Capítulo 18

Arya...

Logo que eu e Ariadne fomos nos deitar, pego no sono rapidamente, porém desperto escutando um barulho estranho no apartamento, ao me levantar para ver o que é, uma fumaça invade todo o meu quarto, cubro o nariz , mas perco a consciência em questão de segundos.

Sentindo um peso na cabeça e nos olhos, vou despertando lentamente, meus olhos vão se abrindo aos poucos, noto que estou num lugar diferente e não consigo mover meu corpo, do jeito que queria. Logo que consigo despertar completamente, vejo que estou com meus braços amarrados na cabeceira da cama e minhas pernas amarradas uma na outra, tento me soltar mas sou surpreendida por uma voz grossa logo a minha frente.

Ao olhar vejo que se trata de Blake, está sentado numa poltrona logo a minha frente, sinto uma raiva imensa ao vê-lo ali.

— Que porra é essa senhor, Fontana? — pergunto entre os dentes.

— Como vai, la tempestade?

— Em tempo de me tornar um furacão se não me tirar daqui, seu estúpido! Filha da puta, do caralho!

Movimento meu corpo com força tentando me soltar.

— Acho bom, baixar a bola comigo, minha bela la tempestade, é voce quem está amarrada aí sob o meu domínio!

Dou risada em sua cara.

— Não é porque estou amarrada aqui que estou sob o seu domínio! Está para nascer homem que vai me dominar, ouviu bem?! —digo irritada. —Pode fazer o que quiser comigo, mas depois é bom me matar, porque se não eu te mato!

— Não vou fazer nada que não queira... — diz levantando-se e aproxima-se de mim. —Já disse que não sou homem de violentar nem bater em mulher, tenho repúdio desse tipo de gente!

— Não é o que parece, afinal fui sequestrada por você, e agora estou amarrada..., isso não é coisa de homem justo e correto, ou é?

— Isso não vem ao caso, te trouxe aqui, porque irá se casar comigo, você foi a escolhida para se tornar a minha esposa, mãe da minha filha!

Mais uma vez, solto uma alta gargalhada.

— Nem que eu estivesse na beira de um tanque de tubarões, aceitaria casar com você! Acredito que ser comida pelos tubarões é a melhor opção!

— Escuta bem o que vou dizer, la tormenta...

— Eu não vou ouvir nada! Quero sair daqui, exijo que me solte e me deixe ir embora! —digo tentando me soltar.

Irritado, Blake pega a sua arma e atira em um das janelas, estralhaçando os vidros.

— Isso não me assusta! Quero sair daqui agora! — grito esperneando, tentando me soltar.

— CHEGA! — grita. — Espero que me ouça agora e não me interrompa! Não vou admitir ser interrompido novamente, por você, nem por ninguém..., odeio que me interrompam quando estou falando! — diz entre os dentes. — Continuando, você irá se casar comigo querendo ou não, mas tenho certeza que vai aceitar de livre e espontânea pressão!

Ele pega a arma e passeia pelo meu corpo, de maneira provocante, que faz meu corpo queimar, mas me mantenho firme para que não perceba, como meu corpo reage a esse maldito.

— Vai se casar comigo, será a mãe que a minha filha merece e nunca ninguém irá saber a verdade por trás desse casamento!

— Qual verdade? A de que fui obrigada a me casar? — pergunto com sarcasmo. — Eu nunca vou aceitar esse casamento, ouviu bem?! NUNCA! — grito.

— Nunca é muito tempo, minha bela la tormenta..., deixa eu te mostrar uma coisinha!

Se afasta um pouco, vai até a cômoda e trás o notebook, aperta um botão despausando as imagens. Nela contém as imagens das câmeras de segurança, da casa dos meus pais, da empresa, do hospital que minha mãe trabalha, até mesmo da escola dos meus irmãos e do prédio em que moro atualmente.

— Seu filho da puta, bastardo do caralho! É tão incapaz de conquistar uma mulher que precisa chantagear uma, para se casar!

— Não me importa os meios que tenho que usar para conseguir o que quero, desde que consiga!... Tem até o entardecer, para me dar uma resposta, minha bela la tormenta! Vou te soltar, mas é bom não tentar nenhuma gracinha, caso contrário, sua família quem irá pagar!

— Por que eu?! Com tantas mulheres no mundo! Por que tinha que ser justo eu?!

— Porque é diferente das outras!

— Você é bem pior do que o Ramiro, seu imbecil, idiota! Ogro!

Ele coloca o notebook em cima da cama e me desamarra, minha vontade foi de ir para cima dele, mas a imagem da minha família ali me desestabilizou muito.

— Eu te odeio senhor Fontana! Te odeio! — digo entre os dentes, massageando meus pulsos.

— A recíproca é verdadeira, minha bela la tormenta! Vou te ensinar a ser uma boa esposa!

... E eu vou te ensinar a nunca mais mexer comigo!... — penso. — Serei a esposa que merece!

— Até logo, querida noiva!

Ele saí do quarto e tranca a porta, vou em seguida e desfiro vários socos na porta, algumas lágrimas rolam por meu rosto, com uma mistura de ódio e medo de fazer algo contra a minha família. Encosto a testa na porta, deixando as lágrimas rolarem por meu rosto, então respiro fundo, me afasto da porta e digo.

— JÁ CHEGA, ARYA! — digo secando as lágrimas de meu rosto. — Chega de palhaçada! Já que Blake quer uma esposa, ele terá, mas vai se arrepender por tal decisão, se pensa que serei sua submissa está muito enganado! Agirei como sua esposa até certo ponto, serei a eposa que ele merece! — digo cheia de ódio.

Passo o dia todo trancada nesse quarto, asssitindo as imagens das câmeras, vendo a minha família ali, até mesmo minha amiga Ariadne. Trazem comida durante o dia e no final da tarde, um deles entra e joga uma sacola em cima da cama.

— O chefe mandou vestir essa roupa, para jantarem juntos!

Olho para a roupa com desdenho, em seguida para o homem a minha frente, pois não gostei do jeito que agiu e falou comigo.

— Seu chefe mandou?

— Sim!

— Coitado! — digovrevirando os olhos.

— Ve se não demora, o chefe não gosta de ficar esperando!

Solto uma gargalhada.

— Ele que espere sentado! Só irei quando eu tiver vontade, e vê como fala comigo, seu idiota, não sou qualquer uma para me tratar assim!

O rapaz nada diz, apenas saí do quarto me deixando sozinha.

— Mandou! Ele que vai sonhando que manda em mim!

O vestido que mandou era muito lindo e chique, mas não vou obedecer esse escroto. Vou usar apenas a langerie que mandou com o vestido. Vou até o closet e ali havia algumas roupas de mulher, pela foto que vi no criado mudo, deve ser da mãe dele.

Escolho uma delas e deixo separada, vou até o banheiro, tranco a porta, analiso cada canto me certificando de que não há câmeras, então tomo um banho rápido.

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