“Segundo o dicionário, POSSESSÃO significa: 1. Posse, domínio / 2. Algo que se possui; coisa possuída.”
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Já haviam passado dois meses desde que Beatriz e Marlon se conheceram. Durante esse período, eles mantiveram o relacionamento sem que os pais de Beatriz soubessem.
Os encontros ocorriam nas madrugadas, quando ela saía escondida, ou durante o dia, quando ela faltava às aulas.
Beatriz também começou a frequentar festas, os seus pais passou a confiar que ela dormisse com mais frequência na casa da Júlia, e utilizando como desculpa, Beatriz e Júlia acompanhavam Marlon e Iago nestas noitadas regadas a álcool.
Embora Beatriz fosse uma boa aluna, o seu desempenho escolar começou a declinar devido às noites mal dormidas e às escapadas com Marlon. Também se distanciava dos seus pais e reagia na ofensiva, quando interrogada ou cobrada por suas atitudes.
SÁBADO À TARDE
O celular de Beatriz tocou e ela observou o nome de Marlon na tela, sentiu o seu coração acelerar.
— Bia, quero te ver, princesa.
— Hoje estou desanimada para ir à festa, preciso estudar algumas coisas também.
— Calma, não é isso. Tenho uma surpresa, tem que me encontrar.
— Que surpresa?
— Não posso te contar por aqui. É algo especial, só para nós dois.
Beatriz começou a se sentir ansiosa e curiosa… “O que ele estaria planejando? Seria algo romântico? Perigoso?”
— Tudo bem… Vamos nos ver!
— Assim que os seus pais forem dormir, me encontre na rua ao lado. — Marlon se despede.
Beatriz suspirou, olhou para os livros espalhados e sentiu uma ponta de culpa por negligenciar os estudos. Mas, deixou isso de lado, só queria pensar no seu encontro.
23h30 — BEATRIZ SAI DE CASA
Após ter a certeza que os seus pais já estava dormido de fato, ela sai pela porta da casa cuidadosamente.
Vestia um short jeans e uma blusa amarela de alcinha fina, que realçava a sua beleza jovem e exuberante.
Era um bairro de comunidade, cheio de botecos e crianças correndo. Apesar do horário avançado, diferente dos outros bairros, havia pessoas circulando entre as ruas.
Eles sempre marcavam de se encontrar no mesmo lugar, numa rua paralela à casa de Beatriz. Nesta rua, havia um bar frequentado quase que exclusivamente por homens.
Marlon era conhecido dos frequentadores, inclusive, ele quem comandava a distribuição de materiais ilícitos naquela área.
Marlon parou o carro em frente ao bar, buzinando e cumprindo todos. Em seguida, estacionou alguns metros à frente e esperou por Beatriz no veículo, ansioso para encontrá-la. Ele gostava dela, mas também tinha outros planos, sabendo que poderia manipulá-la como quisesse.
Sorrindo maliciosamente, acendeu um cigarro enquanto ouvia o som do carro tocar:
^^^🎶“Oitavo anjo do Apocalipse / Tenebroso como um eclipse / É, seu pesadelo tá de volta / No puro ódio, cheio de revolta…” (509-E, 2000).^^^
Beatriz apontou no começo da rua e Marlon viu através do retrovisor. Ao passar em frente ao bar, houve uma agitação, com assobios e elogios dirigidos a ela.
— Que gata! — Um deles disse.
— Vem cá, linda! — Outro gritou.
— Essa é a namorada do Marlon? — Um terceiro perguntou.
Em meio as vozes, a de Thiago se destacou. Eles tiveram um breve envolvimento no passado.
— Beatriz! Acertou na loteria? — Thiago cumprimentou em alto e bom som, tentando impressionar seus amigos do bar.
Beatriz reconheceu a voz de Thiago e retribuiu acenando e sorrindo, mas, sem parar durante a interação, ela queria chegar logo em seu encontro.
Os olhos profundos de Marlon e o seu sorriso confiante era um convite, fazendo-a desejar percorrer os trilhos sedutores e incertos daquele relacionamento.
Era do seu conhecimento que Marlon representava a oportunidade de experimentar algo diferente, algo que a tirasse daquela vidinha previsível.
Beatriz entrou no carro e o beijou, mas Marlon não retribuiu o gesto, permanecendo imóvel e estranho.
Percebendo a sua frieza, Beatriz não hesitou: — Por que essa cara? Nem parece que queria me ver.
Uma mistura de raiva e ciúmes fez os olhos de Marlon brilharem.
Agarrando o braço de Beatriz com força, ele respondeu: — Você é minha, Beatriz!
— Me solta! Por que você está falando assim? — Apavorada, Beatriz conseguiu retirar seu braço das mãos de Marlon.
— Tenho uma reputação. Fica de sorrisinhos para qualquer um e depois aparece comigo por aí… Quer me tirar como otário?
— Ah!? O Thiago? Foi só um “oi”. Desculpa, pegarei mais leve. — Beatriz sentindo-se valorizada.
Marlon ficou em silêncio. Ligou o carro e arrancou com o veículo, acelerando e cantando pneus.
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Foi a primeira vez que ele a levou para sua casa. A casa não era grande, possuía apenas um quarto. Mas, era confortável e bem mobiliada.
Beatriz ficou surpresa pela organização e limpeza, deixando a desejar apenas pelos cinzeiros cheios de cinzas e pontas de cigarros.
A varanda da casa oferecia uma vista ampla da rua, um local onde Marlon gostava de passar horas observando o movimento.
Olhar a vista da varando foi a primeira coisa que Beatriz fez quando chegou. Beatriz sentiu um vento gelado cortar a pele, fazendo-a encolher os braços na tentativa de se aquecer enquanto observava ao redor.
Marlon, por sua vez, estava hipnotizado por Beatriz. Cada detalhe dela o fascinava: os cabelos claros e ondulados que caíam sobre os ombros, os olhos cor de mel e a boca pequena e bem desenhada que o convidava para beijos apaixonados.
Nesse momento, ele experimentou uma vulnerabilidade que não estava acostumada a sentir. Marlon sempre viveu na solidão e na sensação de abandono, mas a ideia de perdê-la o desesperou.
Foi nesse instante que ele se deu conta de que a amava, do jeito dele, mas ainda assim a amava.
Marlon se aproximou de Beatriz e a envolveu num abraço reconfortante e apertado, como se quisesse arrancá-la do mundo lá fora.
— Você está pronta para ser minha? — Sussurrou ele, os seus lábios tocando levemente a sua orelha.
Beatriz, com um sorriso tímido e um certo nervosismo, balançou a cabeça afirmativamente, entendendo o que ele queria dizer.
Marlon segurou as suas mãos e a conduziu para o quarto, onde tiveram a sua primeira noite de intimidade.
Estavam deitados, com a luz suave criando um ambiente íntimo e acolhedor. Marlon, busca algo em seus bolsos, até encontrar uma caixinha. Com um gesto levemente retraído, ele entregou nas mãos de Beatriz, que a segurou com um sorriso.
Ao abri-la, ela encontrou dois anéis de prata delicadamente trabalhados. Colocando um dos anéis, ela olhou para Marlon e perguntou:
— O que esses anéis representam?
Marlon, também colocando o anel em seu dedo, respondeu:
— Que você é minha princesa.
De repente, o celular de Marlon começou tocar. Ele verifica o número e atende a chamada: — Fala, qual é?
A voz do outro lado era masculina e parecia nervosa e agitada. Beatriz não conseguiu ouvir as palavras exatas, mas percebeu a irritação de Marlon durante a chamada.
Estava curiosa e tentava perguntar entre os lábios quem estava ligando, mas Marlon apenas fez gestos para ela ficar quieta.
No entanto, ela continuou insistindo, queria saber quem estava do outro lado da linha.
Marlon desliga a chamada e olha para Beatriz com um olhar ameaçador.
— Nunca faça perguntas sobre meus lances. Entendeu? — disse ele, sua voz carregada de raiva.
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***Marlon acreditava que “amava” Beatriz\, mas o que ele sentia era uma possessão doentia.
Ela teria mais sorte se ele nem soubesse seu nome\, pois despertar emoções em Marlon era no mínimo perigoso***.
...Quem será do outro lado da linha? Talvez ele nunca permita descobrir....
...E o que será que aconteceu depois dessa ligação?...
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Atualizado até capítulo 40
Comments
Melina Mello
Claro, porque se fosse amor ele ia deixar ela estudar e ser livre pra ser ela
2023-12-05
1
Andrógeno
Não conhecia a música, agora estou viciado.
Odeio quando fico OBSESSIVO! ( Outra coincidência 💭🤔)
2023-11-19
1
Andrógeno
Po uma fração de segundo, pensei estar a ter um dejavu.^^
Mas foi apenas uma das coincidências da vida! A cena assemelha-se muito com a rotina de algumas senhoritas aqui da minha cidade🔞👯 🤦🏻♂️🤷🏻♂️
2023-11-19
3