Volto ao meu plantão, como sempre, e hoje a parte da tarde foi mais tranquila, então só faço algumas visitas na companhia da minha tutora e depois, fico na pediatria, acompanhando alguns casos simples.
Às 5 da tarde, bato meu cartão de ponto e vou para o vestiário, mas no caminho de volta, depois de terminar meu banho, acabo esbarrando no tal Ethan, assim que ponho os pés pra fora da porta.
Ergo o rosto, ainda com meu corpo perigosamente perto do dele, e tudo o que consigo ver é o peitoral largo e duro feito pedra, e subindo mais um pouco, o maxilar desenhando, másculo, coberto pela fina camada dos fios escuros de sua barba por fazer. Engulo em seco quando o perfume marcante invade minhas narinas sem ao menos pedir permissão, arrancando minha capacidade de raciocínio e me fazendo ficar com a cara mais abobalhada do universo, e eu nem preciso de um espelho para saber disso.
Continuo na mesma posição, até ele limpar a garganta e, até o movimento do seu pomo de Adão, não passa despercebido aos meus olhos, porque até isso nele exala masculinidade. Sacudo a cabeça, voltando a minha normalidade, pelo menos o pouco que consigo, devido ao turbilhão de sensações que um simples esbarrão com esse homem causou em mim.
— Ah... eu.. me desculpa?! — dou um passo atrás, ainda com o pescoço erguido, para poder olhar no rosto da muralha à minha frente, mas não sei se sou eu ou ele quem deve pedir desculpas... torço a boca levemente, com esse questionamento.
— Desculpas aceitas, Doutora Villar! — a voz firme precede dois passos laterais, me dando espaço para que eu passe, e eu demoro alguns segundos assimilando tudo. Sujeitinho estranho!
Meneio a cabeça, com um sorriso incrédulo, antes de passar ao lado dele e seguir pelo corredor, ainda sem entender o porquê ele estava parado na porta do vestiário feminino, e porque aceitou minhas desculpas e nem retribuiu, já que agora que estou caminhando para fora do hospital, percebo que não fui eu a culpada do esbarrão, e sim o senhor muralha mal humorada! Aff!
— Você deveria voltar lá e confrontá - lo! — murmuro baixinho, passando pelas portas de vidro e sentindo o vento do fim de tarde me receber, bagunçando meus cabelos e me fazendo fechar os olhos e aproveitar a sensação do vento fresquinho do fim da primavera.
Porém meus sentidos são aguçados por aquele bendito perfume que parece ser se entranhado nas minhas roupas, nariz e pensamentos, e eu me irrito comigo mesma por isso, mas basta ouvir o ronco do motor de uma moto, para que eu abra os olhos e veja o senhor muralha mal humorada sentado numa moto preta, enorme diga-se de passagem, acelerando sem a mínima necessidade.
O vento que bagunça meus cachos, é o mesmo que parece que trás o perfume dele até a mim, me fazendo soltar o ar com um pouco mais de força que o necessário, enquanto me viro de costas e sigo meu caminho, assim que meu irmão para o carro e ouço a buzina.
Entro no veículo sem nem olhar para trás, o que não quer dizer que, assim que estou protegida pelos vidros escuros, não dou uma espiadinha, e encontro o senhor cheiroso encarando o carro com uma expressão, no mínimo, indecifrável no rosto... se bem que, indecifrável deveria ser o sobrenome desse homem!
Bufo e quando olho, meu irmão desvia o olhar de mim, para o condutor da moto preta gigante e nada discreta. E quando volta a me olhar, um Yuri com a expressão curiosa franze os lábios, parecendo intrigado.
— Eu deveria perguntar? — ele ergue uma sobrancelha.
— Não! — respondo, colocando o cinto.
— Ainda assim, quem é ele? — continua, tamborilando os dedos no volante, com o motor do carro ligado, mas sem parecer ter a intenção de sair do lugar.
— Porque perguntou se eu disse que não deveria perguntar?! — faço cara de óbvio.
— Porque sou seu irmão. Porque você é a nossa princesinha. Porque eu acho que aquele cara está te encarando muito, e porque você pareceu bem... mexida, eu diria. — ele volta a me encarar. — Então, você vai me dizer, ou vou ter que ir lá e perguntar? — eu pisco os olhos algumas vezes. Desde quando eu tenho um irmão tão ciumento?! A tá, desde o que aconteceu...
— É o chefe de segurança da família Donartti. Ele está fazendo a segurança da Maria Isis por conta de toda a história com a ex amiga traidora e o ex noivo babaca, satisfeito?! cruzo os braços sobre o peito e meu gesto parece liberar o perfume do Ethan, que parece realmente grudado na minha roupa, e que me faz puxar o ar com um pouco mais de força, como se eu ridiculamente quisesse guardar esse cheiro na minha mente.
— Por hora, sim. — meu irmão tomba a cabeça levemente, batendo o polegar no volante, dessa vez. — Mas eu acho que ele parece mais interessado em ficar de olho em você, do que na Isis. — dá de ombros.
— Uli, por favor, eu ainda preciso me arrumar, e tenho cabelos cacheados, isso leva o dobro do tempo, então pode por favor ir logo? — peço, o mais educadamente que consigo, antes de olhar discretamente para o lado e reparar que o senhor cheiroso continua no mesmo lugar, com a moto estacionada, mas agora mexe no celular.
Meu irmão meneia a cabeça, sorrindo, antes de finalmente sair do estacionamento do hospital, em direção à nossa casa. E durante todo o trajeto, um certo perfume me faz fechar os olhos, várias vezes... mas que droga!
O perfume desse homem deveria ser proibido! Como ele consegue ser tão cheiroso?!
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Atualizado até capítulo 59
Comments
leyde
hummm.esse segurança vai causar viu
2025-03-06
0
Nilda Nilda Souza
comecei agora mas já estou amando
2025-03-05
0
Marilia Carvalho Lima
amando ler! 👏👏
2025-03-05
0