Capítulo 4

  — E viva os noivos! — aplaudo minha amiga e seu, orgulhoso e ciumento, esposo.

  É tão bom ver a felicidade de quem amamos, e hoje eu digo, amo a Maria Isis como uma irmã de verdade. E, convenhamos, é quase impossível não gostar de um Donartti, pois essa família é apaixonável! E se for um Donartti Blake, estilo tio Nicollas, aí fica muito mais difícil!

  Caminho pelo jardim, lindamente decorado, com pequenas luzes, alguma lanternas maiores, arredondadas, penduradas em algumas árvores.

  Tia Mariana sempre soube muito bem como organizar uma boa recepção, mas desta vez ela arrasou!

  A tenda montada no meio do jardim da mansão, decorada com lustres, isso mesmo, lustres fazendo a iluminação do centro da tenda, além de longos vasos de vidro, com arranjos de tulipas e lírios brancos. Cadeiras com tecidos brancos e finos, e toalhas brancas cobrindo as mesas, além de toda a louça usada para servir o jantar ser de muito bom gosto. Alguns músicos tocam músicas lentas, um pouco de jazz, e eu sei que tocarão um bom samba em algum momento da noite, pois as raízes brasileiras dessa família não deixariam passar.

  Pego uma taça de champanhe, que um dos garçons me oferece gentilmente, antes de seguir, servindo os outros convidados, em sua maioria, familiares da Isis. A noite está ótima, uma temperatura agradável, o clima tão gostoso, familiar. Acho que sempre gostei disso, reuniões familiares regadas a sorrisos e conversas animadas, tudo embalado com boa música, é claro. Meus pais estão em casa! A afinidade deles com os pais da minha amiga é uma coisa bonita de se ver, uma amizade que começou num momento de desespero, e já dura anos.

  De pé, movo meu corpo lentamente, num balanço discreto, seguindo o ritmo da música que soa ao fundo, enquanto seguro minha taça de champanhe, ainda intocada. Não sou de beber muito, na verdade apenas duas taças de champanhe, ou uma latinha de cerveja, isso quando estou em casa, num churrasco em família, nada além disso.

  Passo a mão pelo meu vestido, me lembrando que o motivo da escolha da cor foi uma sugestão da minha mãe, que afirma que nós morenas ficamos muito bem de vermelho... acho que concordo!

Um vestido vermelho, longo, com uma fenda na perna, que só mostra um pouco mais quando eu caminho, porém nada muito ousado, vulgar ou revelador, isso não faz meu estilo. Decidi por um modelo sem decote, de um ombro só e sem brilhos também, afinal quem precisa brilhar essa noite, é a minha amiga. E ela está radiante!

  Olho o jardim, e avisto o senhor muralha mal humorada, e acabo sorrindo com o apelido que eu mesma dei a ele. Observo ele por alguns instantes, até que nossos olhares se cruzam, e novamente aquela sensação de ter meu estômago dando cambalhotas toma conta de mim, fazendo as células do meu corpo se agitarem apenas com esse olhar intenso que ele tem.

  O filho de uma boa mãe não desvia o olhar nem por um segundo, e eu por outro lado, disfarço e tomo um gole da minha bebida, me virando e dando apenas um passo, parando de frente para uma Isy com olhar acusador e um sorrisinho irritante no rosto.

  — Uau! Que encarada foi aquela, amiga?! — ergue a sobrancelha.

— Adiantaria se eu dissesse que não sei do que você está falando?! — tombo o rosto de lado, sentindo meu rosto esquentar... ah, não!

— Sua cara te condena, Dara! — ela agora ri abertamente, mas se aproxima e me abraça, e eu retribuo, apertando ela. — Obrigada por tudo, meu amor. — diz, baixinho.

  — Amo você, amiga. Só quero te ver feliz, e hoje eu sei que você está, então aproveite tudo o que puder. — nos afastamos, e como boas emocionadas que somos, estamos com os olhos marejados.

  — Agora você, Dandara Dutra Villar, vai me dar essa taça, vai virar esse corpinho lindo e cheio de curvas extremamente perigosas, e vai até aquele chefe de segurança mal encarado, e solteiro pois eu já averiguei. — ela dá uma piscadinha. — E vai dar seu jeito de iniciar uma conversa, e só me saia de lá quando tiver, pelo menos, o número do telefone do Ethan! — fala, decidida.

  — Ei, você deveria curtir sua festa e não dar uma de cupido! — reclamo.

  — Deixe de bobagens! Eu estou feliz, beijando muito na boca e fazendo outras coisinhas bem interessantes. — eu faço careta e ela sorri. — Quero te ver feliz, com alguém legal...

  — Aquele cara mal encarado, que esbarrou em mim e esperou que eu pedisse desculpas... você chama aquilo de um "cara legal"?! — faço aspas com os dedos e meneio a cabeça. — Amiga, seus conceitos estão meio distorcidos, eu acho.

  — O meu Brad era todo mal encarado, e hoje ele é um fofo comigo. Quem sabe o Ethan não tem uma versão fofa também? — ela dá de ombros, e eu olho para trás, discretamente é claro, e depois volto a encará-la. — Acho que a versão malvada engoliu a versão fofa. — falo baixo, como um segredo, e nós duas rimos.

  Respiro fundo, penso um pouco e....

  — Quer saber? Eu vou lá! — bebo todo o champanhe da taça, entrego ela para a Isy, estufo o peito e ela comemora, como se tivesse ganho um presente.

  — Isso aí amiga! Vai lá, e não esquece do rebolado enquanto caminha, isso é importante! Arrasa, garota! — Nervosa como estou? capaz de tropeçar nas próprias pernas... mas o Ethan não precisa saber disso, não é mesmo?!

  Jogo um beijinho para minha amiga, que me deseja boa sorte, e caminho pelo gramado. Mas a parte do caminhar firme não funciona muito bem quando seu salto afunda na grama a cada passo, o que me dá uma ideia...

  Me aproximo mais, fingindo estar distraída e finjo também uma torção, gemendo como se realmente estivesse sentindo dor... bom, na verdade doeu um pouco mesmo.

  Inclino o corpo, para alcançar meu pé, esfregando o tornozelo, mas nada do sr. mal humor vir me ajudar. Bufo, já pronta para endireitar a postura e dar meia volta, diminuindo assim minha vergonha, quando ouço alguém falar...

  — Deixa que eu ajudo a senhorita. — ergo um pouco a cabeça e um rapaz vem na minha direção, mas é a voz de trovão que detém minha atenção.

  — Eu faço isso! — com um só comando o rapaz trava no lugar, e eu vejo o Sr. mal humor parar à minha frente. — Vou te ajudar, Doutora.

  Abro a boca para agradecer, mas é aí que acabo soltando um gritinho, totalmente surpresa, quando essa muralha me ergue nos braços e eu me vejo presa à ele, que me encara com intensidade, o rosto tão próximo que posso sentir seu hálito cheirando a menta bater contra meu rosto.

  Meu pai amado... que olhar é esse?! Que homem é esse?!

《••••》

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Comments

Luzia aparecida Araújo

Luzia aparecida Araújo

Hummmm!!! 🤗❤️🌹

2025-03-14

0

leyde

leyde

kkkkk aguenta fia

2025-03-06

0

Marilia Carvalho Lima

Marilia Carvalho Lima

kkkk

2025-03-05

0

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