Capítulo 8

[ Julie ]

Subo as escadas extremamente esgotada do dia de hoje. Apesar das vendas terem sido boas meu corpo pedia um descanso.

Chego em casa e minha mãe estava fazendo o jantar.

— Cheirinho de macarrão._digo fechando a porta atrás de mim.

—  Oi filha!

Deposito um beijo em sua testa e coloco minha mochila no sofá.

— Julie, seu irmão fez uma ligação._diz ela enquanto cortava o alho.

— O que ele disse?

— Ele quer que você vai lá vê -lo.

— Não vou mãe. Você sabe que isso tudo aconteceu por conta dele mesmo.

— Mas ele disse que tem um recado importante pra te dar.

— Eu não quero saber.

Irritada com aquela conversa abro a porta e vou subindo para o barracão.

Estranhamente começo a ver alguns movimentos lá dentro e logo me assusto.

— Ou!_diz uma voz que não conseguia reconhecer.

Quando vejo quem era o dono daquela voz apenas começo a correr pelos becos mas logo sou alcançada pelas mãos pesadas do mesmo.

— Escuta aqui!_diz ele me depositando um tapa no rosto e me encurralando nas paredes de chapisco.

— Eu...eu não sei de nada! Eu juro!

— Você sabe porque seu irmão tá na cadeia? Não responde._ele me dá outro tapa fazendo com que dessa vez escorra sangue pelo meu nariz.

— Para! Por favor!

— Seu irmão se apaixonou pela vadia da minha ex esposa. Ele entregou isso tudo aqui de bandeja pra ela, ele disse cada segredo desse lugar. Mas o problema é que agora alguém daqui caguetou a gente lá! E eu quase rodei.

— Eu juro que não tô sabendo de nada._digo já fechando os olhos e esperando um outro tapa. Mas dessa vez ele chega com o rosto mais perto do meu e posso sentir suas mãos pressionarem meu braço mais fortemente.

— Você não é a dona daqui? Você não está substituindo seu irmão?

— N...não._digo o encarando.

— Seja mulher! Assuma. Assuma com dignidade. Sua fraca.

Sou obrigada a me defender de seus braços dando -lhe um chute entre as pernas. O mesmo se encolhe e olha em meus olhos.

— O seu destino é o mesmo que do seu irmão.

— Não. Não vai ser! Porque eu nem sou louca de entregar a minha comunidade de bandeja por conta de o que julgam ser amor, que afinal, nem existe.

— Se eu ficar sabendo de novo que alguém daqui dedurou a gente, eu vou voltar.

— A gente não precisa da suas merdas. Aqui a gente faz o nosso sem prejudicar ninguém. Vaza. Vaza da minha área.

Ele solta um resmungo de dor, mas finalmente se afasta, me permitindo respirar aliviada. Ele me lança um olhar ameaçador antes de se afastar, recuando pelo beco escuro.

Fico ali, encostada na parede, recuperando o fôlego. Meu nariz ainda sangra, e minha bochecha lateja de dor pelos tapas que recebi. Mas uma coisa era certa: eu iria atrás de algumas respostas.

Apesar do medo que sentia, tinha orgulho da Rocinha e das pessoas que viviam ali. Não permitiria que estranhos a destruíssem com suas intrigas. Eu tinha um compromisso com minha família e amigos, e não iria traí-los.

Volto em direção ao barracão e Caim, Abel e Ratinho estavam arrumando as coisas que o cara acabará destruindo ou quebrando.

— Morena? Meu Deus!_Caim vem até mim e me abraça.

— Porque vocês não me avisaram?_digo em um tom ríspido.

— Não deu tempo. Ele chegou aqui muito rápido e ninguém o viu passar._diz Abel aparentemente assustado.

— Quero que dobra a guarda lá em baixo.

Subo as escadas do barracão com Caim e lavo meu rosto tirando todo aquele sangue.

— Tu vai correr atrás pra saber porque seu irmão tá na cadeia?_pergunta ele encostado na bancada.

— Vou. Eu só sei algumas coisas pela metade.

— Posso te contar o que sei.

O olho esperançosa e ele sorri pegando um algodão na gaveta e limpando alguns ferimentos na sombrancelha.

— Seu irmão cuidava de todos nós aqui com muita dignidade. Não deixava faltar nada! Corria atrás de tudo pras crianças, prós idosos.

Até que um dia ele conheceu uma mulher. Mal intencionada. Que comi você sabe é mulher desse cara que veio aqui hoje.

— Eles se apaixonaram mesmo?

— Seu irmão se apaixonou por ela. Ela estava com a intenção de roubar as coisas que ele vendia pra deixar lá pro marido aumentar os lucros. E foi isso que a maluca fez.

— E ele idiota nem percebeu que ela estava fazendo isso?

— Tava cego de amor, Morena!

— Que palhaço.

—Contou tudo pra ela. Cada detalhe, cada canto daqui. O dia que a polícia fez a batida, eles sabiam exatamente onde o ele estava.

— E o que aconteceu com ela?

— Antes disso acontecer ela roubou tudo que podia e desapareceu. Foi quando ele te trouxe aqui, e te mostrou tudo, e apresentou a gente e falou que queria que você continuasse as coisas que ele fazia e você negou.

— E ainda nego. Só fiz isso duas vezes e não quero mais._falo ficando de frente pra Caim.

— Ele já sabia que não ia dar bom, por isso te mostrou tudo. Ele sabia que ia rodar.

— Sim. Ele agiu muito estranho aquela noite antes de sair. Eu procurava o máximo ficar longe disso tudo. E olha onde estou?

— Em um banheiro comigo._diz ele rindo da situação.

Nós encaramos por alguns segundos e Caim me puxa para mais perto dele.

— Dói?_diz ele passando a mão no corte do lado da minha boca.

— Dói.

Nossos corpos se colam imediatamente e posso sentir sua respiração ofegante e seu cheiro de perfume misturado com cigarro bem próximo de mim. Imediatamente nossos lábios se tocam e nossas línguas também.

Ele me senta na bancada, ficando entre minhas pernas e de frente para mim. Com uma intensidade palpável, começa a explorar meu corpo. Seus lábios se encontram com os meus em beijos ardentes, enquanto suas mãos traçam um caminho de desejo por minha pele. A excitação se intensifica à medida que ele se inclina para beijar e chupar meus seios.

Sinto o calor do desejo nos olhos dele enquanto nos beijamos profundamente, nossos olhares se fundindo. Retiro sua blusa, revelando um torso esculpido que me faz querer e temer aquela conexão ardente.

Cada toque, cada beijo, é uma dança sensual de luxúria e anseio. Meus lábios encontram seu pescoço, onde deposito beijos famintos, revelando meu desejo conflitante. Apesar das dúvidas que ainda ecoavam em minha mente, me permito sucumbir à tentação, entregando-me a ele completamente.

Com um movimento decidido, nossas roupas caem ao chão, e ele me penetra com uma intensidade avassaladora, preenchendo cada espaço vazio com uma paixão que nos consome. Era uma fuga arrebatadora, uma união de corpos que transcende o desejo, levando-nos a um êxtase compartilhado.

Gemo suavemente em seu ouvido, sussurrando pedidos por mais. Beijo seu pescoço, marcando-o para que ele se lembre daquele momento. Eu desejava aquilo profundamente, queria sentir sua presença dentro de mim naquele instante. À medida que minhas pernas começam a fraquejar e percebo o sinal de que ele havia acabado de alcançar o clímax, paramos abruptamente o que estávamos fazendo e nos encaramos, ambos incrédulos com a intensidade da experiência.

Desço da bancada e visto meu short rapidamente. Caim faz o mesmo e, em seguida, pega meu rosto, beijando-me uma última vez antes de sairmos do banheiro.

Descemos as escadas e já esperávamos por algumas piadinhas. Abel nos olhos e começou a dar tapas na cabeça do irmão.

— Agora é sério._digo cortando aquele clima. _— Reforço lá em baixo. Só entra se vocês conhecerem ou realmente conhecer alguém aqui. E agora eu estou com minha determinação mais renovada. Vou fazer mais pela comunidade.

— É isso aí Morena!_diz Ratinho comemorando.

— Só não vou vender esses bagulhos de vocês. Não quero meu nome nisso.

— Isso a gente resolve._diz Caim enquanto acendia um cigarro.

— Obrigada por serem minha família!_digo sorrindo em aprovação.

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