Sigo de carro, ao lado da Lenora, depois de dar uma desculpa aos meus pais, que ainda bem, estão tão felizes comemorando o aniversário de quando começaram a história deles, que não reclamaram. Mas tive que prometer ligar assim que chegar em casa, já que eles vão passar o fim de semana fora, se curtindo, e eu acho ótimo que eles aproveitem o amor que sentem.
Assim que entramos numa estrada de chão, começo a estranhar, porque está tudo escuro.
— Lenora, eu posso estar enganada, o que acho difícil, mas você não está perdida? — olho a estrada, e sinceramente esse lugar é assustador, isolado... onde essa maluca está nos levando?! Nem sinal de telefone tem aqui!
— Relaxa, amiga. Olha, aquele mal encarado de pé ali na frente, não é o seu chefe de segurança/namorado? — estreito os olhos, mas os abro mais, logo em seguida... é mesmo o Ethan!
— Viu? Pela sua cara, eu estava certa, né? — ela ri, estacionando o carro em frente à um galpão. Franzo a testa, olhando em volta, e vendo o carro do tio Nicollas também, além de outros, todos em fila. — Olha, antes de sairmos, preciso te dizer uma coisa. — ela se vira de frente para mim, e eu faço o mesmo, tirando meu cinto e a encarando.
— Nossa família, todos nós, sejam Donartti, Blake, Choi, e os Massillli, mas esses são um tiquinho diferentes. — mostra com os dedos. — Enfim, nós protegemos os nossos, tipo, os maridos protegem as esposas e essas coisas.
— Hum, tá. Mas isso é normal, vocês tem seguranças, tipo, muitos deles, e é normal porque vocês são bilionários então... — dou de ombros, acho isso normal.
— É, só que em alguns casos, um pouco mais sérios e que oferecem riscos de vida... nós meio que...
— Vocês matam?! — pisco algumas vezes, um tanto surpresa, confesso.
— Não! — ela fala, meneando a cabeça levemente. — Mas nós mandamos os "pacotes defeituosos" para uma ilha nada amigável, onde eles vão certamente preferir a morte, mas não terão esse direito. — suspira.
— Uau! — solto um assobio baixo. — E o que estamos fazendo aqui? Porque estamos no meio do nada, mas muito longe do mar, então... — encolho os ombros, sem entender.
— Eu soube que a Kimberly e o Joshua aprontaram feio, junto com a Cameron, e antes de irem para a ilha...
— Eu topo! — falo, decidida.
— Mas eu nem terminei. — ela sorri levemente.
— Lenora, a Kimberly fez muito mal à Isy, o Joshua foi um cretino, e essa Cameron nunca me desceu, então se é pra dar um corte de cabelo novo nas lombrigas secas, eu topo!
— Essa é a minha garota! — batemos as mãos e saímos do carro, mas nem dou três passos e bato de frente com a muralha mal humorada/senhor do beijo inesquecível.
— Posso saber o que a mocinha está fazendo aqui? — me olha, apoiando a mão na minha cintura e segurando meu queixo com carinho, olhando nos meus olhos.
— Vim ajudar a depenar duas frangas. — falo, e ele sorri de lado.
— Entendi. — assente. — Bom, mas não se assuste com o que vai ver, na verdade eu não gostaria que estivesse aqui. — suspira. — Talvez veja coisas, ou pior, me veja fazer coisas que talvez não consiga assimilar.
— Não se preocupe. — toco seu rosto, fazendo o carinho que percebi que ele gosta, pois parece relaxar com meu toque. — Eu sei a sua profissão, sei que seguranças protegem, mas as vezes precisam agir de formas que não agiriam normalmente. — torço a boca levemente. — Só... não seja assim... comigo. Tudo bem? — sei que não temos nada.
Para o Ethan pode ter sido só um beijo, mais uma conquista. Só que, para mim, permitir esse beijo exigiu muitas coisas, vencer muitos medos, bloqueios. E talvez eu esteja mesmo sendo uma garotinha infantil e sonhadora, fantasiando algo que só existe na minha cabeça, mas eu senti uma conexão diferente entre nós, e ele parece ter sentido o mesmo, pois assim que me viu, já veio ao meu encontro, preocupado com a forma como eu reagiria ao que vou ver e ouvir, então... acho que não estou sentindo isso sozinha. Ou pelo menos espero que não.
— Eu nunca machucaria você. — ele passa as costas da mão no meu rosto. — E não pense que foi só um beijo, porque não foi. — desvio o olhar, como ele percebeu?
— Olha pra mim... — a mão quente segura meu queixo com cuidado, e nesses minutos juntos, ele não tirou a mão da minha cintura nem um instante, me mantendo bem perto dele. — Não sou um cara romântico, sou bruto, mal humorado, estourado e xingo pra cacete! Não ando de mãos dadas, não assumo mulher nenhuma e não tinha a mínima vontade de mudar isso. — suspiro, sentindo uma inquietação no peito.
— Entendi... — falo, baixinho.
— Não, você não entendeu. — ele não desvia o olhar, continua firme em sua postura. — Eu não TINHA vontade de estar com ninguém, mas agora eu tenho, só que eu não sei se você me quer, com tantos defeitos assim. E eu estou disposto a tentar ser menos bruto, se você me quiser. — ele aproxima o rosto do meu, me fazendo morder o lábio. — Você não facilita minha vida, Doutora bonequinha. — adverte.
— Pelo contrário, eu só facilito as coisa, afinal fui eu quem torci o pé, só para conseguir seu número de telefone. — faço bico e recebo uma risada contida.
— Uhum, você torceu o pé, tem razão. — estreita os olhos. — Se curou rápido, não? — eu fico totalmente envergonhada, o que o faz me dar um selinho demorado, antes de se afastar, e olhar nos meus olhos.
— Acho que o seu beijo tem um certo tipo de efeito curativo. — dou de ombros, com a minha melhor cara de fingimento.
— Pode ser. — ele parece pensar. — Acho que vou precisar te beijar mais vezes para tirar a dúvida, sabe como é, estudos científicos.
— Claro! Tudo pelo bem da ciência. — concordo, sorrindo discretamente. — Agora pare de me enrolar, senhor Ethan, e me deixe ir ajudar a Lenora, ou não vai sobrar pena alguma para eu arrancar. — ... penso. — Se ela começar a gritar ou me xingar, posso tirar a língua dela?!
Ele me olha, parecendo surpreso.
— Não amorzinho, você não pode! — reviro os olhos, fingindo estar chateada.
— Ok. — dou de ombros.
— Mas pode raspar os cabelos! — Lenora aparece, com uma máquina de corte nas mãos. — Bora?
— Bora! — falo.
— Lenora! — Ethan chama ela.
— Relaxa, malvado favorito da Dandara! A gente só vai brincar de cabeleireira! — ela segura minha mão e entramos no galpão.
Olha, sabe que brincar de cabeleireira é legal. Eu gostei!
《••••》
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EM MARÇO, TEREMOS NOVIDADES! AGUARDEM...
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Atualizado até capítulo 59
Comments
Maria Medeiros
parabéns autora seu livro está muito lindo
2024-11-30
0
Marilia Carvalho Lima
kkkkk
2025-03-05
0
Rosineia De Paula Vianello
npelo que me lembro os Donartti não são máfia e sim agente secretos.
2024-12-28
1