Capítulo 7

Arya...

Cheguei em casa exausta, dancei muito na noite passada e dormi muito bem, tirando a parte em que sonhei com aquele estúpido do Blake e acordei toda suada. Nunca em minha vida, havia me sentido tão atraída por um homem. Isso não é bom, devo colocar em minha mente que ele é um criminoso, que não tem nenhum escrúpulo. Sei que não devo julgar sem conhecer, mas o que esperar de um homem como ele, e que tem um covarde que bate em mulheres trabalhando para ele. Devem ser da mesma categoria.

Acordo e fico presa em meus pensamentos, quanto mais dizia a mim mesmo que devia ficar longe daquele homem, mais as lambranças de ontem vinham em minha mente, via nitidamente aqueles olhos penetrantes parecendo querer atravessar a minha alma, seus lábios proferindo palavras autóritárias, e aqueles braços fortes segurando a minha cintura. Esses pensamentos estavam me deixando de calcinha molhada.

De repente a porta do meu quarto se abre bruscamente.

— Bom, dia maninha! — diz Lucca entrando em meu quarto.

— Lucca?! O que faz aqui?! — pergunto sentando-me

— Oras, não me convidou para passar uns dias aqui? — pergunta divertido.

— Espera! flFalava comigo, mas já estava vindo para cá?

— Claro! Queria fazer uma surpresa, mas pelo visto não gostou! — diz fingindo magoa.

Pego o travesseiro e jogo nele.

— Seu bobo! Claro que estou feliz que está aqui!

Se aproxima de mim e nos abraçamos.

— Por que não disse que estava a caminho?

— Como disse, queria fazer-lhe uma surpresa! Consegui?

— Claro que sim!... Como estão todos?

— Bem, mas com saudades de você!

— Também estou com saudades deles!... Vou me arrumar e já vou para tomarmos café juntos.

Ele vai para a sala.

Levanto, faço a minha higiene pessoal, me troco e vou para a sala. Tomamos café conversando e rindo das suas histórias amorosas. Notei que Susan, estava quieta de mais, então na primeira oportunidade fui até a cozinha, onde lavava a louça.

— Está tudo bem, Susan?

— Não muito senhorita! Sei que não devia falar nada, mas estou muito preocupada com a Ariadne e sua mãe!

— Por que? O que aconteceu?

— De madrugada, o Demétrio chegou esmurrando a porta, ouvimos os gritos deles, estavam discutindo e escutamos barulhos de algo estralando... Damião e ela trabalham juntos na lanchonete, ele a esperou para irem juntos, mas ela não apareceu! Liguei para ele e ela não foi trabalhar! Meu medo, é que vá chegar um dia, em que aquelas duas irão sair mortas daquela vila!

— Credo, Susan! — digo sentindo um arrepio ruim percorrer a minha espinha.

— Mais é a verdade, a mãe dela já não está muito bem de saúde e esse crápula parece querer matá-la! Tenho tanto ódio desses tipos de homem!

— Vou na casa dela, quero saber se está bem!

— Isso não é boa ideia, senhorita Arya! Apenas comentei, porque fiquei realmente preocupada!

— Também fiquei preocupada, por isso vou até lá!

CEssas pessoas tême vamos até à vila, fomos no carro que ele alugou. No caminho, conto-lhe tudo o que descobri que se passa nessa cidade, ele ficou revoltado e indignado tanto quanto eu.

— Essas pessoas tem que denunciar, não podem deixar isso continuar!

— Todos são corruptos, meu irmão! Mas logo essa festa deles vai acabar, eu vou investigar e derrubar esses narcotraficantes!

— Não se mete nisso, Arya!

— Está falando comigo, Lucca! Sabe que não desisto do que eu quero! Principalmente de fazer justiça!

Ao chegarmos na vila, pergunto para uma senhora onde Ariadne mora, então seguimos para onde a mulher indica.

Bato na porta duas vezes, então ela abre apenas uma pequena brecha e se espanta ao nos ver.

— A... Arya?

— Ariadne! Está tudo bem?

A garota estava com os olhos inchados de chorar. Ela nada diz, apenas abre um pouco mais a porta, começa a chorar compulsivamente abraça-meça.

— O que aconteceu, Ari?

— Acho... acho que a minha mãe está morrendo! — diz entre soluços.

— Calma, Ari!

Os braços dela, estavam com marcas roxas, não disse nada, pois já estava muito nervosa.

— Deixe-nos ver ela!

Assentiu com a cabeça e nos levou até o quarto que a sua mãe estava. A mulher estava com os olhos inchados de apanhar, com muita dificuldade para respirar. Aquilo me trouxe uma revolta enorme.

Lucca se aproxima da mulher e faz os primeiros socorros, mas ela realmente está muito mal.

— Temos que levá-la para o hospital! — diz ele.

— Então vamos! — digo.

Lucca pega a mulher no colo e seguimos para a fora da casa. No portão, encontramos com o tal Demétrio, Ariadne esconde atrás de mim.

— Onde pensam, que estão a levar a minha mulher?

— Para o hospital! Ela está muito mal… — digo.

— Ela não vai a lugar nenhum!

— Isso é o que vamos ver, seu cretino! — digo asperamente.

Ele pega a sua arma e aponta para nós.

— Não tenho medo de armas, seu covarde! Por que não luta como homem! — digo entrando na frente do meu irmão.

— A minha mãe precisa de cuidados médicos!

— O que está acontecendo aqui? — pergunta uma mulher se aproximando de nós.

Recordo-me, que ela é a mesma da noite passada, a que estava no colo do Blake.

— Nada senhorita! ‐ diz o homem.

Ele abaixa a cabeça para a mulher.

— Essa não é a sua mulher? — pergunta apontando para a mãe de Ariadne.

— Sim!

— O que houve com ela? Não vai me dizer, que fez isso com ela?!

— Não senhora, ela foi assaltada ontem a noite e...

— Assaltada? —pergunto com sarcasmo.

— Não temos tempo, Arya ela está piorando!

— Vamos de uma vez!

Não quis entrar em detalhes, porque não sei ao certo o que realmente aconteceu, então prefiro não me envolver até que Ariadne me conte o que está acontecendo,

Ao passarmos pela mulher, ela segua meu braço com força.

— Você não! Quero falar com você!

Olho com indiferença para a sua mão que segura o meu braço e o puxo com força, me afastando.

— Não tenho nada para falar com você! Nem te conheço, então não coloque as suas mãos em mim!

— Estava olhando o meu homem ontem e ninguém faz isso, entendeu?! — diz entre os dentes.

— Aí por favor, eu não tenho culpa se o seu homem estava m olhando, mas ele não me interesaa, faça bom proveito! Não quero nem de graça!

— Não foi o que pareceu!

— Olha, só estava olhando para marcar bem o rosto dele, e permanecer o mais longe possível! Olha pra mim, jamais me envolveria com um bandido! Agora me dê licença!

Passo por ela, esbarrando meu ombro no dela, para saber que não tenho medo.

— Ah, devia cuidar melhor do seu homem para que não fique com a cabeça pesada carregando chifres! — digo e vou para o carro.

Seguimos para o hospital, logo que chegamos levam a mulher para a sala de emergência. Ariadne permanece abraçada comigo e chora compulsivamente.

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