Capítulo 10: Chegando ao Brasil

Otávio...

Esses dias, andei entrevistando algumas mulheres, mas nenhuma se encaixa no quadro para ser a futura mãe dos meus filhos. Estou começando a me questionar, se não seria melhor colocar Amanda, em tal posição. Ela tem se mostrado tão presente, amiga, conselheira..., enfim, a pessoa ideal.

Estou embarcando no Brasil, após uma ligação de minha avó, dizendo que precisava de mim urgentemente, que não estava se sentindo bem. Disse para eu não contar nada a ninguém da família, que só confiava em mim.

Preocupado, fiz o que ela me pediu.

Meu irmão Leonardo, também voltou para o Canadá, mas disse que tem planos de voltar para a Inglaterra. Meu irmão, ficou visivelmente preocupado, após saber que sua amada está correndo perigo.

Antes de embarcarmos para os nossos destinos, passamos no hospital para ver os meus filhos. Ainda estão internados e a médica disse que ainda não chegaram no peso recomendado para o seu tempo. Meu pequeno Estevão, está com dificuldades na digestão dos nutrientes e minha pequena Ester, está bem abaixo do peso.

Estou desesperado, não posso perder os meus filhos, não vou suportar mais essa dor. Só vim para o Brasil, porque a minha avó, disse ter acontecido algo urgente. Meu pai mandou duas enfermeiras que trabalham na fortaleza para o hospital, para que possam cuidar deles e também tem Amanda, que sempre está por perto.

Chego no Brasil, com o dia amanhecendo, não sei por qual motivo, mas desde que entramos em território Brasileiro, estou sentindo algo diferente, é como se a minha vida estivesse a ponto de ser mudada.

Os carros que aluguei, estavam no estacionamento.

Meus seguranças levaram as malas para os carros, entram no carro deles e eu entro no meu. Eu mesmo quem vou dirigir, eu gosto do Brasil, é o país que mais passei férias e conheço muitas coisas por aqui. Sou fluente em várias linguas e a brasileira eu tiro de letra.

Paro no semáforo, quando meu celular toca. Era Amanda, fico preocupado, pois pode ser algo urgente, contudo, desligo e deixo para retornar quando chegar no hotel.

Ouço carros buzinarem logo atrás e por falta de atenção da minha parte, saio com o carro, sem me atentar ao semáforo. Levo um susto quando uma garota entra na frente. Freio o carro bruscamente e ela bate a mão no capo, sem querer buzino e ela me fita com o olhar.

— Presta atenção seu idiota! Não viu que o semáforo ainda está fechado? — grita ela e faz um gesto com o dedo.

Ela atravessa a rua correndo e não digo nada, apenas observo o seu tipo.

— Garota abusada e mal educada! — resmungo.

Chego no hotel e meu quarto já estava reservado, no mesmo andar que o da minha avó. Meus seguranças levam a minha mala para o quarto e eu passo no quarto da minha avó, para saber como ela está.

Ouço risadas vindo se quarto e arqueo uma das sobrancelhas.

Bato na porta e sua dama de companhia quem abre a porta, me dando a visão de minha avó, que dizia não estar bem, jogando baralho com duas camareiras do hotel.

Entro no quarto, cruzo os braços e pigarreio, chamando a sua atenção.

— Meu neto, querido, entre! Meninas, mais tarde jogamos mais!

As mulheres me olham de cima abaixo, pedem licença e saem do quarto, enquanto eu permaneço do mesmo jeito.

— Vai ficar aí parado feito um poste, ou vai vir dar um beijo na sua vozinha?

— Vó, a senhora tem noção de como fiquei preocupado? Deixei meus filhos na Inglaterra, para saber o que havia acontecido e...

— Para de drama, vai Tavinho! Meus bisnetos estão em boas mãos, seu pai deixou enfermeiras da nossa confiança cuidando deles!

— Sei e também pedi para Amanda cuidar deles!

Dona Yolanda revira os olhos.

— Otávio, você é lesado ou se finge?

— Vovó! — digo a repreendendo.

— Essa mulherzinha, está pouco ligando com seus filhos, ela quer cuidar mesmo é de você e da sua conta bancária! — diz se colocando de pé.

— A senhora não tem jeito mesmo, não é? Nada que eu diga, te fará mudar de ideia, mas saiba que Amanda tem sido uma grande amiga!

— Eu sei! Eu sei! — diz com um certo tom de ironia.

— Por que mentiu que não estava bem? — pergunto me aproximando.

— Se eu disse os meus motivos, não estaria aqui!

A cumprimento com um beijo e um abraço, ela ainda desferi um tapa na minha cabeça.

— Aí, vó!

— Isso é para aprender a deixar de ser lesado e aprender a falar direito com a sua avó!

Nego com a cabeça em reprovação.

— Me diz então o motivo de me fazer vir as pressas para o Brasil! Deve ser um assunto muito importante! — digo sentando-me no sofá.

— Encontrei a esposa perfeita e ideal para você!

— Cóf, cóf, cóf... — engasgo com a minha própria saliva. — A senhora perdeu o juízo?

— Olha o respeito, garoto! Olha que te dou mais uns tapas, hein! É grande mais não é dois! Voltando ao assunto! Seu nome é Ynara, ela é uma mulher forte, honesta e tem uma história de vida muito triste! Só nos falamos uma vez, mas já percebi, o quanto ela se encaixa no quadro de mãe para os meus bisnetos!

— Vó, estou a procura de uma mulher a dias, todas se preocupam mais comigo, com o dinheiro, do que com as crianças! Como a senhora acredita, que uma mulher que conversou apenas uma vez, que mora num país distante do nosso, pode ser a mulher ideal?

— Por que eu sou mulher, já vivi muito e sei ler as pessoas!

— Eu andei pensando muito e vou pedir para a Amanda ser a mãe dos meus filhos, não vou colocar uma desconhecida dentro de casa e...

— Vai! Isso mesmo, age como o lesado que é, e depois não adianta chorar pelo leite derramado! Vai escolher uma mulher, que é a cópia da sua mãe! Amanda, não é a mulher que pensa, por trás daquele rostinho bonito, tem uma mulher perversa!

— Não vou te fazer mudar de ideia, não é mesmo? — respiro fundo.

— Não mesmo! Ainda mais porque, Ynara, perdeu seu filho recentemente, ela pode ser a mãe de leite dos meus bisnetos!

— Tem noçaõ do que é perder um filho, vó? Essa mulher nunca vai aceitar tal proposta! Nem tenho coragem de tocar nesse assunto com ela!

— Ynara, é uma garota muito generosa, mesmo com a perda do seu bebê, optou por doar o seu leite materno para o banco de doação de leite! Sua dor é amenizada, enquanto ajuda tantas outras crianças! Ela é uma mulher de personalidade forte, vai ter que ter jeito para falar com ela!

— Quando se envolve dinheiro, vovó, as coisas mudam!

— Nem todos são como a sua mãe, meu querido!

— Acredito, que Ynara vai aceitar, porque a sua avó está muito doente, além de estar na fila de espera para passar por uma cirurgia, tem que fazer um tratamento, de valor alto!

— Ela te disse isso? — pergunto com sarcasmo.

Imagino que essa garota quem disse tal coisa, para se fazer de coitada.

— Claro que não! Mandei investigarem ela!

— O que mais descobriu?

— Muitas coisas, mas o que precisa saber já lhe disse! De resto, o melhor é conhecê-la pessoalmente.

Sinceramente, não sei se isso será boa ideia.

Vou para o meu quarto tomar um banho.

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