Jantar (2)

Seraphius entrou silenciosamente na sala e ocupou o lugar do outro lado da mesa, mantendo uma distância considerável de seu pai. O ambiente era carregado de silêncio, tornando-o quase sufocante.

Após um pequeno tempo, uma grande variedade de pratos dignos da realeza ou dos mais requintados banquetes começaram a ser servidos. Pratos como "Camarões Reais à Belleme", "Salmão ao Molho de Champagne", "Carré de Cordeiro Dijonnaise", e "Creme Brûlée de Baunilha Bourbon" foram dispostos sobre a mesa com um cuidado meticuloso. Era uma seleção exuberante de sabores, tornando o jantar algo maravilhoso e belo.

Embora os pratos suntuosos e o ambiente requintado conferisse um cenário deslumbrante, as duas pessoas à mesa ainda mantinham um silêncio angustiante.

Esse pesado silêncio foi rompido por Malachar, o homem que encarava seu filho com presunção e arrogância. Ele pronunciou com frieza: "Você completou os seus 16 anos, certo? Sua estreia na alta sociedade será ao lado do príncipe herdeiro." Seraphius olhou para seu pai, com uma esperança vazia refletindo em seus olhos.

"Sim, Existe algo específico que você gostaria que eu faça durante este período?" Seraphius pergunta de forma fria para seu pai.

Malachar fica em silêncio durante um tempo e depois diz de uma forma arrogante "uma esposa, você deverá encontrar uma esposa nesse banquete." Malachar sorri de forma sínica e diz "sabe as pessoas já estão considerando que você não goste de mulheres, entende? Só estou preocupado com você" o sorriso do mais velho era claramente uma zombaria com Seraphius.

O jovem Sforza lança um olhar ameaçador na direção de seu pai. Como nobre, ele sabia que os rumores eram inevitáveis, mas Seraphius tinha plena consciência de que seu pai não se importava com essas fofocas. Para o velho homem, a única coisa que importava era a riqueza, tornando-o verdadeiramente desprezível.

"Como seu pai, tomei a liberdade de selecionar algumas opções. Não se preocupe e deixe-me cuidar disso para você", disse Malachar, fingindo um tom paternal. Ouvir a voz do mais velho tão afetuosa fez o mais novo sentir um arrepio de nojo.

Seraphius reprimiu sua raiva e, com palavras polidas, respondeu: "Como desejar, 'pai'. Deixarei a escolha da futura duquesa em suas mãos." Malachar sorriu satisfeito.

Breve, ambos começaram a comer, mas Malachar estava mais concentrado nos documentos com informações sobre jovens moças do que na própria comida.

Seraphius sentia um profundo desconforto ao lado daquele homem ganancioso a quem era obrigado a chamar de pai. Ele rezava silenciosamente para que sua esposa não fosse muito mais jovem do que ele. Seraphius não desejava se casar com uma criança, pois mantinha seus princípios. Contudo, quando se tratava de seu pai, até mesmo seus ideais pareciam perder seu valor...

No final do jantar, Malachar encontrou um documento de uma jovem senhorita que lhe agradou. Seraphius percebeu isso quando os olhos de seu pai se dilataram e um sorriso surgiu em seu rosto envelhecido. O velho homem tinha claramente encontrado alguém que considerava satisfatório.

"Seraphius, já imaginou se casar com uma jovem do clã bárbaro?" O rapaz se sobressaltou com a menção do clã bárbaro, conhecido principalmente por sua brutalidade, força física e profunda conexão com os animais. Era um clã amplamente marginalizado e desprezado pelos nobres da capital, que os rotulavam como sujos.

"Não, senhor," respondeu Seraphius. Ele estava ciente de que seu pai não mencionaria um clã desse tipo sem motivo. "A filha mais velha do líder do clã bárbaro, Temple Grandin, está atualmente solteira. Seria uma excelente oportunidade para estabelecer laços positivos com os bárbaros, não acha?"

Seraphius não tinha nada contra o clã bárbaro, mas não conseguia evitar a sensação de que havia algo mais por trás disso. Afinal, seu pai nunca o casaria apenas por "boas relações". Em sua opinião, algo estava faltando, mas ele não ousaria questionar as decisões do patriarca do ducado. Principalmente quando ele não contava com o apoio de ninguém dentro deste castelo sombrio. A única certeza que tinha era sua espada, afinal, uma espada nunca trai seu mestre.

"Claro que ela não é apenas uma ferramenta politica, ela também e muito bela..."Malachar continuou a falar sobre a garota.

Enquanto seu pai continuava a descrever os supostos benefícios dessa união estratégica com o clã bárbaro, Seraphius deixou sua mente divagar. Ele sabia que a vida na corte e as intrigas políticas eram uma realidade que ele precisava enfrentar como herdeiro do ducado, mas algo em seu íntimo resistia a essa decisão.

O jovem Sforza também reconhecia que não tinha aliados dentro daqueles corredores frios e sombrios do castelo. Ele era um estranho em sua própria casa, e seu pai aproveitava essa vulnerabilidade para impor sua vontade. Seraphius jurou a si que, não importasse o que o futuro lhe reservasse, ele não soltaria sua espada, ela era a única que o entendia, sua primeira e única companheira leal, seu símbolo de força e independência em meio a essa teia de intrigas politicas.

Seraphius, exausto com toda a situação, decide levantar-se, mesmo sem ter terminado seu jantar. Ele interrompe seu pai com delicadeza: "Com sua permissão, senhor, o dia foi particularmente desgastante, e gostaria de descansar um pouco." Malachar parece contrariado, mas permite que seu filho se retire.

Não demora muito para que os olhos ametistas de Seraphius se encantem com sua cama quente e aconchegante, um dos raros refúgios em meio à frieza do castelo. Ele se acomoda na cama, trazendo sua espada consigo, e contempla o teto do quarto.

Ele se aninha nos cobertores e travesseiros antes de se voltar para sua espada, colocando um de seus braços sobre ela, como se a abraçasse um bichinho de pelúcia." Boa noite, sombra da eternidade, por favor, não desapareça, está bem?" O jovem fala com a insegurança de uma criança que teme o abandono antes de finalmente relaxar e se entregar ao sono.

(o nome Temple Grandin e uma referência a uma pessoa real: a Temple Grandin real é uma renomada cientista, escritora e palestrante americana. Ela é mais conhecida por seu trabalho no campo da zootecnia e pela defesa do bem-estar animal. Temple Grandin é autista e, através de suas experiências pessoais, ela desenvolveu inovações e projetou instalações mais humanas e seguras para o tratamento de gado e outros animais de fazenda. Seus esforços resultaram em melhorias significativas nas condições de criação de animais em fazendas e matadouros.

Além de sua contribuição para a indústria de criação de animais, Temple Grandin é uma defensora do autismo e tem compartilhado sua experiência pessoal para aumentar a conscientização sobre o autismo e promover a aceitação e compreensão das pessoas que estão no espectro do autismo. Ela escreveu vários livros, incluindo sua autobiografia "Emergence: Labeled Autistic," que detalha sua jornada como uma pessoa autista bem-sucedida. Temple Grandin é uma figura inspiradora e influente em diversos campos... por eu achar ela uma mulher incrível eu quis usar seu nome, sem intenção de a ofender nem nada. Um aviso o meu personagem e a senhora Temple Grandin real não tem nada além de seus nomes iguais caso algo, além disso, se pareça coma senhora Temple Grandin real e mera coincidência.)

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is he... yk...

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2023-12-31

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