Descobrimos recentemente que alguns humanos estavam usando essa erva na fabricação de um novo alucinógeno, mas cultivá-la em nossas terras era inacreditável. Sabia que alguém não ficaria feliz com a destruição de toda essa plantação, no entanto, pouco me importava. Eu não queria que mais nenhum de meus lobos fossem infectados por essa substância.
Precisaríamos de muitos equipamentos de segurança para fazer a destruição de toda essa área de plantio. Nos humanos, essa erva apenas causava alucinações, mas como havia dito, para nós lobos, isso causaria nossa morte. Não era uma situação fácil para nós, no entanto, precisávamos destruir totalmente essa plantação.
Quando amanheceu, alguns humanos, membros de nossa alcateia, companheiros de alguns de nossos lobos, se ofereceram para fazer esse serviço. Eles sabiam do risco que aquela erva representava para nós e para eles mesmos, no entanto, se voluntariaram para isso. Disponibilizamos todos os equipamentos de segurança necessários para a remoção daquelas plantas.
Eu e meu beta acompanhamos de perto a remoção e a destruição daquela plantação. Tudo foi incinerado em tonéis de ferro, até que não restasse mais nada dentro deles. Não poderíamos jogar nenhum produto químico na terra com o intuito de acabar de vez com aquela planta, pois pretendíamos reflorestar toda aquela área novamente. No entanto, ficaríamos de olho no que crescesse naquele solo, até termos certeza de que nenhuma planta de acônito voltaria a florescer.
Certa noite, enquanto estava em meu escritório, recebi um pedido de ajuda de um de nossos guerreiros. Nosso território estava novamente sendo invadido por uma quantidade ainda maior de lobos. Saí do escritório, e quando passei pela porta, minha transformação foi instantânea. Minha mente foi conectada a todos eles de forma mais profunda.
“Aguarde. Não ataquem até todos estarmos presentes.” — Meu lobo rugiu a ordem. Ele não era imprudente, nem consigo, nem com os demais.
Assim que cheguei, meu beta e outros guerreiros também chegaram. Avancei, seguido pelos demais. Cerca de vinte outros lobos apareceram diante de nós. Os rosnados eram ensurdecedores. No entanto, me transformei para que alguém do lado oposto pudesse se comunicar comigo. Como não faziam parte de nosso bando, não poderiam compartilhar de nosso elo mental. Como imaginei, outro lobo também se transformou.
— Vocês estão invadindo nosso território. — Comuniquei ao que parecia o líder dos demais.
— Tenho certeza que vocês não precisam dele, não vejo nenhuma família o habitando.
— Aí é que vocês se enganam. Nossa matilha é enorme, então precisamos de uma área maior para caça. Se sua intenção for um local para ficar, teremos o maior prazer em oferecer isso. Mas imagino que sua intenção não seja essa. — Um risinho irônico apareceu em seu rosto. — O que vocês pretendem fazer pode resultar em consequências para minha matilha, então aconselho a se retirem dessas terras, afinal elas pertencem a mim. — Mais uma vez, aquele idiota sorriu.
— Você acha que consegue nos expulsar com apenas uma dúzia de lobos? — Ele ironizou e mais uma vez voltou a sorrir.
— Vocês podem tentar a sorte, caso desejem. Mas no final, servirão de exemplos para outros iguais a vocês. — Falei, me distanciando dele, e em seguida, dando o controle ao meu lobo. Aqueles idiotas acreditavam que o fato de estarem em uma quantidade maior que a nossa era sinônimo de vitória. Eles não tinham noção da capacidade de meus lobos. No entanto, logo descobririam. Dei a chance de eles desistirem, mas resolveram arriscar. Meu lobo não seria benevolente com nenhum deles.
“Se preparem, não abaixem a guarda. Eles não estão dispostos a irem embora, então vamos fazer com que se arrependam de tentarem a sorte. Não sejam benevolentes, eles não serão com vocês.” — Meu lobo transmitiu para os demais.
“Sim, alfa!” — Foi o que responderam em conjunto.
A tensão cresceu no ar enquanto nossos lobos esperavam o avanço e o ataque dos recém-chegados. Os rosnados profundos ecoavam, misturando-se com os uivos ocasionais. Meu lobo exibia uma linguagem corporal de dominância, com uma postura ereta, orelhas para trás e pelos eriçados, sinalizando claramente que estava preparado para a disputa.
Eu sentia em meu ser que esse seria apenas um dos confrontos que teríamos por essa terra. Eu precisava descobrir o que estava levando tantos lobos a arriscarem a sorte em meu território. O que essa terra tinha, que outras não possuíam. Mas de qualquer forma, não entregaria meu território sem uma boa luta primeiro.
Eles subestimaram nossa quantidade de lobos, mas não sabiam de nossas habilidades. Não se submeteram a nós e terminaram mortos. Depois daquele dia, mais lobos apareceram reivindicando aquele território, e briga após briga, ou se submetiam, ou acabavam mortos. Até que, depois de muitos confrontos, eles cessaram. No entanto, eu sabia que aquele não era o fim. Algo grande estava por vir.
Solicitei o estudo daquele solo, para descobrir o motivo de eles quererem tanto aquele território. Descobri que aquele trecho da floresta tinha um solo extremamente humífero, e nem os próprios profissionais souberam explicar o motivo, sem antes fazerem um estudo para descobrir o que existia ali antes da floresta.
O solo humífero era caracterizado por uma alta quantidade de matéria orgânica em decomposição, além de ser extremamente fértil. Como as plantas de acônito eram de difícil plantio, ali elas cresciam com muita facilidade. Segundo meus químicos, alguns contrabandistas estavam pagando muito bem por quem possuísse folhas desta planta.
Ainda assim, nem eu, nem meu lobo conseguíamos entender por que tantos lobos morreram tentando conquistar aquele espaço. Após o levantamento de informações de Owen, descobrimos que muitos daqueles lobos eram mercenários, mas não conseguimos descobrir quem os estava contratando.
No entanto, sabíamos que alguém tinha um grande interesse por aquele terreno, mas não havia se arriscado a vir até nós, apenas enviava lobos tolos o suficiente para arriscarem suas vidas em uma invasão hostil. Isso só teria um fim quando descobríssemos a pessoa responsável por aquele plantio que destruímos e que estava tão interessada nesse território.
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Atualizado até capítulo 93
Comments
Ana Lúcia De Oliveira
gostando da história
2024-10-19
0
Maria Nice Grudgen
História interessante, amando a leitura 📚
2024-10-12
0
Maria Izabel
interessante quero ver ele conseguir descobrir o mandante desta quadrilha o quanto antes melhor ☺️
2024-06-03
10