Capítulo 9

Inclino o meu corpo um pouco para trás, ainda em seus braços, só para poder acariciar seu rosto e olhar em seus olhos.

— Você precisa ir, eu sei disso. — ele assente devagar, parecendo chateado. — Mas ainda vou esperar a ligação que vai me fazer dormir com um sorriso no rosto.

— Dara, eu não se que horas eu vou termina. Às vezes essas situações demoram e... — me aproximo e selo nossos lábios novamente, sentindo a intensidade dele, do beijo dele, que corresponde ao meu beijo sem a menor resistência, mas na mesma medida, até estarmos novamente sem ar, e eu voltar a posição de antes, olhando nos olhos dele.

— Não importa! — afirmo. — Seja a hora que for, me ligue. Tenho a impressão que só vou dormir tranquila quando souber que você e a Isy estão bem. — e sim, ele me dá um sorriso, mas não um lateral como antes, mas um sorriso sincero, o que faz esse meu coração bobo dar cambalhotas, pois ele tem um sorriso lindo, e como tem!

— Eu vou ligar, porque pretendo garantir que você tenha um bom sono. — se aproxima e roça o nariz no meu, me arrancando um sorrisinho bobo. — Seu sorriso é lindo, minha Doutora bonequinha.

— Sua?! — acabo sorrindo ainda mais. — Estamos nesse ponto? — ergo uma sobrancelha, levemente, é claro.

— Seu beijo me deixou viciado, e eu quero ser o único a ter o prazer de provar essa boca linda e doce, então é a minha Doutora bonequinha, e quanto antes saiba e concorde com isso, melhor será, pois vou poder aproveitar essa boca linda e doce, que pode até estar nesse seu rostinho lindo, mas só encaixa perfeitamente na minha! — a voz rouca e a pegada firme, aliada as reações do meu próprio corpo traidor, não me permitem discutir.

— Ok, senhor muralha mal humorada. — solto e ele se afasta e me olha... e lá está a cara feia que faz juz ao apelido. — Viu? Já está de cara feia! — resmungo.

— Você vai me explicar esse apelido depois, mocinha. Mas agora eu realmente preciso ir. — beija minha testa, e isso é fofo. — Não me chama de fofo!

— Mas eu nem disse nada! — finjo estar emburrada.

— Mas esse sorrisinho te entregou, mocinha. — acabo mordendo o lábio, encolhendo os ombros.

— Tá, eu pensei. — Admito. — Agora vai logo! — saio dos braços dele, mesmo sentindo um vazio estranho, mas sei que ele precisa ir. — Se cuida. — peço, com o coração apertado.

— Tenho um motivo bem importante pra eu lembrar de me cuidar mais, a partir de agora. — ele segura minha mão, beija a palma, puxando o ar com um pouco mais de força, antes de me dar uma piscadinha safada e sair, com a postura séria de sempre.

E eu? Me recomponho o melhor que consigo e ando em direção à tenda, mas quase caio dura quando encontro a Lenora, de braços cruzados, me olhando com um sorrisinho sínico, me estendendo um guardanapo.

— Limpa a boca, beijoqueira. Seu batom tá borrado, e bem borrado. Mas fica tranquila, depois do pega que você ganhou daquele nosso chefe de segurança hiper gato, é normal! — ela bota o guardanapo na minha mão, e eu sinto meu rosto queimar de vergonha.