Nas florestas de Poison...
Um guerreiro corre desesperadamente entre árvores em chamas, sua espada tingida de sangue. O fogo se espalha vorazmente, transformando o verde das folhas em cinzas.
Animais selvagens fogem em pânico, e o guerreiro para por um momento para ajustar sua máscara, a respiração pesada traindo a tensão que sente.
Dois outros guerreiros se aproximam, capuzes cobrindo seus rostos, segurando espadas igualmente manchadas de sangue. "Senhor, o que faremos? O fogo devora tudo, a aldeia está em ruínas, e os elementares da água se recusaram a nos ajudar", diz um deles, a voz embargada de desespero.
O guerreiro segura um bebê nos braços e pondera por um instante. Com um suspiro profundo, ele entrega a criança para o cavaleiro ao seu lado. "Não temos escolha. Se ela ficar, morrerá. Não posso suportar perder mais uma vida. Vamos abrir o portal e enviá-la para o mundo dos Zargons", declara com determinação, afastando-se para encontrar um local adequado.
Unindo as mãos, ele começa a emanar um brilho azul. Com movimentos precisos, ele desenha um círculo no chão, seus olhos brilhando intensamente. Ele separa as mãos e as ergue. "Invoco-te, espírito! Abre as portas para o mundo humano! ALLEMATRIX!" As palavras ecoam e um portal se abre, enquanto grunhidos e gritos ressoam ao redor. "Vá, senhor. Nós seguraremos essas aberrações", o jovem cavaleiro diz com orgulho, erguendo sua espada.
O cavaleiro que segura o bebê o entrega ao mago, empunhando sua própria espada com determinação. Virando-se em direção ao portal, ele se prepara para atravessá-lo. "Foi uma honra lutar ao seu lado, parceiro", diz o cavaleiro, correndo em direção a uma criatura monstruosa com mais de três metros de altura.
A besta, de braços desproporcionais e pele cinza, solta um grito que estremece as árvores ao redor, sua saliva escorrendo pelos dentes tortos. "Eu digo o mesmo", responde o guerreiro antes de seguir seu parceiro para a última batalha. Ele nunca se sentiria mais honrado em dar sua vida pelo reino.
__________
ATUALMENTE...
"Ela vai ficar bem?", Adam perguntou à velha senhora que anotava algumas coisas na prancheta.
"Eu já disse que sim, não precisa se preocupar. Mas ela perdeu muito sangue. Vou ter que relatar isso ao diretor. Você pode ficar aqui se quiser", disse a velha senhora calmamente, saindo da enfermaria e fechando a porta atrás dela.
Adam, que estava sentado, levantou-se e aproximou-se da garota deitada na maca. Ele observou cada detalhe do rosto dela, sentindo um desespero crescente ao vê-la desacordada e sangrando pela cabeça.
Era a primeira vez em muito tempo que ele experimentava essa sensação. Ele colocou a mão no rosto da garota, que dormia serenamente, e desceu até o pescoço, examinando seus hematomas. Eles estavam roxos, alguns ainda abertos. "Como você se machucou, pequena?" A garota começou a murmurar palavras que ele não conseguia entender.
Ela começou a se contorcer na maca. "Não... não, e-eu...", Adam colocou sua grande mão pálida no ombro dela e aproximou-se do seu ouvido, sussurrando algumas palavras que a fizeram voltar a dormir.
"Parece que meu trabalho está feito", murmurou Adam para si mesmo, pegando sua mochila da mesa ao lado e dirigindo-se para a porta. Ele sabia que não podia ficar ali por mais tempo, lançando um último olhar para Aurora antes de sair. Enquanto caminhava pelos corredores da escola, Adam deparou-se com Ava.
"Olá, docinho. Está animado para a formatura? Finalmente vamos para a Escola de Magia. Imagina o que vamos fazer lá", disse Ava, colocando as mãos no peito de Adam e aproximando-se de seu rosto.
"Foi você quem fez isso?", perguntou Adam, franzindo a testa e encarando os olhos azuis de Ava.
"O quê?", perguntou Ava inocentemente, sua voz fina quase estridente, enquanto baixava as mãos do peito de Adam.
"Não se faça de boba. Eu sei que foi você. Pelo pouco tempo que estou aqui, se continuar assim, você não será merecedora de se tornar uma luna", disse Adam, enrugando o nariz com desgosto, pegando as mãos de Ava e afastando-a.
"Ah, não fui eu. Eu não tenho culpa se a dentuça é desastrada", respondeu Ava, seguindo Adam por um momento antes de desistir ao perceber que ele não estava de bom humor.
"Aquela 'dentuça' vai me pagar", murmurou Ava enquanto decidia ir para sua sala, pensando em maneiras de se vingar de Aurora.
_______
Na prisão de Poison...
O homem observava a garota à sua frente, inconsciente, envolta por correntes que aprisionavam seu corpo. Um grande artefato de metal impedia qualquer movimento, fazendo-a flutuar com os pés longe do chão, enquanto uma tela os separava.
Ele colocou a mão no vidro. "Querida? Está acordada?", perguntou calmamente. "Faz tanto tempo que não venho aqui, mas não me culpe. Os deveres de um guardião estão cada vez mais pesados."
A mulher ergueu a cabeça, seus longos cabelos pretos com mechas vermelhas caindo para trás. "Você acha que eu me importo? Você sabe há quanto tempo estou aqui", respondeu ela com desdém, seus olhos brilhando em vermelho intenso.
"Não se preocupe, Atrix. Eu descobri uma maneira de quebrar essa maldição. Localizei sua irmã no mundo dos Zargons. Ela tem o colar", continuou ele, vendo os olhos de Atrix brilharem em carmesim ao ouvir a menção de sua irmã gêmea.
"Então por que você ainda não pegou o colar?"
"Não é simples. Assim como sua mãe criou esta prisão para uma de vocês, também lançou um feitiço de proteção. Não posso simplesmente pegá-lo", disse o homem, nervoso.
"E como pretende me tirar daqui? Você mal consegue pegar um colar. Que patético", respondeu Atrix, movendo-se desconfortavelmente sob as correntes que queimavam sua pele. "Eu tenho uma sugestão do que você pode fazer. Desperte os poderes dela. Como ela é nova naquela dimensão, ainda não deve ter desenvolvido habilidades."
"Mas como isso vai me ajudar a pegar o colar?"
"Simples. Faça-a matar alguém e chame o conselho. Eles verão que ela é uma ameaça, e eu cuidarei do resto", disse Atrix, um leve sorriso nos lábios já pálidos pelo tempo que passara no subsolo.
"Não vou decepcionar você, querida", afirmou o homem, ajustando o capuz azul e afastando-se.
Ele caminhou com passos largos pela grande ponte de pedra adornada com símbolos até a enorme porta de seis metros. Com um movimento de mão, o vento fez a porta se abrir, e dois guardas o cumprimentaram. "Bom dia, Guardião Azul. Como foi lá dentro?"
"A mesma coisa. Você sabe como é com uma bruxa. Nunca se sabe quando elas podem nos enfeitiçar", brincou o Guardião Azul, levantando a mão e fingindo lançar um feitiço nos guardas, que riram.
Continuando seu caminho pelos corredores dourados, suas botas negras ecoavam a cada passo. Com um suspiro, ele sorriu ao pensar em sua amada. "Não se preocupe, Atrix. Tudo pelo nosso amor", murmurou ele.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 53
Comments