Capítulo 7

— Vai me dar seu número de telefone? — ela fala baixinho, bem próxima de mim, estendendo a mão, o que me faz franzir a sobrancelha, confuso. — Minha bolsa está na tenda, então não tenho papel ou caneta aqui comigo, e nem meu celular, para salvar seu número, então...

Assinto, com um leve sorriso lateral, antes de pegar uma caneta no bolso do meu terno. E sim, eu tenho papel, caneta e celular, mas não! Essa oportunidade de tocar a mão dela parece bem melhor aos meus olhos.

Toco a mão delicada, me aproximando e sentindo o perfume suave em sua pele, e olhando bem nos olhos da morena mais linda que meus olhos já tiveram o prazer de admirar. E não é exagero, porque ela é linda demais! Porém o que me deixa mais mexido, é a sensação que o simples toque das nossas mãos, causa em nós.

— Ethan... — a voz mais baixa, a respiração mais lenta, o peito subindo e descendo mais devagar, me mostra o quanto ela está afetada, assim como eu.

— Eu sei... E você não imagina o quanto eu sei. — minha voz também não consegue atingir outro tom, tamanha a intensidade das sensações que esse toque me causou. — Vou te dar meu número, Doutora bonequinha, e espero receber uma resposta!

— Acho que nem se eu quisesse, conseguiria te ignorar. — o sorriso dela é uma das coisas mais lindas de se admirar... é eu sei, piegas e muito meloso, mas eu já nem faço ideia do que estou fazendo ou pensando, porque ela parece ter tomado meus pensamentos, deixando tudo uma confusão gostosa e viciante.

Respiro fundo, ajeitando os ombros e anotando meu telefone na mão delicada e pequena, e antes de soltá-la, deixo um beijo em sua palma, vendo ela suspirar, com os olhinhos brilhando e as bochechas coradas.

Conscientemente eu deveria me afastar, empurrar essas sensações pra bem longe, usar toda essa tensão num encontro prazeroso para nós dois e nem olhar para ela no dia seguinte, porque o meu lema é esse com todas as outras. Mas o problema é esse, com as outras não havia isso, esse algo que mexe no meu peito, essa química que dá tes@0, mas não é só isso, é querer sentir o cheiro dela, e me imaginar devorando essa boca que chega a beirar o perigo de tão atraente e apetitosa. Meus dedos certamente estão loucos para se afundar nesses cachos volumosos, e minha pele ardendo para sentir mais dos seus toques, não apenas um simples tocar de mãos, isso não seria suficiente, e para falar a verdade eu imagino que até um beijo não poderia acalmar a pulsação incontrolável do meu coração.

Ela olha nos meus olhos, ergue a mão livre, e toca meu rosto com cuidado, numa carícia gostosa demais, que me faz fechar os olhos e respirar tão fundo quanto consigo, guardando seu cheiro nos meus pulmões, o calor do seu toque na memória. Poh@ morena! Que car@hl0 de sensação gostosa é essa?!

— Vou te mandar um "oi", assim que salvar seu número no meu telefone. — abro os olhos, encontrando o sorriso doce e o olhar meigo, enquanto seu polegar desliza pelo meu rosto, sem pressa nesse carinho. — Você vai me ligar mesmo? — ele torce um pouquinho a boca, e seus ombros se encolhem levemente, evidenciando sua dúvida.