[Bree]
Como combinado já estava na cafeteria esperando pela Carol. Oho no relogio enquanto ela se aproxima da mesa e se senta.
— Nem vem dizer que estou atrasada._diz ela colocando sua bolsa na cadeira.
— Apenas cinco minutos. Bom dia._levanto a mão chamando a garçonete para trazer um café.
— Preciso da sua ajuda.
— Lá vem. O que seria de mim sem você?
— Mesmo não aparentando, sei que você frequenta aqueles bailes da Rocinha, e conhece metade do pessoal de lá.
— E o que que tem?_diz ela um pouco assustada.
— Estou trabalhando em um marketing que envolve o ambiente de lá, e eu preciso muito desse conteúdo.
— Pessoal de lá não gosta de ser filmado Bree, isso é muito complicado. Você vai ter que falar com alguém responsável e já te digo que não vai ser nada fácil.
— Que palhaçada! A rua é publica, meu Deus!
Carol fecha o cenho e percebo que estava falando bobeira. O café chega e logo tomo um gole para pensar melhor.
— Tem um baile na sexta feira a noite. Se quiser ir, é só me mandar mensagem amiga.
— Com toda sinceridade, queria muito que o Carlos desistisse disso e eu não precisasse me dar o desprazer de ter que...me sujeitar a tudo isso.
— Te confesso que lá é um local que muitas pessoas precisam sim de ajuda, mas também devido as circunstâncias e o tempo, eles aprenderam a se virar muito bem.
Assinto com a cabeça e termino meu café. Carol logo pede licença pois precisava ir trabalhar. Ela era uma ótima amiga, e psicóloga renomada da região. Apesar de sua seriedade e profissionalismo adorava curtir festas e baladas de todos os modos possíveis sem deixar abalar sua carreira magnifica.
......................
Chego no escritório e vou até a sala de Carlos. Entro devagar para surpreende-ló e o mesmo se assusta ao me ver.
— Bree. Meu Deus. Você nem fez barulho, nem deu um alerta._diz ele fechando o notebook.
— Só passei pra lhe dar um beijo. Tenho muita coisa a fazer.
Ele se levanta e me abraça. Como eu amava esse homem.
Saio da sala dele e vou para a minha. Fecho a porta atrás de mim e sento na cadeira para organizar alguns papéis. Precisava fazer um plano de ação para a marca. De qualquer maneira precisava conhecer a Rocinha, e falar dela na campanha não seria fácil, e muito menos retratar de forma tão real o que se passa por lá. E além disso, tinha que achar uma garota propaganda.
Começo a ver no portifólio alguém que pudesse ser a cara dessa campanha, sem que eu precisar tirar qualquer morador de lá pra fazer umas fotos aqui. Tento me convencer que não seja preconceito da minha parte, mas sei que no fundo a minha concepção estava totalmente essa.

Estico o corpo enquanto levanto da cadeira. Abaixo a tela do notebook e vou até ao refeitório pegar um café. Micaela estava encostada na bancada e sorrio ao vê -la.
— Oi._digo.
— Oi Bree. Bom dia. Nem te vi chegar.
— Cheguei trabalhando. Me desculpa.
Ela sorri e me segura na cadeira como se não estivesse muito bem.
— Micaela? Está tudo bem?_digo a segurando.
— Desculpa. Estou muito tonta ultimamente, mas estou bem. Preciso ir._ela volta pra sua mesa e acho tudo aquilo muito estranho, mas decido não me meter no momento.
O telefone toca e reviro os olhos ao ver no visor quem era.
— Boa tarde Senhor Pablo. Em que posso ajudar?
Pablo era o diretor da campanha, o mesmo que havia falado tantas coisas desnecessárias na mesa de reunião.
— Senhorita Bree. Boa tarde. Quero o esboço da campanha até segunda feira de manhã. Aguardo no meu e-mail. Passar bem.
Ele desliga me deixando completamente perplexa. Terei que correr com isso o mais rápido possível. Ainda bem que a Carol iria me ajudar.
Volto à minha mesa, ligando meu notebook e olhando para a tela em branco. A pressão estava começando a se acumular, e eu me sentia sobrecarregada com as expectativas de Pablo. Era uma coisa criar fotos inspiradoras, mas desenvolver uma campanha completa era um desafio completamente diferente.
Suspiro e envio uma mensagem para Carol, explicando a situação e pedindo sua ajuda novamente e confirmando nosso encontro amanhã para o baile. Não demora muito para ela responder, confirmando o que havíamos combinado.
Ccomeço a fazer anotações em meu caderno, esboçando algumas ideias para a campanha. A Rocinha tinha uma energia única, talvez um pouco tensa e fico tentando entender como iria capturar tudo isso em fotos.
O restante do dia é uma corrida contra o tempo. Meus dedos voam sobre o teclado enquanto começo a criar os primeiros rascunhos da campanha.
......................
Quando olho no relógio já era quase 21:00 horas. Havia saído daquele computador algumas vezes apenas para comer e ir ao banheiro. Carlos aparece na porta e bate antes de entrar.
— Você ficou o dia todo aqui amor._diz ele se aproximando de mim.
— Desculpa amor. Pablo ligou e pediu para que eu entregasse essa campanha pra ele até segunda -feira. Estou nervosa.
— Eu sei que você é capaz. E vai fazer o melhor! _diz ele depositando um beijo em minha testa.
— Obrigada._sorrio olhando em seus olhos.
— Agora desliga esse computador e vamos logo pra casa. Podemos pedir comida japonesa, o que acha?
— Tudo bem.
Desligo o computador e arrumo minhas coisas enquanto Carlos me observa. Ele sempre foi a minha âncora, alguém que me ajuda a manter a calma e a perspectiva mesmo nas situações mais desafiadoras. Nossa relação era sólida, construída sobre respeito mútuo e amor, mesmo que houvesse vezes em que nossos interesses e mundos parecessem diferentes.
Enquanto caminhamos até o carro de mãos dadas, Carlos me pergunta sobre o dia, genuinamente interessado em como foi minha conversa com Pablo e os progressos na campanha. Conto a ele sobre as ideias que tive e o quão constrangedor e sem educação Pablo foi comigo.
Durante o trajeto de volta para casa, a sensação de cansaço finalmente começa a me atingir. A perspectiva de pedir comida japonesa e relaxar no sofá parece irresistível. Enquanto esperamos o pedido chegar, nos sentamos juntos, conversando sobre coisas mais leves, compartilhando risadas e abraços.
À medida que a noite avança, a tensão do dia começa a se dissipar lentamente. A presença de Carlos é tranquilizadora, e o fato de ele acreditar em mim e no que sou capaz de fazer me dá uma dose extra de confiança. Enquanto compartilhamos o jantar, sinto um senso de gratidão profunda por ter alguém tão incrível ao meu lado.
Após a refeição, nos acomodamos no sofá, abraçados e assistindo a um filme. Eu estava cansada, mas feliz por finalmente ter um momento para relaxar e recarregar. Enquanto o filme avança, sinto a presença reconfortante de Carlos, e percebo que, independentemente dos desafios que enfrentamos, estamos juntos nisso. E com o apoio dele, tenho a confiança de que podemos superar qualquer obstáculo.
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Atualizado até capítulo 52
Comments
Joelma de Lima Medeiros
fotos ?
2024-09-13
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