Uma Nova Chance Para Amar: Sequestrada Pelo Mafioso Vol. 3

Capítulo 6

Ariadne…

Meu nome é Ariadne, tenho 25 anos, estou no meu último ano de administração e moro no México. Sou uma pessoa tímida, carinhosa, disciplinada e honesta. Moro com minha mãe e padrasto, numa vila onde as pessoas são todas ótimas, tem aqueles que são fofoqueiros, mas a maioria é de bom coração. Meu melhor amigo é Damião, ele é como um irmão para mim, nos damos muito bem. Antes da minha irmã ser levada para um casamento a força, os dois namoraram.

Vou contar um pouco sobre a nossa história, sou a primogênita da minha mãe, quando eu tinha doze anos, meu pai faleceu com um infarto fulminante, foi uma perda, pelo menos para mim e para a minha irmã. Meu pai era um homem muito bondoso de coração, amava e respeitava muito a minha mãe, mesmo ela errando. Ela traiu meu pai e dessa traição veio um fruto, minha irmã Jayane, na época eles ficaram separados por poucos dias, ele acabou a perdoar e registrou a criança como sua filha. Ele foi um bom pai para nós duas, Jayane era muito apegada a ele, assim como eu. Com a sua morte, ficamos arrasadas e desestruturadas, foi então que minha mãe conheceu Demétrio, inicialmente a tratava muito bem, fingia gostar de mim e da minha irmã, até que a convenceu de virmos para o México, dizia que teríamos uma vida melhor. Cega de amor, minha mãe aceitou e viemos morar aqui e foi aí que o inferno começou. Demétrio revelou sua verdadeira face, começou por agressões verbais, depois violência doméstica e até abusos. Ele nunca se importou de eu e minha irmã presenciarmos tudo, parecia gostar. Cansada disso, minha mãe tentou fugir conosco, mas foi a pior coisa que fez, ela fez a denúncia e pediu ajuda para voltar para o Brasil, mas os policias o avisaram. Quando nos encontrou, quis vingar, nos agredindo. Demétrio nos espancou, para que minha mãe aprendesse a lição, para nunca mais fugir ou denunciar.

A partir desse dia, qualquer coisa que fizéssemos que ele não gostasse, éramos agredidas assim como minha mãe. Esse inferno apenas piorou com o passar do tempo, pois não há um dia sequer, que não me olhe com desejo, com malícia. Nas vezes que me bate, se aproveita para passar a mão em meu corpo maliciosamente, isso é um verdadeiro inferno. Desenvolveu um, ciúmes absurdo de mim e não gosta, que eu saia para me divertir, por esse motivo nunca namorei, por medo do que possa fazer comigo e com minha mãe, até mesmo com o homem que eu me envolver.

Demétrio é um homem sem escrúpulos, o dinheiro que ganha gasta com bebidas e mulheres. Na época em que vendeu a minha irmã para um homem muito rico, estava tão endividado que quase fomos despejados daqui. Desde então, não temos notícias dela. Minha mãe implorou, para ele não fazer isso com sua filha, mas foi apenas mais um motivo para ser espancada. Sinto falta de Jayane, mas não podemos encontrá-la. Meu maior medo, é que ela esteja morta ou vivendo uma vida parecida com a da minha mãe. Já pensei em fugir diversas vezes, mas sei que vai me encontrar e as coisas serão bem piores.

A cada dia que passa, não esconde seu interesse por mim e isso me assusta, tenho medo de que a qualquer momento, abuse de mim. Todas as noites, tranco a porta do meu quarto e coloco a comoda na frente, para não entrar, é um tormento viver assim, com medo até mesmo de dormir. Algumas vezes, acordei com ele passando a mão nas minhas pernas, seios e quando acordava ele saía do quarto. Isso não é vida.

Trabalho numa lanchonete, durante o dia e a noite vou para a faculdade, estudei muito para conquistar uma bolsa. Não foi fácil todos esses anos, escondendo os hematomas e aguentando seus ciúmes doentio.

Conheci Arya, nos corredores da universidade, ela é uma garota incrível e admiro a sua força, queria ser como ela, que até enfrentou os poderosos aqui do México, mas sei que se fizer isso, serei violentada e espancada, por isso tento não contrariá-lo para não pagar o preço. Há alguns dias, minha mãe caiu doente, não sei mais o que fazer, meu dinheiro tem sido apenas para comprar remédios, no entanto, não apresenta nenhuma melhora. Seu marido só exigi dela, a obriga a cumprir os deveres de casa e de mulher, mesmo no estado em que está.

Hoje, quando o vi na boate, fiquei com muito medo, por isso logo que chego em casa, me tranco em meu quarto.

Já estava deitada, quando escuto ele esmurrando a porta do meu quarto.

— Abre essa porta, Ariadne! Abre essa porta sua vadia!

— O que está fazendo Demétrio? — pergunta minha mãe.

— A sua filha estava na boate, se portando como uma vadia, vou ensiná-la a se portar!

— Deixe a minha filha em paz! Ela é jovem, tem o direito de sair, se divertir e ter namorados!

Escuto o barulho do tapa que dá no rosto de minha mãe, seguido de seu gemido. Ele começa a bater nela, então saio do quarto e ele está arrastando a minha mãe pelos cabelos.

— Solta ela, Demétrio!

Ele sorri com malícia e vem para cima de mim. Tento me defender, mas desfere dois tapas em meu rosto, em seguida me joga na cama, retira a sua cinta e me bate de cinta.

— Isso é para, parar de ser oferecida!

Já não tenho forças para lutar, então o deixo bater até se cansar, deixando as lágrimas rolarem por meu rosto. Quando se cansa vai para o seu quarto com minha mãe, acabo pegando no sono em meios aos soluços de tanto chorar.

Acordo pela manhã toda dolorida, só saio do quarto, quando escuto Demétrio saindo para o trabalho. Levanto, vou até o banheiro, faço a minha higiene, me troco e vou em direção a cozinha, para preparar o café.

Ao passar pelo quarto de minha mãe, a vejo deitada com o rosto todo machucado, seus olhos fechados de tão inchado que estavam. Ela estava com falta de ar, preocupada corro até a cama que está deitada.