cerimônia (3)

O cavaleiro fixa o olhar em Seraphius, emanando uma ameaça clara. "Meu senhor, o que está ocorrendo?" A mulher, agindo como uma donzela em perigo, se joga nos braços do cavaleiro. "Sir, o jovem mestre está-me ameaçando. Veja como ele pode ser selvagem!" proclama, cheia de desdém. Seraphius interrompe seu movimento, lançando um olhar desconfortável em direção ao cavaleiro.

O garoto se afasta do cavaleiro, erguendo uma sobrancelha com curiosidade. "O que um cavaleiro de prata faz aqui?" questiona, reajustando-se. O homem, fixando seu olhar nos olhos de Seraphius, responde com uma expressão controlada, "Tenho ordens específicas para verificar o estado do jovem mestre e conduzir Sombra da Eternidade para a cerimônia." Sua voz, carregada de um respeito aparente, revela uma nuance de formalidade forçada, sugerindo uma possível tensão subjacente.

Sinceramente ele ao menos finge ser respeitoso.

Seraphius dirige um olhar de descontentamento ao homem. "Então, o duque pretende designar alguém para carregar minha espada sem sequer me consultar?" Ele solta uma risada amarga e, virando-se para a mulher, acrescenta: "Quem poderia imaginar?" Com passos lentos, ele se aproxima de ambos, fixando o olhar nos olhos deles. "Recuso-me. Não entregarei a Sombra da Eternidade a você, e não a seguirei. Não até que Malachar pronuncie, pessoalmente, que devo me separar dela." A firmeza em suas palavras é evidente.

Em vez de sentirem-se ameaçados, o homem bufou desdenhosamente, e a gralha, para minha surpresa, exibiu um sorriso irritante. Sinceramente, a vontade de dar um tapa nessa pessoa mal-educada torna-se quase irresistível. Ela retira uma folha cuidadosamente dobrada do bolso da saia, abre-a e apresenta ao jovem. "Veja, não há como você se recusar a fazer isso", pronuncia com uma arrogância insuportável. Pude observar o semblante de Seraphius escurecer diante da atitude desafiadora da mulher.

Visivelmente irritado, Seraphius pega bruscamente o papel da mulher. Ele leva cerca de 30 segundos para percorrer as palavras do bilhete, erguendo-se em seguida com uma postura rígida. "Aqui diz que devo entregar a Sombra da Eternidade para que algum servo a transporte, mas não especifica que deve ser você", afirma, direcionando um olhar penetrante ao cavaleiro. Este, por sua vez, se enrijece e observa Seraphius com um desdém evidente. "O que o senhor está insinuando?", questiona com uma pontada de arrogância. Seraphius suspira, manifestando seu desagrado. "Eu não desejo que você carregue a Sombra da Eternidade, então encarregarei outro para esse serviço."

Seraphius se aproxima de um pequeno sino e, com um gesto leve, um pó turquesa cai, dissolvendo-se no ar. "Senhor!? Não acredito que seja necessário chamar..." Logo, batidas na porta interrompem o cavaleiro.

"Mestre? Convocou este humilde servo?" A voz de Lucard ecoa, como de costume, suave e relaxante. Era evidente que Lucard seria a escolha ideal para o meu transporte.

O garoto responde friamente com um simples "entre". Sem hesitar, Lucard adentra o recinto, exibindo seu rosto sereno. No entanto, assim que seus olhos recaem sobre o cavaleiro e a mulher, seu semblante se torna rígido e gélido, revelando uma mudança perceptível em sua expressão habitual.

Lucard encara o homem com um olhar sombrio e profundo, sua voz cortante como lâmina sussurra, "Por que um cavaleiro invade os aposentos do jovem mestre?" O homem de armadura e a mulher gralha ficam paralisados, petrificados pelo medo, incapazes de articular qualquer resposta.

É realmente satisfatório ver esses dois tremerem de medo, mas não entendo por que têm tanto receio de Lucard. Ele parece um homem paciente e respeitoso.

Seraphius rompe o silêncio com firmeza: "Não importa o porquê deles estarem aqui", declara o jovem, prendendo a atenção do homem ruivo. "Chamei você para uma tarefa de importância crucial." Lucard volta-se para Seraphius, seu rosto reflete não apenas respeito, mas uma devoção inabalável enquanto se curva profundamente. "Perdão, farei o que meu mestre deseja", pronuncia, sua voz ecoando um comprometimento profundo e uma prontidão para cumprir os desejos do jovem mestre.

Como eu já imaginava do Lucard, ele é mesmo super atencioso e dedicado ao Seraphius, o que, sinceramente, é uma das razões pelas quais eu gosto tanto dele.

"Você será o responsável por levar a Sombra da Eternidade até a cerimônia", anuncia Seraphius. Lucard parece prestes a dizer algo, mas é abruptamente interrompido. "Empregada, me conduza à cerimônia", ordena o menino com autoridade, fazendo a mulher revirar os olhos. Contudo, antes que ela possa expressar mais descontentamento, Lucard a repreende com um olhar penetrante. Ela engole em seco e rapidamente assume a liderança, guiando Seraphius para fora do quarto. O cavaleiro, percebendo que não há mais o que fazer, retira-se discretamente, evitando qualquer contato visual com Lucard.

Logo Ficamos sozinhos naquele quarto, apenas eu e Lucard. Observo enquanto ele abaixa a cabeça, novamente impactado pela forma como Seraphius o tratou. Talvez, refletindo sobre o momento, suas bochechas coram e seus olhos mostram um inchaço sutil. Com cuidado, Lucard me pega e, em um gesto de vulnerabilidade, me abraça. Se eu tivesse órgãos, tenho certeza de que teriam sido espremidos nesse abraço apertado.

!?

Em lágrimas, Lucard exclama, "Meu Deus, como meu jovem mestre pode ser tão adorável!" Ele começa a dar pulinhos, balançando-me de um lado para o outro, como se estivesse em um show de K-pop e acabasse de ser cumprimentado por seu ídol favorito. A cena é tão inesperada que eu não consigo evitar me surpreender. "Realmente, como alguém pode ser tão adorável!?" Lucard continua, agora exagerando na dramatização como se estivesse prestes a desmaiar de tanta emoção.

No final parece que me preocupei atoa com Lucard.

O mordomo, ainda em lágrimas de felicidade ou admiração – sinceramente, não sei dizer! –, sai do quarto em um estado de euforia. "E pensar que o mestre me concederia tal honra!" ele entoa, transformando sua emoção em uma canção improvisada que ressoa pelos corredores do castelo. Lucard continua sua serenata enquanto se dirige ao local da cerimônia, sem se preocupar com outras tarefas no caminho, transformando os corredores em um palco para sua apresentação.

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Comments

Rosimary Da Silva

Rosimary Da Silva

É o amor 💘

2024-05-06

0

sem rosto

sem rosto

e o que 😀

2023-12-31

1

Ver todos

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