Capítulo 10

Por ser uma ômega, minha loba sempre era a mais fraca da alcateia, mas isso não se aplicava a mim como humana. Minha determinação sempre me fez ser uma das mais forte, mesmo por muitas vezes me submetendo a outros lobos em minha matilha. Isso fez com que minha loba sempre me desse o comando de nossa vida. No entanto, agora havia nos colocado em uma situação extremamente complicada.

De fato, senti o vínculo, e minha loba até tentou me alertar quanto a ele, mas eu pensei que poderia simplesmente ignorar e continuar meu trabalho, mas estava completamente errada. O homem diante de nós, nosso companheiro, estava muito irritado. Eu poderia renegá-lo, mas minha loba não resistiria a isso. Isso mataria nós duas e até mesmo o outro lobo.

Fiquei em uma situação onde não tinha mais para onde ir, entre ele e a árvore contra minhas costas. Seus olhos brilhavam com uma cor diferente. Seu lobo se mostrou, e seus caninos cresceram até roçarem seus lábios, então fugir não era a solução. Ele me caçaria e me faria submeter a ele agressivamente. Não permitiria isso nem comigo e nem com minha loba. Ela não merecia isso.

Ele levou sua mão à minha nuca e capturou meus lábios com os seus, colocando sua língua na minha boca. Não foi um beijo doce. Foi um beijo possessivo onde ele me mostrou a quem pertencemos. Eu tentei resistir, mas existia algo no cheiro, uma fragrância cativante, amadeirada, com um toque de especiarias. Masculino, que parecia acalmar as extremidades dos nervos que percorriam todo o meu corpo.

Fui incapaz de me conter, abri a boca e deixei sua língua explorar a minha. O mundo pareceu parar naquele momento. Nunca tinha vivido um momento tão intenso em minha vida. Seu corpo colou ao meu, enquanto nossas bocas se devoravam. Não fui capaz de pensar, nem de me rebelar, e descobri que não tinha forças para negar algo que, no fundo, também queria.

Minha loba ronronava em minha mente, submissa àquele lobo, mas feliz por finalmente eu ter me rendido a esse sentimento. No entanto, eu me submeteria agora, não sempre. Admitiria que ele poderia ser o sonho de qualquer mulher, em especial da minha espécie, capaz de fazer qualquer uma molhar a calcinha e gemer internamente ao som de sua voz profunda. Mas eu não perderia minha essência por ele.

Quando seus beijos desceram pelo meu pescoço, meu corpo já estava entregue a ele. Suas mãos apertaram minha cintura, e aquilo me fez despertar daquele transe. Tentei me debater, mas ele era muito mais forte do que eu, fazendo-me permanecer no mesmo lugar. Por mais que eu tentasse lutar contra, meu corpo demonstrava exatamente o contrário, ele o queria. Seus beijos subiram até o lóbulo da minha orelha, deixando-me ofegante.

— Você é minha! Não lute contra isso. Deixarei você ir agora, mas nunca mais fuja de mim. — Ele disse com uma voz profunda, perigosa, mas, ao mesmo tempo, sexy.

Ele me soltou e se afastou, e nesse momento, meu corpo sentiu a falta do dele. Não sei exatamente por que fiquei irritada naquele momento, seja pelo que ele me disse e sua ameaça explícita, ou pelo fato de ele não ter continuado com aquelas carícias. No entanto, não permaneceria ali para descobrir. Ao perceber minha irritação e a dúvida em meu olhar, ele sorriu, então me apressei a sair dali. Não sabia exatamente como estava me sentindo com tudo aquilo.

"O beijo dele é quente!" — Minha loba falou. O fato de ter que concordar com ela me deixou ainda mais irritada.

"Ele foi rude, sua idiota." — Falei rude.

"Ele só pegou o que lhe pertencia, e você sabia disso. Nosso laço é sagrado, não podemos ignorar isso. Somos dele, assim como ele é nosso." — Ela se deitou e fechou os olhos satisfeita, o que me deixou mais irritada.

Eu sabia que ela estava certa, mas jamais diria isso em voz alta. Aquele beijo deixou meu corpo inteiro pegando fogo. Se tudo aquilo continuasse, muito em breve eu não conseguiria resistir, sem mencionar que quanto mais tempo eu resistisse, mais rápido minha loba entraria no cio. Eu não teria como lutar contra aquilo.

Quando cheguei ao meu quarto, fui direto para o banheiro. Precisava de um banho com urgência. Mas, para minha total decepção, o banho não resolveu todo o incêndio que aquele homem provocou em meu corpo. Precisava de mais. Fui até minha necessaire e peguei meu rabbit. Teria que recorrer a ele para me ajudar naquele momento.

Pensei naquele beijo e em tudo que ele me causou, liguei aquele vibrador cor de rosa, levando-o até o meio das minhas pernas e me proporcionando prazer. Quando cheguei ao auge do êxtase, Mason ocupava minha mente, e gozei chamando seu nome, o que me deixou ainda mais irritada comigo mesma. O fato de ter que pensar nele para satisfazer meu corpo.

Quando voltei para a universidade, me aproximei novamente do Gideon e de seu grupo. Precisava descobrir de que forma eles conseguiam aquela droga. Claro que, mesmo ele insistindo muito, me recusei a experimentar, mas precisava ficar próxima dele. Evitei ao máximo encontrar com o reitor Mason, até porque, se fôssemos pegos ali, toda minha missão iria para o lixo, mas vês ou outra sentia os olhos dele sobre mim.

Alguns dias após daquele encontro, enquanto estava no corredor com o Gideon abraçado à minha cintura, observei quando ele passou. O rosnado que ele deu pode ter sido imperceptível para qualquer humano, mas não para um lobo que tinha a audição apurada. Alguns outros alunos que também pertenciam à nossa raça se mostraram inquietos com aquele rosnado, até porque ninguém tinha conhecimento de que eu era a companheira do alfa.

“Ele não gostou de ver outro abraçado a você! Nem eu estou gostando dessa aproximação. Tenho vontade de morder a jugular desse idiota.” — Minha loba se manifestou.