Capítulo 13

Arya…

Logo pela manhã, foi o enterro da mãe de Ariadne, minha amiga chorou o tempo todo e no momento de enterrar a mulher, ficou desesperada, Lucca permaneceu ao seu lado o tempo todo, não deixou o amigo de Ariadne se aproximar, parecia estar com ciúmes do rapaz.

O bom é que ele foi um apoio para ela nesse momento. Acredito que nem eu seria o suficiente nesse momento, julgo que os dois tenham alguma ligação diferente entre eles.

Blake arcou com todas as despesas do funeral e enterro, ainda mandou uma quantia significativa dinheiro a ela, confesso que sua atitude me surpreendeu, claro que é obrigação dele, mas sua posição no país não lhe obriga a fazer tal coisa.

Há uma semana que Ariadne está morando aqui no apartamento conosco. Ela e Lucca, estão bem próximos, temos tentado deixá-la à vontade e animá-la, mas continua muito triste com a morte de sua mãe, o que entendo, pois também ficaria muito triste se algo acontecesse com alguém da minha família.

Todas as noites de sono, tenho sido atormentada por pesadelos com aquele vendaval dos infernos. Esse homem me deixa louca de tesão e isso me preocupa, não posso cair nessa armadilha, de me envolver com alguém como ele.

Acordo, faço a minha higiene pessoal, me arrumo e sigo para a cozinha, hoje começo um estágio que consegui num escritório de advocacia, estou muito animada. Chego na cozinha e Susan já terminava de arrumar a mesa, a cumprimento com um beijo no rosto e me acomodo em meu lugar. Susan tem sido uma grande amiga, desde que cheguei aqui no México, assim como Ariadne.

— Dormiu bem, minha querida?

— Mais ou menos, estou muito ansiosa com meu primeiro dia de estágio!

— Bom dia! — diz Lucca entrando.

— Bom dia! — respondemos.

Deposita um beijo no alto da minha cabeça e acomoda-se em seu lugar, Susan nos deixa a sós.

— Mana, não queria sair daqui agora, mas preciso voltar, tenho a faculdade, trabalho…

— Achei que viria morar aqui!

— E vou, mas tenho que transferir a faculdade para cá, conversar com o diretor do hospital para colocar outro em meu lugar, tem muitas burocracias! Sabe disso…

— Como sei… também tive que fazer isso!

— Vocês vão ficar bem?

— Vamos sim!... Lucca, ainda não tivemos tempo de ter uma conversa a respeito da Ariadne! Quero saber o que está rolando?

— Apenas amizade, Arya!... Por enquanto…

— Sabia, está a fim dela!

— Muito, não quero apressar as coisas, porque ela continua muito abatida com a perda da mãe, mas quando voltar, quero tentar conquistá-la!

— Ariadne, sim, é mulher para você e você é o cara certo para ela!

Ariadne entra na cozinha, nos cumprimenta e Lucca arrasta uma cadeira para ela ao seu lado, os dois se olham de forma diferente.

— Obrigada! — diz sentando-se.

— Como está, amiga?

— Melhor! Tenho que tentar seguir em frente, não é mesmo?

— Sim e estamos aqui para te apoiar, te ajudar nesse momento! Ariadne, quero muito que venha morar aqui comigo, aqui estaremos juntas, uma apoiando a outra…

— Isso será ótimo, para você, Ariadne! — completa meu irmão.

— Não quero incomodar!

— Não vai incomodar, será uma companhia para mim!

— Eu aceito, não quero ficar sozinha naquele lugar que traz tantas recordações ruins e me lembra a minha mãe!

— Então hoje mesmo, vou com você buscar as suas coisas! Amanhã estou voltando para o Canadá!

— Mais já Pensei que ficaria mais tempo!

— É por pouco tempo, logo estarei voltando e para ficar definitivamente com vocês!

Esses dois não escondem o interesse um pelo outro.

Me despeço deles e sigo para o escritório, logo que chego a secretária me leva até a sala do diretor responsável.

Ao entrar fico estática, o imbecil do Ramiro é o diretor.

— Como vai, Arya Connor…, não é mesmo?

— Se soubesse que esse escritório era seu não teria vindo! — digo cruzando os braços.

— Que isso, porque me trata tão mal? Não foi meu funcionário quem matou a mãe da sua amiga! Acredito que começamos com o pé esquerdo… me dê uma oportunidade de me redimir!

— Sinceramente, não tenho vontade de trabalhar no mesmo ambiente que o senhor!

— Pelo menos se sente!

— Estou bem aqui!

— Prefere o Blake, amorcito! Ele é igualzinho ao Demétrio!

— Bom para ele, e para a cruela…

— Cruela?

— Isso não vem ao caso, agradeço pela oportunidade, mas dispenso o estágio!

Quando tento abrir a porta, está trancada.

— O que pensa que está fazendo me trancando aqui?!

— Te quero amorcito… te quero muito! — diz levantando-se.

— Escuta aqui seu imbecil, nunca serei sua! Tenho nojo de homens como você!

— Tem razão de Blake estar tão interessado em você, é uma verdadeira dama da máfia! Seria perfeita para tal cargo!

— E quem disse que quero isso!

— Está na nossa área, tem que se submeter ao que nós queremos, as nossas leis!

— Meu filho vai sonhando com isso! Eu vou acabar com vocês, espere e verá do que sou capaz!

O homem se aproxima cada vez mais, não me movo do lugar, apenas analiso cada movimento seu.

— Você será minha, amorcito! Custe o que custar, nesse jogo eu vou ganhar de Blake!

— Mas que merda! O que o Blake tem a ver com isso?!

— Ele se interessa por você, tanto quanto eu, olha o que fez na minha mão! — diz mostrando a mão enfaixada.

— Ah… ele fez um dodói em você?! Que peninha! — digo com sarcasmo. — Ele devia ter arrancado seu saco fora, isso sim! Acreditou mesmo que esse seu planinho de me trazer aqui, daria certo?! Que idiota! —digo revirando os olhos.

Deixo que se aproxime, quando me encosta na parede, dou-lhe um chute nas partes baixas, pego sua arma que estava sobre a mesa e aponto para a sua cabeça.

— Sua vadia, vai me pagar por isso! — diz gemendo, segurando sua intimidade.

Dou uma coronhada em seu rosto e outro chute na sua intimidade.

— Vadia é a mulher que saí com tipos como você, seu estúpido! Lave a boca para falar de mim, seu idiota! Agora me dê a chave para sair daqui! — digo mirando a arma nele, novamente.

— É um demônio em pele de cordeiro! Não vou te dar a chave, meus homens vão invadir essa sala e...

— Sério, Se não me der a chave e encerrar esse papinho, vou te fazer sentar no colo do capeta em dois segundos! — digo irritada, a engatilhar a arma.

Ouço uma movimentação do lado de fora, e tiros. Certeza que os homens dele virão com tudo para cima de mim, mas antes mato esse desgraçado.

Continua…

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