Capítulo 05

Assim que entramos em meu escritório, convidei ambos a sentarem nas cadeiras da enorme mesa de reuniões que existia ali, enquanto eu ocupava meu lugar e Owen a cadeira mais próxima de mim.

— Em que posso ajudá-los, senhores?

— Sr. Taylor, ficamos cientes da descoberta que o senhor fez de uma plantação de uma erva conhecida como mata-lobo. A principal matéria-prima utilizada para a fabricação de um novo alucinógeno que está fazendo sucesso entre os jovens.

— Fiquei ciente do caso. Mas toda a plantação foi destruída. Não restou nada vivo daquela plantação. Temos uma política muito rígida em nossa comunidade sobre o cultivo, armazenamento ou até mesmo o uso desse tipo de planta.

— Não é exatamente isso que estamos investigando. No entanto, precisamos de sua ajuda, pois uma de nossas fontes informou que existem funcionários de sua universidade envolvidos na fabricação dessa droga. — Olhei surpreso para ele, pois o único envolvido que tínhamos conhecimento já havia tido um destino curto.

— O senhor sabe nomes? — Owen perguntou.

— Não! Por isso precisamos de ajuda. Se descobrirmos quem está fabricando, poderemos descobrir quem está financiando esse tipo de entorpecente. A droga é muito potente, e em alguns casos, tem deixado a pessoa que a usa com danos irreversíveis. Precisamos colocar alguém em campo para investigar, mas precisamos da colaboração do reitor. — O detetive Delano explicou.

— Precisamos que esse fato fique em sigilo para não colocar nossa agente em perigo, e caso ela precise de sua ajuda, o senhor esteja disposto a ajudá-la. Para sua própria segurança, não pretendemos divulgar o nome dela.

— Como isso vai funcionar se não sabemos quem é a sua agente? — Perguntei sem entender.

— Caso ela precise de ajuda, o senhor saberá. Peço apenas que o senhor mantenha seus olhos abertos caso perceba algo estranho, e se isso acontecer, entre em contato conosco. — Ele me entregou um cartão pessoal com número de telefone.

— Tudo bem, colaborarei com as investigações. No entanto, quero pedir a mesma gentileza em troca. Se existe alguém em minha universidade envolvido, quero saber de imediato quem seja. Espero que sua agente em campo não provoque muitas confusões entre meus alunos.

— O intuito da investigação é tirar de circulação qualquer pessoa com o intuito de prejudicar esses jovens, Sr. Taylor. Não temos a intenção de prejudicar o andamento de trabalho em sua universidade. — Detetive Delano explicou.

— Acreditamos até que isso faça bem para seu investimento. Pois, segundo as investigações, alguns alunos de sua universidade estão tendo acesso a esse novo tipo de droga. — Detetive Spark acrescentou.

— Ficaremos atentos a esse tipo de comercialização em nosso estabelecimento estudantil. Temos regras muito rígidas quanto ao uso ou venda de entorpecentes nas dependências e entornos de nossa universidade, detetives.

— Nós agradecemos sua colaboração, Sr. Mason. — Eles se despediram, e acompanhamos eles até a saída. Eu precisava voltar para a universidade.

— Você acredita que tenha mais algum dos funcionários envolvidos? — Owen perguntou, enquanto me levava de volta para a universidade.

— É difícil saber, pois nunca desconfiei que aquele cretino do William estivesse envolvido com isso. Se eu não tivesse visto com meus próprios olhos, seria difícil acreditar.

— Quem será a agente em campo? — Ele questionou.

— Teria que ser uma das novatas. No entanto, isso é quase impossível de saber, pois elas são muitas. Precisaremos ficar atentos.

— E quanto à luna? Você já tem ideia de como vai proceder. Você sabe que não conseguirá manter distância por muito tempo.

— Eu ainda não sei como agir, Owen. Um passo em falso e posso ser acusado de assédio. Não posso correr esse risco com tudo isso acontecendo na universidade.

Minha última aula era novamente na sala de Hannah, estava orando à deusa que meu lobo não quisesse lutar comigo pelo controle quando estivéssemos diante dela. Ele precisaria se contentar em olhá-la, porque tinha muito em jogo e eu não arriscaria perder tudo pelo fato dele ser impaciente.

Quando entrei naquela sala, no último horário, minhas narinas se encheram com aquele cheiro de morango e jasmim. Hannah estava sentada no meio daquela sala. Agora eu conseguia observá-la claramente. Ela não sentava na frente como os chamados nerds, mas também não ficava no fundo da sala com aqueles que não queriam muito da vida. Ela parecia querer se enturmar.

Observei que ela vez ou outra, durante minhas explicações, trocava algumas palavras com o rapaz ao lado dela. Isso começou a irritar meu lobo. Somos possessivos em relação a nossa companheira e não gostamos que outros machos fiquem lhe dando atenção. Ou pior, que ela dê atenção a outros machos. Depois disso, ela parou de prestar atenção na aula e escrevia furiosamente em um caderno.

— Srta. Hannah?

Alguns pares de olhos se viraram para ela, que continuava escrevendo em seu caderno, sem perceber que eu havia chamado sua atenção. Em seguida, os mesmos pares de olhos voltaram para mim, e eu já estava bastante irritado por não ter a atenção dela. Então ela ouviu quando o mesmo rapaz que estava conversando com ela minutos antes, pigarreou. Ela olhou para ele, que lançou um olhar para mim na frente da sala, e ela acompanhou seu olhar. Nesse momento, ela percebeu que eu a estava encarando, e uma parte da turma também.

— Já que a senhorita estava bastante interessada em minha aula, poderia nos dar um breve resumo do que foi debatido até o momento em sala?

Percebi que alguns alunos se remexeram em suas cadeiras e trocaram alguns olhares furtivos. Ela abriu a boca por um instante, mas tornou a fechá-la. Sua pele adquiriu um tom vermelho vivo e apenas negou com a cabeça, como se desculpando.

— Já que a Srta. Hannah parece estar concentrada em uma aula paralela, alguém poderia fazer a gentileza de resumir a aula para que ela fique ciente do que foi debatido em sala de aula?

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