um pouco de sono (carta)

Ao despertar, fui envolto pela sensação de algo suave deslizando sobre meu corpo. Ao abrir os olhos, deparei-me com Lucard, cuidadosamente secando-me com uma toalha branca. Instintivamente, procurei me erguer, mas fui impedido pelos firmes braços do mais velho, que segurou-me com de forma suave mas eu ainda não poderia me movimentar livremente, indicando que que Lucard não estava disposto a me soltar.

"Por favor, aguarde um momento. Ainda não terminei de secá-lo", diz Lucard, deslizando a toalha pelo meu rosto. Senti certo desconforto, pois eu mesmo poderia realizar essa tarefa, no entanto, antes que eu pudesse expressar minha irritação e descontentamento ao moreno, minha nani se aproximou com uma carta habilmente selada, adornada por um pequeno galho de Pícea. É curioso notar a incomum escolha de utilizar plantas no processo de selar uma carta.

"Nani, a quem pertence esta carta?" questiono, tentando afastar Lucard, que, nesse momento, dedicava-se a secar meu cabelo. É intrigante como ele sempre mantém essa proximidade desconcertante e incomoda.

"A carta é da família Grandin," responde ela. A principal família do clã bárbaro? Isso suscita uma série de interrogações em minha mente. O que exatamente eles querem comigo? A alguma coisa errada? será problemas? Eles recusaram o pedido de casamento? E, a dúvida mais desconcertante, por que Lucard está tão próximo, a ponto de até mesmo cheirar meu cabelo?

Nani desfere um tapa na cabeça de Lucard, o que o faz imediatamente soltar-me, exibindo uma expressão levemente irritada e frustrada. Zara intervém, o repreendendo por ultrapassar os limites de suas responsabilidades e invadir o meu espaço pessoal.

Enquanto Lucard, desviando-se da repreensão de Nani, se dedica a organizar minhas vestimentas, aproveito essa breve autonomia para ler o conteúdo da carta. Curioso acerca das informações que ela possa conter, pondero sobre possíveis conflitos e problemas que essa carta possa trazer.

{Para: Seraphius Sforza

Prezado Senhor Seraphius,

...Espero que esta carta o encontre bem. Venho informar que minha filha mais velha, Temple Grandin, estará hospedada junto aos Sforza nos cinco dias que antecedem o banquete, por conveniência....

...Desde já, expresso meu profundo agradecimento ao Duque e ao jovem Mestre de Sforza por sua gentileza em cuidar da minha querida menina....

^^^Atenciosamente,^^^

^^^Everett Grandin}^^^

Ao examinar atentamente a carta, destaquei três elementos significativos: em primeiro lugar, surpreendi-me ao constatar que o líder bárbaro demonstrou um nível de respeito além do esperado; em segundo lugar, a iminente chegada de Temple Grandin, provavelmente ainda hoje; por fim, mas não menos relevante, percebi que meu pai já estava ciente dessa situação há algum tempo.

Essa revelação provocou um suspiro involuntário, pois não estava totalmente preparado para convidados. Contudo, frente a esse cenário irritante, reconheço a necessidade de planejar minha recepção para garantir uma boa primeira impressão em minha noiva.

Malachar é verdadeiramente astuto, o que me deixa um tanto frustrado neste momento. É desconcertante lidar com sua astúcia e teimosia constante.

Lucard percebe minha irritação e se aproxima, questionando com delicadeza: "Há algo errado, mestre?" Seu olhar atento sugere o quão incompetente ele pensa que eu sou, ele realmente deve me achar patético para olhar para mim com esse rosto.

"Não", murmuro com irritação, suas mãos habilidosas ajustando as roupas sobre mim. A frustração ecoa em minha voz, contrastando com o rosto opaco e sereno desse maldito modormo.

Lucard habilmente me veste com um conjunto de roupas necessariamente elaboradas. Sinto a suavidade do leve tecido contra minha pele enquanto ele desliza a camisa, escolhida com a tonalidade sutil de azul. As calças, feitas de um tecido um pouco mais escuro, porém muito leve e confortável, proporcionando conforto sem sacrificar a elegância, Lucard realmente deve me ver como um incompetente todas as vezes que me visto sozinho.

Devo admitir, ele sempre escolhe roupas bonitas para mim.

Cada detalhe do colete revela pequenos bordados de estrelas, ressaltando a destreza na escolha do traje. Enquanto Lucard ajusta os botões com o símbolo de Sforza, percebo a meticulosidade e concentração de Lucard durante o processo, transformando a experiência vista sob o olhar cuidadoso de Lucard.

Droga eu nem sequer posso dizer que não gostei dessa roupa, eu olho para Lucard, ele estava arrumando os meus sapatos, os limpando e amarrando.

Eu iria dizer algo, mas alguém bateu na porta, logo Nani foi atendê-la...

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