amor. — ele move o braço, mas mantém apoiado no meu corpo, enquanto afasta alguns fios de cabelo do meu rosto, sem pressa, fazendo um carinho preguiçoso.

  Essa palavrinha, composta de quatro letrinhas, faz meu coração bater mais forte, e ser envolvido por um calorzinho gostoso e reconfortante, com uma sensação de segurança e paz. Mesmo que eu saiba que "amor", para ele seja só uma forma carinhosa de me chamar, e não a demonstração de um sentimento.

  — Está melhor? — parece realmente preocupado.

  — Sim, com você eu estou. — respiro fundo, fechando e abrindo os olhos lentamente. — Obrigada por me ouvir e não julgar. Foi difícil falar, mas me sinto mais leve agora, e seu apoio foi incrível, na verdade você é incrível.

  — Gosto de você, minha morena. Só quero te ver bem, e se contar te fez sentir melhor, então fico feliz. — noto ele tenso, mas não o julgo, porque deve ser difícil ouvir tudo o que eu disse, ainda mais o Ethan, que parece ter um senso protetor bem aguçado, e estou descobrindo que ele quer me manter segura sempre.

  — Você está bem com tudo? — suspiro. — Digo, comigo, mesmo depois do que te contei?

  Meu medo real? Ele não me querer! Mas sou covarde e não consigo fazer a pergunta diretamente, porque temo a resposta.

  — Cuidei de você, dormiu nos meus braços, te chamei de "amor", o que nunca aconteceu antes com mulher nenhuma, e disse que gosto de você, acho que isso mostra que te quero, Dandara. E não, eu não estou "bem" com a situação, isso seria uma grande mentira, mas com você, estou inteiro e mais do que bem, amor. — solto o ar, que estava preso nos meus pulmões, em expectativa do que ouviria. — Aliviada?

  — Sim. — admito,e ele sorri fraco, beijando minha testa.

  — Seu telefone começou a tocar há uma meia hora, mas esperei você acordar. Deve ser importante.

  — Provavelmente deve ser minha mãe. — me viro, ainda nos braços dele, e vejo meu telefone sobre a mesinha, ao lado da cama, me esticando para pegá-lo. — Nossa! Já são quase 9 da noite. — me assusto, assim que desbloqueio a tela do celular. — Eu dormi muito, e acabei te prendendo aqui. — falo, meio se jeito, me virando novamente de frente para ele.

  — Como se estar deitado, com você nos meus braços, fosse um sacrifício enorme. — esse sorriso irônico dele acaba sendo um charme. — Digamos que eu passei a minha tarde de folga com quem eu queria, então está tudo certo. — joga os ombros levemente. — Mas, alugar meus braços e fazer meu peito de travesseiro tem um preço. — sua voz rouca me causa um arrepio na espinha, e confesso que o perfume gostoso, sentido assim, diretamente em sua pele, torna tudo melhor.

  — E qual seria, sr. Ethan? — resolvo me deixar levar.

  — Vai ter que passar a noite aqui, comigo. Sabe, eu mereço algumas boas horas de sono profundo, aconchegado nesse seu corpo macio e sentindo o cheiro do meu shampoo nos seus cabelos, não acha? — ele diz tudo isso sem deixar de olhar nos meus olhos e com a expressão suave de quem pede um X duplo numa lanchonete.

  — Hum, entendi. Então é tipo um pagamento? — pergunto.

  — Não! É uma compensação por ter me usado como travesseiro. — explica. — O pagamento serão seus beijos, e eu garanto, sua dívida é bem alta, mocinha. — ele desvia o olhar lentamente até meus lábios e minha boca parece formigar em expectativa.

  Meu telefone começa a tocar, me obrigando a quebrar o contato visual no momento em que ele estava se aproximando, e assim que olho a tela acesa, vejo o número da minha mãe.

  — É a minha mãe. — murmuro.

  — Melhor atender, morena. — assinto e arrasto meu corpo até a beirada da cama, me sentando em seguida e atendendo a ligação.

  — Oi mamãe.

  — Oi querida! — sua voz parece aflita. — Dandara, onde você estava que não atendeu minhas ligações desde hoje à tarde? Eu fiquei preocupada, está tudo bem?

  — Me desculpa, mãe. Eu acabei perdendo a noção da hora e... bem, eu peguei no sono... estou com Ethan, mãe. — digo logo de uma vez, e mordo o lábio, aguardando sua resposta que parece demorar uma eternidade.

  — Oh, entendo. — uma pausa e ouço ela suspirar. — Bem, então vocês estão mesmo juntos? Digo, são um casal ou apenas, estão ficando como vocês jovens costumam dizer?

  Olho para o Ethan, procurando uma resposta nos olhos escuros e intensos, e o sorriso carinhoso que recebo de volta, aliado a tudo o que ele fez hoje, me fazem ter certeza da resposta.

  — Sim, mãe. Estamos juntos. — ouço uma risada contida e quase posso ver a felicidade no rosto da minha mãe.

  — Que bom, querida. Isso é muito bom. — ela responde. — Então, que tal convidar ele para um jantar, sabe, para aproximá-lo de nós, já que ele parece importante para você. O que acha?

  Me viro novamente, encarando o homem lindo e sem camisa sobre a cama, mordendo meu lábio levemente, indecisa entre perguntar ou não, mas opto pela primeira opção.

  — Minha mãe quer saber se aceita jantar lá em casa, com a minha família. — acho que não consegui ser tão leve quanto gostaria, pois até minha voz saiu mais baixa que o normal. — Mas não é uma imposição ou algo assim... é só um convite e...

  — Eu aceito. — ele responde com uma naturalidade invejável, enquanto põe os braços atrás da cabeça e deixa o peitoral largo ainda mais à mostra. — Já iria sugerir isso, de qualquer forma.

  — Você ia? — franzo a testa.

  — Não posso fazer nada se me interessei por uma garotinha atrevida que me faz querer agir do jeito certo. — ele dá uma piscadinha, e eu reviro os olhos. — Pode dizer à sua mãe que basta marcar o dia, só peça que seja depois das 7 da noite, porque tenho que supervisionar a troca de turno dos seguranças.

  Eu assinto, contendo minha animação e a vontade de dar gritinhos de felicidade.

  — Mamãe, ele disse que aceita, então só precisa marcar um dia. Ah, e que seja depois das 19:00hs.

   — Eu meio que ouvi, querida. — ela responde e posso nitidamente ouvir uma risadinha. — Uma garotinha atrevida, então...

  — Mamãe! — reclamo, com o rosto quente.

  — Tudo bem, eu não falo mais, mocinha. — acabo sorrindo discretamente. — Bom, eu preciso perguntar, a senhorita pretende voltar para casa ainda hoje?

  — Bem, na verdade não. — respondo e não sei bem o porquê, mas sinto um friozinho na barriga.

  — Imaginei que não. Mas estou tranquila, sei o quão madura e responsável você é, então confio nas suas escolhas. E você deixou sua mãe muito feliz em saber que finalmente está se abrindo e deixando alguém se aproximar, se dando uma chance de ser feliz. E pelo pouco que ouvi, ele parece ser um bom rapaz.

  Acabo sorrindo ao olhar novamente o Ethan, esparramado na cama, com uma perna flexionada e a outra esticada, balançando o pé de um lado para o outro, totalmente relaxado. Lindo! Tipo, tão lindo que eu passaria horas o admirando sem o mínimo problema... e ele se chama de velho! Como eu posso com isso?!

  — Sim, mãe. Ele é uma homem incrível, e muito carinhoso comigo. — me derreto toda.

  — E falou a minha princesa cacheada, com a voz suspirante de uma moça que descobre o primeiro amor. — ela cantarola, sorrindo. — Seja feliz, minha filha, é só o que desejo. Não faça o que não quer, mas aproveite e descubra o que quer e gosta. Se permita! Nos vemos amanhã, e diga ao Ethan que o esperamos amanhã a noite para jantar. Boa noite minha princesa e dê boa noite ao meu futuro genro.

  — Boa noite, mãe! Eu te amo.

  — Também te amo muito,minha princesinha.

  Nos despedimos e eu encerro a ligação, colocando o telefone sobre a mesinha e engatinhando sobre a cama enorme, coberta por lençóis escuros, e me aninhando novamente nos braços do Ethan, que me aconchega em seu peito novamente.

  — Minha mãe desejou uma boa noite a nós dois, e disse que te espera para jantar amanhã a noite. Tudo bem pra você? — o encaro, fazendo carinho em seu peito nu.

  — Por mim, está ótimo! — ele se vira de lado, acariciando meu rosto. — Vai mesmo dormir aqui? — pergunta.

  — Preciso pagar minha dívida. — respondo.

  — Ótimo! — ele sorri. — Então que tal pedir algo para comer? Estou faminto, e preciso de energia para cobrar minha dívida como se deve, sabe, seus beijos gastam calorias... E eu pretendo te beijar muito!

《••••》

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Comments

Marilia Carvalho Lima

Marilia Carvalho Lima

👏👏❤️❤️

2025-03-05

0

Márcia Regina

Márcia Regina

A dra.bonequina está fazendo o ogro virar príncipe.

2025-02-01

1

Roberta Matos

Roberta Matos

me descreveu agora kkk

2025-01-23

0

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