Capítulo 17

Hannah se aproximou dele, encarando-o com determinação. Ela era durona, e isso estava me excitando muito. O fato de ela estar vestida com a minha blusa, sem nada por baixo, não ajudava a controlar minha excitação.

— Você quer nos dizer algo? — Ela perguntou.

— Tudo bem, eu falarei o que sei, mas não tenho muitas informações sobre aquele escritório. Apenas as pessoas ligadas a ele. — Hannah me olhou.

— Escutaremos o que você tem a dizer, e se for algo relevante, considerarei não fazer você engolir essa solução. No entanto, pense nos detalhes para que isso realmente valha a pena. — Disse, colocando aquele recipiente sobre a mesa ali próximo e encarando aquele lobo.

— As pessoas que invadiram sua terra não desistiram. Elas estão contratando mais lobos dispostos a acabar com sua alcateia. — Aquilo realmente me surpreendeu. Percebi o olhar de Hannah. — Não sei exatamente o que havia dentro daquele escritório. Nunca tivemos permissão para entrar ali. Tudo era tão sigiloso que todo papel descartado passava por um triturador de papéis para que nenhuma informação vazasse. Nenhum papel ficava inteiro.

— Quem são essas pessoas?

— Não sabíamos os nomes. Identificávamos apenas o cheiro. Mas sei que um deles trabalha na universidade. Ele fazia os testes com as plantas e outros materiais.

— Fora aquele galpão, existe algum outro local para armazenamento?

— Éramos responsáveis apenas por aquele, mas posso afirmar que ele não é o único. No entanto, não tenho informações sobre os outros. Eu juro pela Deusa.

— O mantenha preso. — Foi a ordem que dei quando observei que ele realmente não sabia de mais nenhuma informação relevante.

— O que você pretende fazer mediante essa informação? — Hannah perguntou assim que nos afastamos daquela cela.

— O que já venho fazendo desde o dia em que invadiram meu território. Deixarei todos em alerta e preparados para um provável ataque.

— Mason, pelo que aquele lobo falou, eles não pretendem apenas pegar um pedaço do seu território, eles querem destruir sua alcateia.

— Nesse dia estaremos preparados para lutar e mostraremos do que somos capazes. Não fugirei do destino que a deusa traçou para nós.

— Por que você não pede ajuda a alguma alcateia próxima? Não sabemos quantos virão, e ser confiante demais é um erro que pode levar todos à morte, Mason. — Ela falou, realmente muito preocupada.

— Vou conversar com meus lobos e traçaremos algumas estratégias. — Me aproximei dela. — Mas fico feliz em ver que você está realmente preocupada com nossa matilha. Ela será sua alcateia em breve, e você será a luna de todos esses lobos.

Nesse momento, havíamos acabado de chegar onde meu carro estava estacionado. Ela me encarou enquanto levava alguns fios soltos de seus cabelos para trás da orelha. Fiquei feliz em perceber a preocupação na voz dela com toda aquela situação. Me aproximei ainda mais dela, esperando que reagisse à minha proximidade, mas como isso não aconteceu, levei meus lábios aos dela. Diferente dos outros beijos que havíamos trocado, esse foi suave.

Sua língua tocou timidamente a minha, e logo elas dançavam uma música lenta entre elas. Puxei o corpo de Hannah para mais próximo de mim, e ela não lutou contra essa aproximação. Suas mãos agarraram o cabelo da minha nuca, puxando levemente, e isso me fez rugir, apertando mais sua cintura. Encostei seu corpo contra o carro e a prensei contra ele, o que ela aceitou de bom grado.

Quando pensei em aprofundar ainda mais aquele nosso momento, escutamos um pigarro próximo a nós. Apertei meus olhos, amaldiçoando quem quer que fosse, mas agora podia sentir o cheiro do meu beta.

— Desculpe interromper esse momento, alfa e luna. — Ele falou com um risinho no rosto. — Mas os detetives Delano e Sparks, juntamente com o alfa Kouris, estão aguardando você na entrada de sua casa. — Um alfa em minha alcateia? Normalmente, tínhamos a cortesia de avisar sempre que iríamos visitar outra alcateia.

— Meu alfa está aqui? — Observei Hannah perguntar e se retrair um pouco.

— Ele já fez algo contra você? — Perguntei, analisando-a, mas ela negou com a cabeça. — Não minta para mim…

— Ele nunca fez nada contra mim, no entanto, sempre fez vista grossa para o que acontece em sua alcateia. Esse é o motivo de não me sentir bem em sua presença. — Analisei minha companheira e vi que ela falava a verdade.

— Venha, vamos verificar o que eles querem, e essa é uma ótima oportunidade para mostrar a ele a quem você pertence agora. — Tentei segurar sua mão, mas ela puxou, negando com a cabeça.

— Não, Mason. Se eles estão aqui, isso é totalmente profissional. Não quero misturar as coisas. Assim que tudo isso for resolvido, podemos esclarecer o que somos, mas se eu fizer isso agora, eles não me levarão a sério. Trabalhei muito para chegar até aqui. — Ela me olhou suplicando, enquanto Owen nos observava.

— Owen, avise que chegarei em breve, e não quero nenhum comentário sobre minha relação com Hannah. — Falei, encarando-o.

— Sim, alfa. — O que eu gostava em Owen era que ele sabia o momento de se colocar como meu amigo e o momento de ser apenas meu beta.

— Meu lobo não está nada feliz com essa situação. Por ele, nós a arrastaríamos até aquelas pessoas e mostrávamos que você nos pertence, assim como pertencemos a você. Espero que você não me faça arrepender disso.

— Eu agradeço por você respeitar meu pedido, Mason.

Ela me deu as costas e retirou a minha camisa, e mais uma vez não consegui resistir a olhá-la sem desejá-la. No entanto, percebi que não existia mais o clima de antes. Ela parecia focada no que estava acontecendo. Então, fiz o mesmo. Após estarmos vestidos, nos dirigimos até meu escritório, onde provavelmente Owen conduziu nossos visitantes.

— Os detetives têm conhecimento da nossa existência? — Perguntei, sem querer causar nenhuma situação embaraçosa.

— Eles têm conhecimento sim. Todos envolvidos nessa operação têm conhecimento de nossa raça. — Apenas acenei.

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