Discussão sonhadora

Saímos da mansão e fomos até o apartamento do Nícolas para trocar e pegar nossas malas, das quais não faço ideia de quem tenha feito. Descemos e fomos direto para o aeroporto. Nícolas não quer me dizer para onde vamos, o que está me deixando muito brava. Acredita que a ideia de não me contar partiu da Sofia e do Pai? Aff, decidi ficar quieta e deixar que ele me leve para sei lá onde. Nícolas seguiu para fazer o check-in enquanto eu esperava sentada em um banco. O que foi? Esse casamento foi cansativo. Fiquei olhando para o nada até que meus olhos foram ficando pesados, e quando estava quase fechando os olhos, Nícolas chegou.

— Vamos? Nosso voo está prestes a sair. — Falou ele.

— Ok, mas sério, você não vai mesmo falar onde vamos? — Perguntei com uma ponta de esperança.

— Camille Cooper Grey, não tente, não vou falar. — Falou ele me provocando.

— Affs. — Respondi e saí pisando duro, ouvindo-o soltar uma risadinha.

Nesse mês em que conheci Nícolas, ele tem sido bem legal às vezes, apesar da sua chatice. Mas é melhor ele nem saber que eu falei isso, senão ele vai se gabar pelo resto da vida. E eu não estou exagerando, não. Entramos no avião, que por sinal é muito chique. Acho que é particular, vai saber... Nos acomodamos na poltrona. Não me surpreendo que estejamos na primeira classe. Fico olhando para cima até que viro o olhar para Nícolas com um olhar suplicante.

— Camille, nem adianta, eu não vou falar para onde vamos. — Falou ele mexendo em seu tablet.

— Affs. — Virei-me e decidi por mim mesma que, quem sabe, para o mundo, o tempo passa mais rápido. Cara, ele precisa entender que sou muito curiosa.

Fiquei olhando para o nada até adormecer... Acordei em uma cama. Espera, cama? Bati meu braço do lado até sentir algo duro. Ai meu Deus, que não seja o que estou pensando. Por favor, não faz isso comigo. Fui tão boazinha, ou quase boazinha.

— Não posso dormir por um minuto e você já abusa de mim? — Falou ele com um sorriso divertido no rosto.

— Nicolas? — Chamei o mesmo.

— Vai dizer que me ama, é isso? — Perguntou ele com seu sarcasmo, que ultimamente estou odiando.

— Vai a merda. — Falei pausadamente, virei-me na cama e já estava fechando os olhos quando lembrei.

— Nicolas?

— O que vai dizer? Que me ama? — Falou ele com sarcasmo.

— Affs, o que eu estou fazendo aqui? — Perguntei.

— Ué, você está aqui indo para a sua "lua de mel". — Falou ele, fazendo aspas com os dedos.

— Affs, eu sei, né? Seu retardado.

— Ué, então por que pergunta? — Falou ele, fingindo-se de desentendido.

— Não finja ser desentendido. Sei que sabe do que estou falando. — Falei rispidamente.

— Ok, você dormiu e eu te trouxe para cá. Pronto, satisfeita? — Perguntou com cara de tédio.

— Sim, super. — Falei e fiquei olhando para o nada, até que lembrei de outra coisa.

— Nicolas?

— Affs, o que, Camille? — Perguntou já frustrado.

— Por que você está aqui, na mesma cama que eu, e ainda está me abraçando? — Perguntei com um sorrisinho de vitória no rosto, porque sei que antes ele estava bravo, já que fiquei chamando ele.

— É... É isso, Camille. Quer saber mesmo? — Perguntou ele, mais frustrado.

— Quero, fala. — Falei olhando para ele. Ele respirou fundo, depois ficou um tempo quieto, como se estivesse pensando.

— Quer saber mesmo? — Perguntou com um sorriso cínico no rosto. — Vai dormir, já é tarde.

— Affs, chato. — Falei e virei as costas para ele.

— Marrenta. — Falou ele quase inaudível, mas eu escutei. Isso quer dizer que ele estava quase dormindo. Ele colocou o braço na minha cintura e dormiu. Tentei tirar, mas não consegui, pois o braço dele era muito pesado. Acabei dormindo em seus braços. Estranho, não?

Acordei com alguém me chamando. Uma coisa que odeio é ser acordada, mas o que odeio ainda mais é ser acordada de um sonho. Cara, estava sonhando com vários deuses gregos em uma disputa para me conquistar. Imagina Ian Somerhalder, Grant Gustin, Zac Efron e outros. Quando finalmente ia saber com quem ficaria, meu lindo e maravilhoso marido me acorda. Sinto a ironia, affs.

— Camille, acorda pelo amor de Deus. Já estamos quase pousando. — Falou Nicolas, me sacudindo.

— O que foi, filho do capiroto? Já acordei. — Falei com muita raiva.

— Finalmente. Estava há quase 2 horas tentando te acordar. — Exagerado, nem um pouco, né? Olhei para ele com cara de tédio.

— Nossa, quanto drama. Parece até aquelas novelas mexicanas. — Falei entediada.

— Acabei de lembrar, com quem você estava sonhando para ter esse sorrisinho bobo no rosto? — Perguntou, com os braços cruzados. Ele sério fica tão fofo que dá vontade de apertar as bochechas dele.

— Bom, se eu te contar, você não vai gostar. — Falei, levantando-me para trocar de roupa, deixando-o com uma expressão nada boa.

— Camille, pode me contar agora. Quero saber com quem ou sobre o que você estava sonhando. — Falou alto, batendo na porta do banheiro.

— Eu não vou contar, porque você não me contou para onde estamos indo. — Falei.

— Eu conto se você contar primeiro. — Affs, ele acha que sou tão idiota assim.

— Meu querido, você acha mesmo que vou cair nessa? — Falei, saindo do banheiro e olhando para ele com ironia.

— Bom, eu achava. — Falou, e dei um tapa no braço dele que acho que nem cosquinha fez. Saí na frente dele e fui me sentar para esperar o avião pousar. Ele também fez o mesmo, mas ficou me encarando com a sobrancelha arqueada.

— O que foi? — Perguntei.

— Nada. — Falou, ainda me encarando.

Esperei o avião pousar por mais alguns minutos. Assim que pousou, descemos. Quando olhei ao redor, não acreditei no que estava vendo.

— Gostou? — Perguntou Nicolas, atrás de mim.

— Sim. — Falei, admirando o lugar onde estávamos. — Isso é melhor do que sonhar com Ian Somerhalder, Grant Gustin, Zac Efron. — Soltei sem querer.

— VOCÊ O QUÊ? — Perguntou ele, gritando. Nossa, ele estava bravo.

Ai Deus, estou ferrada. Mas eu não tive culpa.

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