Capítulo 15

Arya…

Quando vi Blake ali, dizendo haver ido me salvar, senti algo muito estranho dentro de mim. Contudo, não quis retroceder numa decisão, ele tem que entender que não sou uma donzela em perigo, sei muito bem como me defender. Saber que não tenho medo de ninguém, e de que se são perigosos, eu se ser bem mais.

Não gostei de Ramiro ofender Blake, me incomodou muito, é como se apenas eu pudesse fazer isso. Nem eu, tenho conseguido me entender nos últimos dias.

Mesmo sentindo a minha intimidade pegar fogo, estando tão próxima dele, não deixei meu corpo demonstrar as reações que esse homem causa em mim. Rejeitá-lo, foi como declarar guerra, ficou muito irritado e atirou matando o estúpido do Ramiro.

— Acabaram os jogos com esse estúpido! — diz friamente.

Nada respondo, entrego-lhe a arma que estava em minha mão e vou saindo expondo empoderamento e o mesmo, mais uma vez, segura o meu braço.

— Nossa guerra foi declarada, la tormenta…, se prepare para…

— Pare de me ameaçar, senhor Fontana! Ainda não aprendeu que ninguém manda em mim, ou que não há ameaça que faça eu me calar?

— Isso é o que veremos, todos têm as suas fraquezas e vou encontrar a sua! Passe o tempo que passar… quem sabe sua amiguinha, ou seu irmãozinho não me ajudem!

Ao dizer isso, fico cheia de ódio e temor.

— Fica longe deles, entendeu. Sua briga é comigo, não tem que resolver com os outros de fora! — digo entre os dentes.

— Está bem! Já sei como agirei daqui para frente! — sorri vitorioso e solta o meu braço.

Saio de lá muito irritada, como disse minha família é meu ponto fraco e acabei deixando isso transparecer a ele, só espero que não use isso contra mim. No entanto, já percebi um ponto fraco nele ao meu favor também, se mexer comigo, terá que aceitar as consequências disso.

Pego um táxi e volto para o meu apartamento, tomo um banho demorado, tentando esquecer o que aconteceu. Ao fechar os olhos, me vem à mente a cena do instante em que estávamos tão próximos. Sinto a minha intimidade ardendo com essa lembrança e aperto minhas pernas para ver se isso passa, mas é pior. Sinto um calor intenso percorrer meu corpo, quase me deixando alucinada, já que as lembranças daquele homem são recorrentes.

— Merda, merda, merda!

Coloco água fria, deixando caindo sobre o meu corpo e logo vai passando aquelas sensações.

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Blake…

Arya sabe como me tirar do sério e essa situação está ficando cada vez mais insustentável, tenho que agir o mais rápido possível. Nas minhas mãos, vai aprender a me respeitar e saberá quem eu sou.

Assim que ela vai embora, olho para Alonso que cobri a boca, escondendo o sorriso de zombaria em estampado em seu rosto.

— O que foi? —pergunto asperamente.

— Cara, tu tá ferrado! Essa garota tem cara de anjo, mas é infernal…

— E eu não sei!

— Tá a fim dela, Blake?!

— Claro que não, ficou maluco?

— Quem está maluco aqui é você! Está se apaixonando pela sua presa, essa garota está te desestruturando!

— Cala Boca! Vamos embora! — digo e ele vem logo atrás de mim rindo.

Alguns dos meus homens, ficam no local para limpar a bagunça e nós seguimos para a fortaleza.

Logo que chegamos, vamos para a minha sala, pego uma garrafa de tequila e bebemos enquanto conversamos.

— Cara, tem certeza que essa mulher não matou Conrado, em legítima defesa?

— E o Javier? Como explica o estado do meu irmão?!

— Já conversou com a Kiara?

— Ela não estava naquele avião! Apenas Conrado, Javier, Arya e o piloto estavam… e o piloto disse que foi ela!

— Pode ter dito isso, com medo de matá-lo! Sentiu-se pressionado!

— Já chega dessa conversa, Afonso!

— Não! Você se apaixonou por essa garota e vai machucá-la, sem saber o que realmente aconteceu! Não quer aceitar, mas vi vocês e sei que está na dela!

— Isso não é verdade! Eu odeio essa mulher e vai pagar pelo que fez com meus irmãos! Também sabe que nunca mais, me interessei por outra mulher, depois da mãe da Dulce!

— O amor e o ódio, caminham lado a lado…, mas se quer se enganar, não vou mais falar nada! Só acredito que deva pensar bem, para não se arrepender mais tarde!

— Sabe que não tenho arrependimentos em minha vida!

— Sempre tem a primeira vez!

O fito com o olhar.

— Não está mais aqui quem falou! — diz levantando as mãos em forma de rendição. — E então qual o trabalho que tem para mim, agora?

— Paulina!

— Paulina?!

— Sim, ela anda muito estranha ultimamente, acredito que está aprontando, quero que descubra tudo!

— Ela é a sua prima e consegliere! Por que faria isso?! Acreditei que fosse de confiança!

— Também pensei, mas desde que disse que me casaria com… você sabe, ela tem deixado transparecer seu descontentamento, e algumas de suas atitudes, tem me deixado desconfiado de que ela possa ser a traidora!

— Talvez seja ciúmes, sabemos que ela é a fim de você!… Apesar que uma mulher rejeitada ou traída, é capaz de tudo!

— Posso contar com sua descrição e ajuda?

— Claro! Não tem modo melhor de descobrir uma traição, do que fingir estar revoltado com as suas atitudes, então daqui para frente começaremos a nos estranhar na frente dela!

— Ótimo!… Também quero a sua ajuda para sequestrar a Arya!

Um ar de zombamento surge em seu semblante.

— Claro que vou te ajudar, me diga o plano!

— Por que essa cara?!

— Porque quero assistir de camarote a sua queda de macho alfa, querendo dominar essa garota!

— Queda?! Por favor Afonso!

Ele e meu irmão, são os únicos com essa intimidade comigo.

— Queda sim! Vai ficar aos pés dessa mulher, essa sua vingança vai virar contra você e ela se tornará seu ponto fraco, mas também a sua força!

— Isso nunca irá acontecer! Não quero mais falar sobre isso!… Agora me conte como foi a missão!

Permanecemos ali conversando assuntos da máfia.

Logo que conseguir sequestrar aquela la tormenta, vamos armar um plano para pegar os malditos que estão saqueando a minha carga.

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