Quem aquele idiota pensava que era para tratar minha Luna daquela maneira? Mesmo que ela não fosse minha Luna, ela não merecia aquele tratamento. Ela era uma mulher e um membro de sua alcateia, merecendo consideração como tal. Me perguntei que tipo de alcateia ele possuía para tratar seus membros dessa forma. Comecei a julgar que ele não tinha o respeito da grande maioria, mas sim o medo de todos.
Aquele idiota pensou que ao permitir seu lobo vir à superfície me faria recuar em meu posicionamento? Eu tinha meu próprio lobo, e ele era tão selvagem quanto qualquer outro, especialmente quando tocavam no que pertencia a ele. Dessa forma, deixei-o se apresentar também para aquele imbecil. Somente quando o detetive tocou em seu ombro, ele recuou e soltou Hannah.
“Decisão inteligente!” — Meu lobo rosnou em minha mente para aquele idiota. — “Ela é nossa, e ninguém toca no que é nosso.” — Tinha que concordar com ele.
Toquei o ombro de Hannah e a fiz dar um passo para trás, afastando-a daquele idiota. Ele observou nossa interação e estreitou os olhos, tentando entender o que estava acontecendo ali.
— Mason, o lobo que capturaram relatou mais alguma coisa que possamos levar em consideração? — Neguei com um aceno.
— Você fez tudo que podia para ele falar? — Alfa Kouris perguntou. Acreditei que ele queria testar minha paciência.
— Apenas não o matei, afinal, morto não fala, concorda comigo? — Perguntei para aquele estúpido que apenas me encarava.
— Após a traição que ele cometeu à nossa raça, acredito que isso era o que ele merecia. — Ele disse.
— Bom para ele que não pensamos iguais. Ele se submeteu ao meu domínio e não provocou morte alguma, então será tratado como um prisioneiro como qualquer outro que invadir minhas terras. Se não cometeu nenhum crime hediondo, será punido conforme minhas leis.
— Mason, podemos conversar com esse seu prisioneiro? — Detetive Delano perguntou.
Não tinha por que negar aquele pedido. Então, conduzi todos até onde ficava nossa prisão. Era uma edificação comum, com uma saleta que antecedia as celas, onde registrávamos todos os presos e quem os visitava, juntamente com horário e dia. Assim, caso acontecesse algo, saberíamos com quem aquele preso teve um último contato. No entanto, naquele mesmo edifício, também tínhamos um subsolo onde obtínhamos as respostas mais difíceis. Ali mantínhamos apenas os presos mais perigosos, e não era o caso daquele.
Assim que todos foram registrados, seguimos para onde ficavam as celas. Percebi que aqueles três homens observavam minhas instalações com curiosidade. No entanto, notei que aquele alfa de merda desaprovava aquilo. Imaginei que, na alcateia dele, todos que cometiam infrações tinham o mesmo destino: a morte.
Ao nos aproximarmos da cela daquele lobo, ele se colocou de pé, analisando os recém-chegados, mas nada falou, até perceber algo e encarar Kouris. A mudança em sua postura foi perceptível, e apenas aqueles dois humanos não perceberam. Hannah, Owen e eu nos encaramos sem entender o que estava acontecendo.
“Alfa, tem algo acontecendo.” — Owen falou pelo nosso elo mental.
“Percebi a mudança de postura de nosso prisioneiro após ele perceber a chegada do Kouris. Lembro que ele disse que apenas reconhecia cheiros. Fique atento.” — Foi a ordem que dei.
— Acredito que muitas perguntas foram feitas a você. Também acredito que você deve entender as consequências que tudo isso traz para sua raça. Estamos tentando ajudar a evitar a extinção de seu povo e que mais humanos tenham suas vidas destruídas por conta desse entorpecente. Você poderia nos dar algumas informações sobre as pessoas envolvidas?
— Tudo que eu sabia já falei. Eu não tenho mais nenhum tipo de informação além das mencionadas.
— Talvez, se você estiver disposto a nos ajudar, também possamos ajudar você junto ao alfa Mason. — Detetive Sparks sugeriu ao prisioneiro.
— Eu já falei que não sei de mais nada. — Ele falou irritado, vindo até a grade e segurando a mesma com força. — Depois do que ele ameaçou fazer comigo, você realmente acredita que eu teria guardado alguma informação? — Nesse momento, os detetives me olharam, mas minha cara era de paisagem total. Não revelaria o que havia feito.
— Em minha alcateia, você não estaria atrás de grades. — Kouris falou, se aproximando mais daquele prisioneiro, e antes que pudéssemos perceber, ele puxou uma faca de prata e cravou na barriga daquele prisioneiro.
— Não! — Escutei o grito de Hannah.
Apenas nesse momento, percebemos que ele estava com uma luva em suas mãos. Gritei para que Owen trouxesse a chave, para que pudéssemos fazer algo pelo lobo que havia caído de joelho na cela. Kouris tentou sair dali, como se não tivesse feito nada de errado. No entanto, eu o impedi.
— Você não sairá da minha alcateia até esclarecer tudo que fez aqui.
— Eu sou um alfa, você não pode me aprisionar aqui.
— Posso, se você infringiu as leis dentro da minha alcateia. Você pode ter suas próprias leis na sua alcateia, mas aqui prevalecem as minhas. — O corpo dele tremia de raiva, mas o meu não estava muito longe disso. Eu apenas tinha um controle maior.
Nesse momento, Owen abriu a cela, e nosso médico já entrava por ela, prestando o devido socorro àquele lobo. A faca foi retirada com a ajuda de um pano e jogada de lado para que não pudesse ferir qualquer outro lobo. O médico tentava estancar aquele ferimento, mas devido à prata, tornava-se difícil. Então, ele me informou que o lobo precisaria ser levado para cirurgia imediatamente, e eu dei a autorização. Owen recolheu a faca com a ajuda de uma luva.
— Você irá ocupar essa cela, até eu decidir o que farei com você. Entrarei em contato com o supremo para informar a situação, já que você é um alfa. Mas até lá, você será tratado como um prisioneiro qualquer.
— Não aceitarei isso! — Aquele idiota gritou.
— Minha alcateia, minhas regras! — Gritei de volta, mostrando que meu lobo estava tão irritado quanto eu.
Ele foi inteligente ao entrar naquela cela. Segundo a lei lupina, qualquer decisão que eu tomasse seria acatada, desde que eu comprovasse que ele infringiu as leis impostas por mim em meu território. Ele não poderia arrumar qualquer desculpa já que o crime que cometeu tinha várias testemunhas e possuíamos câmeras em toda aquela estrutura.
Todos os alfas eram subordinados ao supremo, que era o licano mais poderoso de nosso meio, a raça mais pura de lobisomem. No entanto, em cada território, o alfa regia suas próprias regras, e o Rei Lycan levava isso em consideração, desde que as provas apresentadas comprovassem a verdade.
Normalmente, o Rei Lycan apenas se envolvia quando a situação se tornava perigosa demais, ao ponto de, como alfas, não podermos resolver. Nesse caso, como envolvia toda outra alcateia subordinada àquele alfa, não tomaria uma decisão sem uma orientação da parte dele. Isso poderia acarretar uma guerra entre lobos e alcateias.
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Atualizado até capítulo 93
Comments
Ana Lúcia De Oliveira
o medo de ter sido delatado foi maior e cometeu uma burrice, embora deveria de saber que o prisioneiro não teria grandes informações. Um inconsequente
2024-10-19
1
Celeste Nogueira
safado ele deve ter reparado que o lobo reconheceu o cheiro isso aí alfa deixe ele preso coitada da alcateia deve sofrer bastante
2024-08-30
3
Edna Ribeiro Ribeiro
com certeza, ele está envolvido
2024-08-23
1