Naquela noite, Marlon tentou falar com Beatriz, mas as mensagens não chegavam e nem as chamadas eram concluídas.
Isso o deixou furioso, começou a imaginar várias coisas, talvez Beatriz estivesse o traindo, ou ela tivesse saído escondida sem que ele soubesse.
Tomado por total descontrole, ele pegou o carro e deu várias voltas em frente à casa de Beatriz na esperança de vê-la. Por fim, ligou para Júlia.
— Alô?
— Júlia, sou eu, Marlon.
— Marlon? O que você quer?
— Júlia, não estou conseguindo falar com Beatriz.
— Olha, Marlon, faz algumas horas que eu não estou conseguindo contato com ela também… — Júlia começou a dizer.
— Júlia, por favor, não complica! Você é amiga dela, fala logo onde ela está. — Marlon interrompeu desconfiando que Júlia soubesse de algo.
— Eu realmente não sei! E não me ligue mais, Beatriz não gosta.
— Júlia, por favor! Vá até a casa dela, deve ter acontecido alguma coisa. — Marlon argumentou.
— Que saco… tá bom, Marlon! Darei um pulo lá.
Júlia desligou o celular e foi até a casa de Beatriz. Chamou várias vezes antes de ser atendida. Prestes a desistir, a mãe de Beatriz lhe atendeu.
— Oi, Júlia!
— Tia Rosa, não estou conseguindo falar com a Bia.
— Você sabia dela e do Marlon? — Rosa interroga sem rodeios.
A pergunta pegou Júlia de surpresa. Percebendo que negar ficaria óbvio, ela tentou suavizar.
— Parece não haver nada sério entre eles… Marlon é um cara legal.
— Envolvimento com drogas não é coisa de um cara legal, Júlia.
— Drogas? — Fingindo surpresa — Não sabíamos disso.
Rosa não tinha certeza se Júlia e Beatriz, de fato, não conheciam o envolvimento de Marlon com o crime, ou se só tinham a intenção de enganá-la.
— Espero que seja verdade, Júlia! Pode ir falar com Beatriz. Só não quero que você sirva de pombo-correio entre ela e aquele delinquente. Não gostaria de proibir vocês de se verem.
Júlia estava incomodada e sem jeito com a situação, mas achou engraçado ouvir aquela expressão “pombo-correio”.
Pensou: Ninguém mais fala isso, nem mesmo a minha avó! Disfarçando a vontade de rir, em silêncio, passa por Rosa em direção ao quarto de Beatriz. Logo que chegou, estranhou o quarto sem porta.
Beatriz estava deitada, aparentemente dormindo.
— Bia? — Júlia chamou se sentando na cama.
Beatriz se virou e se sentou, ficou feliz com a presença da amiga.
— Júlia, você não imagina, minha mãe descobriu tudo. — Falou Beatriz agitada.
— Eu sei, sua mãe falou comigo lá embaixo. Eu disse que nós não sabíamos de nada.
— Eu desmenti! O que eles têm são boatos, não admitirei nunca. — Beatriz falava com a voz embargada.
Beatriz lhe contou todo o ocorrido, desdo confronto até a parte da porta e do celular. Júlia segurou a mão da amiga na tentativa de consolá-la.
Embora Beatriz estivesse disposta a defender Marlon, ela e Júlia sabiam que os boatos eram verdadeiros.
— Bia, Marlon pediu que eu viesse…
— SHHH! Tá doida? Se meus pais ouvirem esse nome, sou uma pessoa morta. — Disse Beatriz olhando para porta apreensiva.
— Verdade, esqueci! — continua Júlia — Então… ele tentou falar com você e não conseguiu…
— Júlia, me empresta o seu celular para eu falar com ele? — Beatriz interrompe.
— Tá! Mas seja rápida. Sua mãe já chamou minha atenção sobre isso.
Foi assim que Beatriz conseguiu se comunicar com Marlon novamente, após ter seu celular destruído devido à briga com seus pais. Júlia era a ponte entre Beatriz e Marlon.
____________________
Marlon estava feliz em ouvir a voz de Beatriz novamente. Ele aproveitava a oportunidade para destacar as incompreensões de seus pais e prometer ser o porto seguro de Beatriz.
— Princesa, eu sinto tanto por isso. — Marlon dizia, com a voz carinhosa. — Seus pais não te entendem. Eles só querem te controlar e te afastar de mim.
— Eu sei, Marlon! — Beatriz respondia, com uma voz emocionada.
— Eu te amo, Bia, você é a minha vida! — Marlon continuava, aumentando a intensidade de suas palavras. — Eu faria qualquer coisa por você, qualquer coisa mesmo.
— Eu também te amo! — Beatriz repetia, se deixando levar pelo discurso de Marlon.
— Então me prometa uma coisa, princesa? Prometa que nunca vai me deixar, me prometa que você fugirá comigo, que você será minha para sempre?
Beatriz hesitou. Ela sabia que aquilo era uma loucura, que seus pais nunca aceitariam aquela ideia. Mas ela também queria ficar com Marlon a qualquer custo.
— Eu… prometo! — Beatriz fala com a voz insegura — Vou ser sua para sempre.
Marlon sorriu do outro lado da linha. Ele havia conseguido o que queria: convencer Beatriz a fugir com ele. Ela era sua propriedade, não aceitaria perdê-la.
— Ótimo, princesa, ótimo! Resolverei tudo para a gente. Vou te fazer feliz!
Eles desligaram o telefone e se despediram com beijos e juras eternas de amor.
Beatriz sentiu um frio na barriga e uma sensação de culpa e medo ao pensar no que acabou de prometer. Ela, no fundo, sabia que aquela não era uma boa escolha.
____________________
Júlia percebeu que Beatriz estava estranha, impactada com alguma coisa. Aquele semblante de sua amiga a deixou preocupada, tinha certeza que coisa boa não seria.
— E então? O que ele disse? — Júlia perguntou.
— Ele disse que me ama e que quer fugir comigo. — Beatriz respondeu nervosa.
— E você aceitou?
— Sim, eu aceitei.
— Você está louca, Beatriz? Você sabe o que isso significa, não sabe? — Júlia questionou, transtornada e incrédula.
— Claro que sei, Júlia. Significa que serei feliz com ele. — Beatriz disse levantando o rosto em sinal de determinação.
— Mas, e seus pais? Seus estudos? Você deixará tudo para trás? — Júlia rebateu se sentindo desesperada.
— Sim, eu vou! Eu não me importo com nada disso! Eles estão me privando do homem que eu amo.
Os olhos de Júlia estavam arregalados, e enquanto ouvia as últimas palavras de Beatriz, balançava a cabeça em descrença, incapaz de falar.
Estava se sentindo esquisita, sentia uma mistura de culpa, medo e impotência. Ela desejava não estar envolvida na história, pensava consigo se deveria tomar alguma atitude, ou continuar nos bastidores.
Com a cabeça confusa, buscava desesperadamente uma forma de ajudar sua amiga.
____________________
Beatriz fez um pacto com Marlon, sem saber das consequências que aquela decisão traria para sua vida.
Ela não fazia ideia, mas aquela promessa originaria a sua sentença.
Será que o plano audacioso de Beatriz e Marlon daria certo?
E quanto a Júlia, seria a voz contra o silêncio da omissão, ou apenas uma espectadora assistindo à queda de sua amiga?
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 40
Comments
Giselda Wolmann Leão
Beatriz merece sofrer porque filha que não ouve os pais e se torna rebelde sem causa e revoltada e agressiva com aqueles que só deram amor e tudo na vida agora ela vai ver que tinha pais maravilhoso e uma família linda que a amava mais que tudo quando o Marlon tiver colocando todas as amantes dentro de casa a humilhando e sendo agressivo e apanhando ela que tanto humilhou a mãe agora ela vai conhecer o inferno de perto se ainda não virar mula traficando
2024-01-28
1
Andrógeno
Bitch, bitch... mil vezes bitch.
Ela daqui uns dias, pode anotar →🐼
2023-11-25
1
Andrógeno
oi?oi?/Skull/⚰️
2023-11-25
1