Quando ele entrou na sala, foi difícil resistir à nossa ligação. Tinha que admitir que a voz daquele homem era bastante atraente. Sua presença marcante, combinando com sua aparência atlética, causou uma atração irresistível. Sua pele morena e olhos claros capturavam a atenção de qualquer pessoa que os encontrasse, refletindo uma intensidade magnética. Na verdade, ele todo era uma verdadeira tentação. Estava atraída por ele.
Ele era nosso companheiro, mas precisava me concentrar nos meus objetivos na universidade. Nossa ligação era algo quase irresistível, mas não podia estragar tudo. Assim que ele inspirou, percebi a mudança em sua postura. Ele tinha sentido nossa ligação. Quando ele se desculpou e saiu da sala, minha loba queria ir até ele, mas não entreguei o poder a ela, lembrando-a do nosso objetivo ali.
Muitos dos meus superiores estavam contando comigo. Inclusive, estava sendo observada pelo meu próprio alfa. Ser ômega em nossa matilha nunca foi uma tarefa fácil, e aquela era minha oportunidade de continuar nos mantendo longe dela. Se falhássemos, teríamos que voltar.
Já bastava não ter facilidade em me enturmar. Um companheiro, nessa altura do campeonato, só dificultaria ainda mais as coisas. Esperava que, naquela universidade, tudo fosse diferente. Tinha trocado algumas palavras com outros alunos próximos de mim e esperava entrar no grupo certo para alcançar meus objetivos.
Não podia me distrair da missão. Busquei obter algum tipo de informações sobre os professores com aqueles que já eram veteranos naquela universidade. Na última aula, quando percebi que seria novamente nosso companheiro a ministrá-la, resolvi anotar todas as informações frescas em minha cabeça no caderno e não percebi que estava sendo observada por ele. Provavelmente, ele já sabia que éramos companheiros, afinal, havia esbarrado com ele no corredor. Ele deve ter sentido aquele mesmo choque elétrico que percorreu meu corpo. O cheiro de minha loba eu conseguia disfarçar para outros lobos, mas tenho certeza de que o cheiro característico que exalávamos para nosso companheiro, esse eu não conseguia disfarçar.
Quando ele percebeu que eu não prestava atenção em sua aula, e pediu que eu fizesse um resumo da mesma, fiquei totalmente sem reação. Nunca em minha vida fiquei tão constrangida como naquele momento. Quando a outra aluna começou a resumir aquela aula, fiquei com raiva de mim mesma pelo fato de ter falhado como uma aluna exemplar em meu primeiro dia de aula naquela universidade, justo na frente do lobo que era meu companheiro. Sabia que ficaria no radar dele a partir daquele momento.
Quando a aluna terminou de fazer o resumo, ela me olhou com um sorriso ácido, depois olhou para o reitor, suspirando. Só faltou ela se jogar no chão diante dele e abanar o rabo para mostrar que ela seria seu bichinho de estimação. Aquilo me irritou profundamente, e minha loba lutou pelo controle para poder dar uma lição naquela garota.
O reitor me olhou mais uma vez e virou-se para escrever no quadro. Alguns minutos depois, enquanto ele continuava a escrever, o aluno ao meu lado, que também era bastante atraente, pigarreou baixinho, chamando minha atenção. Quando o olhei, ele abriu um lindo sorriso e me repassou um pedaço de papel. Levei-o até meu colo para não chamar atenção indesejada e o abri discretamente.
(REITOR TAYLOR É UM COMPLETO IDIOTA)
Corei um pouco quando li aquelas palavras e olhei para o rapaz que havia me dado aquele bilhete, lançando-lhe um discreto sorriso de agradecimento por tentar me confortar. No entanto, minha loba estava rosnando para ele, como um animal selvagem.
— O que há de tão engraçado, Srta. Hannah? A senhorita poderia compartilhar conosco para podermos avaliar juntos?
O que estava acontecendo com aquele homem? Ele era sempre idiota assim com todos, ou resolveu pegar apenas no meu pé hoje? Eu não iria compartilhar aquilo com ele e nem com mais ninguém. Meu sorriso morreu em meu rosto e eu voltei a encará-lo. No entanto, antes que eu pudesse responder algo, o mesmo rapaz se pronunciou.
— A culpa foi minha, reitor. Eu me distraí e estava perguntando se ela poderia me repassar o resumo dela.
— Acredito que o certo é você fazer seu próprio resumo, Gideon, e não estar copiando os dos colegas. E Srta. Hannah? — Olhei para o reitor. — Dirija-se à minha sala depois da aula.
Fiquei ainda mais constrangida por tudo aquilo. Nunca fui chamada à sala do diretor durante todo meu período escolar, e agora, na primeira semana na universidade, estava sendo chamada atenção diante de todos, além de ter que comparecer à sala do reitor. Meu disfarce de universitária estava começando de forma perfeita, pensei sarcasticamente.
No final da aula, enfiei tudo de qualquer forma dentro de minha bolsa, inclusive o pedaço de papel que o garoto ao meu lado havia me dado, e me preparei para ir até a sala do reitor, rezando para não permitir que minha loba tomasse o controle da situação.
— Desculpe pelo que aconteceu. Eu não imaginei que você tinha chamado tanto a atenção do reitor. Eu sou Gideon García. — O rapaz estendeu a mão para me cumprimentar.
— Prazer, Gideon. Eu sou Hannah Jackson.
— Prazer, Hannah. Lamento que o reitor tenha sido tão idiota com você no seu primeiro dia. Normalmente, ele não age assim com os alunos, mas talvez tenha descoberto que foi traído e resolveu descontar em você.
— Ele é casado? — Perguntei, chocada. Minha loba rosnando para sair. Aquilo seria um grande problema para nós. Aquele rapaz apenas sorriu.
— Na verdade, eu não sei informar. — Seu sorriso aumentou ainda mais. — Disse isso apenas por dizer, talvez assim o mau-humor dele fosse justificado.
— Entendi. — Falei, pensando que aquilo que ele falou era algo idiota de se dizer.
— Você é nova aqui? — Gideon perguntou, curioso.
— Sim. Acabei de me mudar para a cidade.
— Não leve em consideração a péssima recepção que o reitor lhe deu. Nem todos tratamos os recém-chegados dessa forma.
— Tudo bem. Agora deixe-me ir, para que o humor daquele homem não piore ainda mais. Pretendo sair inteira e viva daquela sala. — Ambos sorrimos e eu segui na direção da sala do reitor, ou pelo menos para onde sentia que seu cheiro se tornava mais evidente.
Quando cheguei até lá, a secretária já estava ciente da minha chegada, então apenas apontou a direção da porta do reitor, me olhando com extrema curiosidade. Talvez essa seja a primeira vez que uma novata, logo na primeira semana de aula, seja chamada até aquela sala.
Esperava apenas que aquele lobo não fosse tão rude comigo. Sei que vacilei ao não prestar a atenção na aula dele, mas caramba, era minha primeira semana, muitas informações de uma só vez. Será que ele não poderia me dar um desconto? Bati na porta e escutei sua voz mandando entrar. Aquela voz me causava um certo arrepio, mas no sentido bom das coisas. Assim que entrei naquela sala, uma fragrância amadeirada, cítrica com um toque de especiarias preencheu meu nariz. Mais uma vez minha loba tentou se rebelar.
“Nosso” — Ela repetia.
“Se acalme, caso contrário, levará toda a operação por água abaixo. Já te expliquei que não podemos apenas tomar o que acreditamos ser nosso.”
Precisava agir como se não tivesse percebido que tínhamos uma ligação. Sei o quanto lobos são possessivos, e isso levaria nossa operação à ruína. Ele me encarou por um minuto inteiro, e aquilo começou a me deixar inquieta. Somente quando ele percebeu que eu estava ficando ruborizada é que resolveu desviar o olhar de mim, indicando-me uma cadeira em frente à sua mesa. Ao tomar essa atitude, percebi que a conversa não seria breve.
Sabia que ele teria muito a perder se deixasse seu lobo o controlar. Estudei por um mês inteiro as regras daquela universidade, e uma em especial era bastante rígida, inclusive prevendo a expulsão do aluno e do funcionário, caso comprovada a relação íntima entre ambos. Sabia que ele não estava ciente da minha verdadeira identidade ali, pois, segundo meus superiores, isso não seria revelado para não estragar meu disfarce. Era essencial que todos pensassem que eu era uma mera estudante.
Inclusive, havia conseguido emprestado de uma amiga um perfume que disfarçava bem nosso cheiro de lobo. Não sei o que era colocado nele, mas tornava-se pungente para aqueles que tentavam farejar nosso cheiro. E aquilo era perfeito quando tentava passar despercebida, sem chamar a atenção para mim.
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Atualizado até capítulo 93
Comments
Anonymous
autora amando a história mas falta as fotos
2025-03-21
0
Ana Lúcia De Oliveira
estou desconfiada desse Gideon
2024-10-19
1
Maria Izabel
kkk totalmente apaixonado um pelo outro no entanto Hanna deve tomar cuidado com o Gideon que pode ser parte da quadrilha
2024-06-03
11