Mordomo

Seraphius acordou com uma expressão cansada hoje, possivelmente por conta do jantar de ontem. Havia um evidente indício de irritação em seu semblante, como se a noite anterior o tivesse deixado exausto e de mau-humor.

Na verdade, sua irritação é gritante, evidenciada pela forma bruta com que me sacudiu e empunhou, sem um pingo de delicadeza. É óbvio que o jantar da noite passada ainda ecoa em seu estado mental, perturbando seu equilíbrio emocional. A sensação é avassaladora, e sinto como se fosse vomitar a qualquer momento, tamanho o desconforto que isso me causa.

“"Este maldito duque vai descobrir que sua arrogância não o protegerá", murmura o jovem, desferindo outro golpe no boneco à sua frente. Sinceramente, não me importaria com o agito, o verdadeiro desafio é que esse rapaz é uma verdadeira força da natureza! Ele continua seu treinamento incansavelmente há mais de uma hora, sem demonstrar qualquer sinal de cansaço. Eu, mero objeto, estou exausto, enjoado e sinto uma fadiga extrema me dominar.

“Jovem mestre”, cumprimentou Lucard, o mordomo da casa e um dos raros funcionários que demonstravam respeito por Seraphius, se não o único que o tratava como tal. Lucard, embora não tenha feito uma aparição em “ORN”, é um personagem notável. Cabelos, da cor de um Laranja Crepúsculo, estão meticulosamente penteados para trás, contrastando com seu impecável uniforme de mordomo de tom Azul Meia-Noite. Sua pele bronzeada harmoniza de maneira perfeita com seus penetrantes olhos girassol, realçando ainda mais sua presença. O conheci quando chegamos no castelo, somente ele e a governanta vieram saldar Seraphius em sua chegada.

Lucard definitivamente possui uma presença marcante. “Seu café está pronto. Por favor, permita-me acompanhá-lo”, disse o mordomo com uma expressão serena e inabalável, estendendo uma toalha para Seraphius limpar seu suor, que a pegou de forma um tanto brusca.

“Não estou com fome, Lucard. Você pode ir embora”, declarou Seraphius enquanto secava o rosto com a toalha, antes de devolvê-la ao mordomo. Lucard aceitou o gesto em silêncio enquanto seu mestre lhe dava as costas.

Entendo que esteja irritado, mas não precisa ser mal-educado, seu fanático por esgrima! Gritei internamente para o jovem me empunhava. Enquanto Seraphius se afastava de Lucard, algo estranho capturou minha atenção. Lucard aproximou o rosto da toalha e começou a tremer, como se estivesse contendo suas lágrimas, talvez?

A cena era fugaz, e eu não consegui discernir com clareza devido à distância, pois Lucard se virou e partiu sem cerimônias. A frieza de sua aparência parece contrasta com o que aparenta ser um coração sensível por trás de seu rosto solene.

Sinto muito, Lucard, pensei enquanto o rapaz de olhos ametista voltava a treinar intensamente.

....8 horas depois, as 15:53....

Após horas de treinamento, ele finalmente se permitiu um descanso merecido. Este rapaz é mesmo uma máquina! Parece que, finalmente, ele parará para fazer uma refeição. Já estava na hora.

Eu já estava exausto há muito tempo quando finalmente alcançamos o corredor que conduz à cozinha. Foi nesse momento que Lucard, com sua típica polidez, de repente surgiu em cena para saudar seu jovem mestre: “Boa noite, meu jovem lorde.” Em seguida, ele tomou a dianteira, acrescentando tranquilamente: “Seu almoço está pronto em seu quarto, não se preocupe, apenas me siga.”

Seraphius expressou sua frustração com um estalar de língua, mas permaneceu em silêncio enquanto seguia o mordomo até seus aposentos. Ao chegar ao quarto, deparou-se com um prato de porcelana impecável, cuidadosamente disposto com um suculento Filé Mignon grelhado, regado com um divino molho de cogumelos, acompanhado de purê de batata-doce e aspargos grelhados. A apresentação e o aroma eram simplesmente irresistíveis.

Wow, ele deve realmente apreciar Seraphius. “Você fez algo inútil novamente, não é mesmo, Lucard?” O que?! Como esse jovem pode ser tão impertinente?

“É um alívio saber que a refeição foi do seu agrado”, respondeu o moreno com elegância. O jovem logo ergueu a mão em um gesto que ordenava a saída de Lucard. O mordomo alaranjado tentou falar algo, mas seu jovem mestre o interrompeu. “Não se preocupe com o prato, apenas vá embora.”

Lucard se curvou diante de Seraphius, e de costas pude notar suas orelhas vermelhas. Estaria ele irritado? Pobre Lucard. Porém, Seraphius deve estar passando por momentos difíceis com os recentes acontecimentos.

Após a saída de Lucard, o mais jovem finalmente pôde relaxar os ombros. “Finalmente, aquele topeira foi embora”, murmurou enquanto se acomodava à escrivaninha e começava a comer. “Sombra da Eternidade… nunca, jamais pense em se aproximar daquele sujeito estranho, está bem?” Ele suava frio, uma expressão de inquietação pairando em seu rosto. “Mesmo que ele não tenha feito nada, meus instintos me dizem que ele é perigoso.”

Ele respirou fundo e continuou a colocar mais um bocado de comida em seu estômago. “Tenho essa sensação desde que ele se tornou o meu mordomo pessoal.”

Eu apenas observava o garoto à minha frente com um traço de pena. O que poderiam ter feito a essa criança para que ela não confiasse na sinceridade de ninguém?

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Comments

sem rosto

sem rosto

....ja ta podendo aomossar ......

2023-12-31

1

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