Capítulo 20

Arya…

Mal dormi essa noite, pensando em alguma forma de fugir dessa situação, mas nenhuma ideia surge, minha família está em perigo, sei que tenho a máfia Santheago ao nosso lado, mas estão na Itália, eles no Canadá e eu no México. Se tivesse um jeito de pedir ajuda a eles, mas tenho que tomar muito cuidado, qualquer erro pode custar a vida das pessoas que amo.

Assim que amanhece, permaneço deitada, olhando pela janela de vidro.

… Não acredito que essa vinda para o México me causaria tantos problemas, devia ter ido para o Brasil! Agora estou numa situação complicada, mas não vou desistir de fugir!… — fico presa nesses pensamentos.

Ouço batidas na porta.

— Entra!

— Bom dia, minha bela la tormenta! — diz ele entrando com uma bandeja de café.

Coloca a bandeja em cima da mesa e senta-se na beira da cama.

— O casamento será no final da tarde, assim que minha família e sua amiga chegar! Não se esqueça que elas não podem perceber e...

— Já sei, já entendi! Porque insiste em ficar repetindo as coisas Eu não sou surda!

— Ótimo! A porta vai ficar aberta, pode ir para onde quiser, mas não se esqueça que tenho olhos por toda a parte!

— Me diz uma coisa, senhor Fontana! Ficarei como sua prisioneira para sempre?

— Não será uma prisioneira! Tem a liberdade de ir para onde quiser, no entanto, qualquer erro de sua parte, custará a vida da sua família! Como disse tenho olhos por toda a cidade do México, seu celular estará grampeado, com localizador em todas as coisas que pode imaginar! — diz colocando meu celular em cima da cama.

— Você é um doente, isso sim!

— Tem mais uma coisa que esqueci de avisar, como minha esposa terá que me acompanhar em todos os eventos, festas beneficentes, nas minhas boates e em jantares de negócio!

— Quero que busque as minhas coisas!

— Pode deixar, amanhã mesmo tudo estará na mansão! Quer alguma roupa específica para o casamento, quer que eu mande buscar?

— Vou pedir para Ariadne trazer alguma coisa!

— Está bem! Tenho que dar uma saída para resolver algumas coisas e já volto!

Dou de ombros e cubro a cabeça com o edredom. Hoje não estou disposto a brigar. Assim que escuto a porta se fechar, me levanto, pego meu celular e envio uma mensagem para Ariadne trazer um vestido meu. Explico o motivo e ela diz que irá trazer. Ela me questiona novamente sobre o que está acontecendo, mas eu respondo que depois eu vou explicar.

Tomo o meu café e penso em colocar alguma roupa, mas paro em frente ao espelho e observo-me de cima a baixo e decido caminhar de camisola mesmo, só para provocar o senhor Fontana, caso ele chegue.

Ando pela casa toda e depois vou para o lado de fora, esse lugar é muito lindo, se fosse em outras circunstâncias, provavelmente adoraria o lugar, transmite uma paz. Sento-me em um banco de pedra e fico ali respirando a ar puro daquele lugar, quando o carro do senhor mandão estaciona ali, Blake desce com um semblante obscuro e vem em minha direção.

— O que pensa que está fazendo? — pergunta entre os dentes.

— Tomando um ar fresco! Por quê?

— E precisa sair vestida assim, todos estão te olhando! — diz puxando-me pelo braço com força.

O empurro fazendo com que se afaste.

— Combinamos de que nunca iria me tocar! Ainda mais com essa estupidez senhor Fontana!

— Por que gosta de ficar me provocando?

— Te provocando?! Por favor… disse que não faz questão, ou seja, não faço diferença nenhuma na sua porcaria de vida! Só me quer para ser a mãe da sua filha, mas nada, então por qual motivo o incomodo senhor Fontana!

— Que porra Arya, pare de me chamar de senhor Fontana! Isso está me irritando, já disse que tem que disfarçar perto de todos!

— Aqui, todos sabem o que está fazendo comigo, não tenho porque fingir!

— Não me interessa se eu posso ou não tocar seu corpo, mas me deve respeito! Andar com essa camisola provocante, vai deixar todos olhando para o que é meu!

— Não sou sua, senhor mandão! Não sou um objeto para ser de ninguém e quer saber, já que não quer que eu fique com essa camisola, tudo bem! — digo, dando de ombros.

Ele dá um sorriso de canto vitorioso, mas logo desaparece quando tiro a minha camisola, ficando apenas de lingerie, seu olhar mais uma vez fica escuro, jogo a camisola na sua cara e desfilo pelo jardim em direção à casa, apenas de roupa íntima. Entro na casa e vou para o meu quarto e me tranco lá, ele bate diversas vezes muito irritado na porta, mas eu não abro.

— Arya! Abre essa porta!... Arya!

— Vai embora, quero descansar!

— Já disse para abrir!

Um silêncio se instala, de repente a porta é arrombada por ele com um chute, o mesmo entra no quarto transtornado, me joga na cama e vem por cima de mim.

— Não me provoque Arya! Não vou te avisar de novo! — diz levando minhas mãos para o alto da cabeça. — Não me faça perder a cabeça, não sabe com quem está lidando! — diz entre os dentes.

Com a outra mão, acaricia meus lábios e desce até meus seios fazendo o contorno deles, depois para a minha barriga, sinto um arrepio enlouquecedor na minha intimidade e em minha pele, mas tento ser forte.

— Tira as suas mãos de mim, seu idiota, estúpido! Eu te odeio Blake, te odeio!

— Não é o que parece, seu corpo está todo arrepiado com meu toque, bela la tormenta!

— Isso é cócegas seu idiota! — minto.

Consigo dar uma joelhada nas partes baixas dele e o mesmo me solta gemendo de dor, corro para o banheiro e me tranco lá. Solto todo ar que prendia em meus pulmões e recupero o fôlego, passo água fria em minha nuca para aquele calor passar.

— Vai me pagar, Arya! — diz gemendo.

Assim que saí do quarto, vou até o closet, pego uma roupa e me visto.

— Isso é apena o começo, senhor mandão! Serei seu tormento diário! — digo olhando para mim mesmo pelo espelho.

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