Capítulo 15

...⚠️ ATENÇÃO⚠️...

  ESSE CAPÍTULO PODE CONTER GATILHOS SOBRE ABUSO, ENTÃO SE É UM ASSUNTO SENSÍVEL PARA VOCÊ, POR FAVOR NÃO LEIA!

Me deito na cama, com a Dandara presa ao meu corpo, e me ajeito sem soltá-la. Acaricio seus cabelos, sentindo o cheiro do meu shampoo, pois eu fiz questão de lavar seus cabelos com cuidado, e eu nunca pensei que tomaria banho com uma mulher, vestido! Mas foi o que aconteceu.

  Eu ouvi cada palavra, cada Soluço sofrido, enquanto ela me contava tudo o que aconteceu, tudo o que um ser desprezível fez a ela, há quatro anos atrás, numa das fraternidades da faculdade que ela frequentou, em Seattle.

  Ela era uma menina, ela ainda é, mas ela só tinha 17 anos! Como alguém pode ser tão baixo, tão sem escrúpulos, tão verme, repulsivo e covarde, a ponto de dopar a própria namorada, despir ela enquanto ela está sob o efeito de remédios e praticar uma sessão de toques íntimos, filmando tudo, e ainda convidar mais três colegas da mesma fraternidade para participar da "festinha", como eles mesmos disseram.

  Ela tremia durante o banho, esfregando a pele com força, como se sentisse nojo, como se estivesse suja. Me doeu, doeu fundo, e demorou muito até conseguir acalmá-la e fazê-la me olhar de verdade, enxergando que era eu ali. Tantas feridas expostas, coisas que talvez me deixariam chateado, é claro. Mas saber que foi ela, me deixou bem mais que isso... eu só quero fazer esse verme sofrer, gritar, implorar, e sorrir tirando a vida imprestável dele!

  Sádico? Não! Ele merece, e todos os amiguinhos dele também.

  Dandara demorou a se acalmar, me pedindo, implorando para que não contasse aos pais, porque ela não quer que eles se magoem ou se decepcionem. Mesmo não os conhecendo bem, duvido muito que se decepcionariam, mas respeito a decisão dela.

  Ela guardou tudo, e quando o irmão descobriu, ela não negou, mas não contou o nome do abusador, então até questionei sobre ter sentimentos, infelizmente isso pode acontecer com algumas vítimas de abuso, mas entendi que o caso era pior... ela foi chantageada para se calar, pois se contasse, o vídeo seria vazado, e ela seria difamada, apontada e acusada. Ela estava assustada, quando acordou Nua na cama do namorado sem nem saber o que tinha acontecido. E quando ele mostrou o vídeo, acusando ela de ter seduzido os quatro e ter pedido para participar da "brincadeira", ela se sentiu suja, usada e se viu acuada.

  Ele merecia a morte, e ele terá, mas ela nem sequer fez a denúncia, com medo das consequências. Agora entendo o curto período de faculdade fora de Nova York. Ela se viu obrigada a fugir, mas ainda assim, eu imagino que esse tal ex namorado deva ser muito influente, para causar um pavor tão grande na minha morena.

  Depois do banho, me sentei na borda da banheira, de costas, enquanto ela tirava as roupas molhadas e vestia uma lingerie seca que encontrei em sua mochila, e uma blusa minha, que ficou enorme nela, assim como a calça de moleton que a engoliu, mas ao menos ela estava aquecida.

  Coloquei ela no mesmo lugar onde eu estava, de costas, e me troquei. Depois sequei seus cabelos, peguei ela no colo e aqui estamos, deitados, com ela aninhada a mim, mas sem dizer uma única palavra, apenas soluços ocasionais e um suspirar pesado, vez ou outra.

  Não perguntei mais, seria muito doloroso mexer nisso, então me esforço para dar conforto a ela, mais uma coisa que eu nunca fiz antes, consolar uma mulher em meio a uma crise de choro.

  Minha ex noiva sempre soube desse meu jeito bruto, então se limitava bastante com certas coisas, e eu não era tão atento. As coisas na delegacia exigiam muita frieza, e na época eu era investigador da polícia, além de ter a academia.

  Não sei o que a minha Doutora bonequinha tem, mas cada parte de mim parece sentir a sua dor, quase que fisicamente eu diria. E eu me peguei lavando os cabelos de uma mulher, apenas para fazê-la se sentir cuidada... isso é tão estranho, mas foi natural, o que é ainda mais estranho.

  A respiração dela vai ficando mais suave, e quando inclino um pouco meu rosto, vejo que ela dormiu. Sorrio levemente, beijo sua testa e ajeito ela no travesseiro, a ouvindo resmungar meu nome, em um tom de reprovação por eu ter me mexido, mas logo voltar a dormir... manhosa!

  Me sento em uma poltrona, que fica um pouco afastada da cama, mas me dá uma visão total, então consigo observar seu rostinho enquanto ela dorme.

  Pego meu notebook, ligo e começo a mágica! Invadir arquivos é útil em diversas situações. Saber rackear telefones também, e entrar em grupos e fóruns de universidades nunca foi tão útil. Demora, na verdade um pouco mais do que eu imaginava, e isso me irrita, até eu ligar para o Damon, meu sócio e melhor amigo, porque ele é melhor nisso até do que eu.

  Saio do quarto, mas a câmera está ligada, posicionada, assim como o sensor, tudo conectado ao meu celular. Qualquer movimento da minha morena eu vou saber.

  Abro a porta da minha "sala privada", e logo o Damon entra, se jogando na cadeira, me olhando colocar as luvas de boxe e me alongar, pronto para descarregar minha raiva no saco de areia.

  — Pelo seu olhar, eu não iria querer ser esse saco de areia, irmão. — ele me olha, preocupado.

  — Estou no limite, por isso não te chamei para treinar, eu acabaria te mandando para o hospital ou coisa pior. — me posiciono. — Preciso de respostas, Damon! O notebook é todo seu!

  As informações, ou o que tenho de informações já estão no meu sistema pessoal, então ele só estala os dedos e começa, enquanto eu castigo tanto o saco de areia que acabo furando a merd@, fazendo uma bela sujeira, o que me deixa ainda mais irritado.

  — E então? — seco o suor da testa.

  — Deixa eu só perguntar, e eu espero estar errado, mas a garota do vídeo que eu encontrei, não é a sua Doutora, ou é? — sua expressão é de preocupação, raiva, nojo e tudo de pior.

  Não digo nada, mas travo o maxilar, já imaginando que sim, ele achou o tal vídeo.

  — Filhos da p*#t@! — ela soca parede, com raiva. — As imagens estão meio ruins, Ethan. Mas eu vou achar, ah eu vou, e eu vou torturar, faço questão! — ele passa as mãos nos cabelos loiros, andando de um lado para outro da sala.

  Não o julgo, estou do mesmo modo, mas tudo piora quando vejo o tal vídeo, e ainda que o rosto da minha morena esteja com algum tipo de efeito para disfarçar, eu sei que é ela ali, dopada, indefesa, sem chance de poder impedir todas as maldades que fazem com ela, todas as atrocidades que dizem... vermes imundos! Mas eles são inteligentes, frios, não consumaram o ato, mas o que fizeram, chega a ser perverso e muito pior!

  — Ela só tinha 17 anos... — repito, socando outro saco de areia. — Ela foi dopada! — minha garganta dói, meu peito dói, tudo em mim se aperta e queima como ácido corrroendo.

  — Ela não denunciou, não é? — eu nego, com ódio ao invés de sangue correndo dentro de mim. — Foi chantageada, com certeza. Foi abuso, mesmo sem consumar, e se agrava, pois ela claramente foi drogada e era menor. — assinto, travando o maxilar. — Sem dúvida alguém influente... era namorado?

  — O primeiro. — respondo entre os dentes e ele bufa, irritado.

  — Nem dá pra chamar de namorado, muito menos de homem, um ser desses, capaz disso!

  — Não me importo, porque vou chamá-lo de cadáver em breve! — meu olhar certamente deve estar mais frio do que gelo sólido, já que Damon me observa atentamente, mas apenas meneia a cabeça.

  — Já vi esse olhar, poucas vezes, e não restou nada! — afirma.

  — Então sabe, eu quero nomes! — falo, sério, tirando as luvas. — Ela está assustada, triste, ferida e adormeceu no meu quarto. Vou passar a noite aqui, então você tem até amanhã.

  — Adoro levar trabalho para casa. — ele continua sério, mesmo sendo irônico. — Ela é importante pra você? — põe as mãos nos bolsos.

  — A ponto de me fazer querer ser alguém melhor. — admito, e dito em voz alta, torna tudo mais real. — E querer ser o motivo da gargalhada que ela dá, quando está feliz.

  — Então seja alguém melhor, e confie em mim, vou protegê-la também! — afirma e eu assinto, esperando ele sair, trancando a porta, ativando o alarme e voltando para o quarto, onde me deito ao lado dela e a aconchego novamente, sentindo seu corpo macio se aninhar no meu novamente.

  Tenho que avisar aos meus "sogros" que a filha deles vai dormir fora... quem diria hen Ethan Wardley, você velho de guerra, abatido por uma garotinha, mas é a minha garota e eu vou cuidar para que ela viva em paz, sem nenhuma sombra do passado ameaçando o nosso começo ou fazendo ela sentir medo novamente. Eu vou ser o porto seguro da minha Doutora bonequinha!

《••••》

📢📢📢 Os capítulos de hoje são em homenagem às minhas flores aniversariantes do dia... Parabéns Laís e Carol! Deus abençoe vocês minhas lindas! 👏🏾👏🏾👏🏾🎉🎉🎉💐❤

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Comments

laine

laine

Ethan doeu pq vc ja ama bonequinha
esse capitulo doeu mto
morte e pouco

2024-02-15

93

Maria Helena Macedo e Silva

Maria Helena Macedo e Silva

infelizmente existe muitas meninas, moças e mulheres que passaram e passam por esse passado da personagem e pra muitas acontece em algum momento , são ou se tornam vítimas de tais monstros.

2024-05-14

0

Marilene K.Maito

Marilene K.Maito

pior que tem muito disso

2024-05-14

0

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