As palavras de Marlon tocaram o coração de Beatriz, mesmo que seu orgulho ainda lutasse para manter as defesas, ela não podia negar a atração que sentia, então ela cede.
— Tá bom, Marlon. Mas isso não quer dizer que está tudo perdoado. — Disse Beatriz encerrando a chamada.
Beatriz, notou várias mensagens enviadas pela Júlia, mas estava cansada demais para responder.
Deixando o celular de lado, deitou na cama pensativa: “Devia deixá-lo, mas não suporto perdê-lo”.
Os primeiros raios de sol já despontavam no céu, só então, sem se dar conta, Beatriz adormeceu.
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Já passava do meio-dia quando Beatriz acordou com sua mãe batendo à porta do quarto.
— Bia, está hibernando? Levante-se dessa cama! A Júlia está lá na sala, veio te ver.
— Tá, mãe! Diga a ela que já estou indo.
Beatriz mal abriu os olhos, já pegou o celular, esperando ver alguma mensagem ou ligação de Marlon.
No entanto, ficou desapontada ao encontrar a sua caixa de entrada vazia. Parecia que seu coração tinha sido apunhalado.
Primeiro, Marlon a tratou com rispidez, depois implorou para que ela não o abandonasse. Agora, ele simplesmente desapareceu, não dizendo mais nada.
Beatriz era orgulhosa e estava acostumada a ter suas vontades atendidas. Desta vez, ela não queria ser a primeira a ceder. Pensou: “Eu também não vou mandar mensagem. Ele deve estar mal-acostumado”.
Sonolenta, ela se levantou, escovou os dentes, lavou o rosto e desceu para encontrar sua amiga. No meio das escadas, chamou a Júlia, pedindo que ela subisse ao seu quarto.
Júlia estava preocupada, pois, Beatriz não havia respondido suas mensagens e também estava ansiosa para ouvir como havia sido o encontro com Marlon.
Beatriz confiava em Júlia e não hesitou em contar todos os detalhes do encontro. Falou da surpresa do anel, a ligação misteriosa que Marlon recebeu e a briga que ocorreu quando ela questionou quem estava do outro lado da linha.
Júlia ficou indignada e franziu a testa.
— Ele não pode te tratar assim, Bia! E outra, você não é tão inocente nessa história, não é difícil imaginar o que estava acontecendo nessa ligação.
— Eu sei, Júlia. Ele não é perfeito, fiquei chateada, mas… é complicado, entende? Gosto dele.
— Bia, desde o início, eu te avisei sobre o tipo de pessoa que ele é. Você está se rebaixando. No fundo, eu acho que ele não se importa tanto com você.
— Que chatice, Júlia! É muito fácil julgar, você nunca foi assim. Talvez ele esteja passando por algo que eu não saiba, ele não é apenas momentos ruins, tenho momentos felizes ao lado dele também, sabia? — Beatriz respondeu na defensiva.
— “Cara”, só quero o melhor para você. O que você decidiu fazer com ele?
— Eu vou falar com ele depois e ver se consegue se explicar melhor. Talvez possamos nos… Júlia? Estou falando sozinha? Aposto que é o grude do Iago!
Enquanto Beatriz falava, Júlia se distraía olhando para o celular. Ela levou um susto quando Beatriz chamou sua atenção.
— Hein… não, estou te ouvindo, sim, Beatriz. Não era nada, esqueci… me devolve o celular! — Júlia disse, surpreendida, quando Beatriz pegou o celular de sua mão.
Beatriz, achando graça, se trancou no banheiro do quarto com o celular de sua amiga. Ela queria saber o que estava deixando Júlia tão distraída.
— Amiga, vamos ver se não é o Iago mesmo. — Disse Beatriz, rindo enquanto examinava o celular.
Júlia entrou em pânico, batendo na porta e gritando: “Devolve, Beatriz! Isso é desrespeito! Está sendo ridícula!”
Você já ouviu falar na expressão “parecia que o tempo parou?” Bem, foi exatamente assim que Beatriz se sentiu naquele momento. Era evidente que não era Iago quem estava enviando mensagens, mas sim Marlon, o homem que ocupava seus pensamentos.
Parte do dia já havia passado, e apesar de terem compartilhado um momento íntimo e também terem brigado, Marlon não entrou em contato com ela.
No entanto, ele enviou mensagens para Júlia, o que a deixou ainda mais irritada. Estava lá um “Bom dia, linda!”
Correu o rolo das mensagens, mas só havia aquela mensagem, ao que tudo indicava foram apagadas. Beatriz, de dormente, passa a raivosa.
Abre a porta do banheiro e devolve o celular. Então, ela senta-se na cama, olhando fixamente para Júlia.
— Sem mentiras, sua falsa! Como você conseguiu o número do telefone dele?
Júlia conhecia Beatriz o suficiente para saber da devastação que a raiva dela podia causar, mas também não ficava atrás quando se tratava de defender-se. Sem gaguejar, ela explicou como conseguiu o número de Marlon.
— Bia, primeiro, baixe o tom. Não tenho medo de você e não mereço ser injustiçada. Marlon entrou em contato com o Iago para pedir meu número…
— Mas, por que ele fez isso? — Beatriz interrompeu Júlia.
— Calma, deixa eu explicar! Ele queria minha ajuda para escolher o anel, ele precisava saber o tamanho do seu dedo e seu gosto.
— Por que você não me disse, então, Júlia?
— Gente, não é obvio, Beatriz? Era uma surpresa! Como sei que você podia mexer no meu celular, eu preferi apagar as mensagens, para não estragar a surpresa.
— Tem certeza? E, por que ele mandou “bom dia”? — Beatriz perguntou desconfiada.
— Lógico que tenho certeza, garota! Eu jamais estragaria nossa amizade por homem. E o “bom dia” eu não sei, talvez quisesse agradecer, sei lá! — Júlia respondeu, magoada.
Beatriz percebeu que talvez tenha sido injusta com sua amiga e sentiu remorso. Não estava totalmente
confortável com o ocorrido, mas acusá-la sem prova não era certo.
— Desculpe, Júlia. Eu não deveria ter falado assim com você.
— Tá! Espero que modere da próxima. Faz anos que eu te conheço, sempre confiamos uma na outra.
Apesar de se entenderem, ficou um clima estranho. Era evidente que Beatriz estava confusa e magoada, mas também determinada a não desistir de Marlon.
Júlia sabia que não adiantaria argumentar.
— Eu só espero que esteja fazendo a escolha certa. Conte comigo, independentemente de qualquer coisa. — Disse Júlia.
— Obrigada! Isso significa muito. — Beatriz respondeu, olhando para o chão.
— Vou nessa! Depois nos falamos! — Disse Júlia, indo embora sem esperar pela resposta de Beatriz.
Após a partida de Júlia, Beatriz ficou imersa em pensamentos. Confiava na Júlia, no entanto, um sentimento de ciúmes se insinuava.
Era desconcertante que Júlia tivesse recebido mensagens de Marlon enquanto ela não havia recebido nenhuma.
Beatriz pensou sobre as explicações fornecidas por Júlia, e fazia sentido.
Marlon estava tentando comprar um anel para ela, o que justificaria o pedido de seu tamanho de dedo e suas preferências para alguém próximo.
Ainda assim, aquela mensagem “Bom dia, linda”, continuou martelando em sua mente, deixando-a intrigada e insegura.
Sentiu que talvez fosse hora de confrontar Marlon e obter algumas respostas. Ela tinha o direito de buscar clareza e compreensão.
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Enquanto Beatriz refletia sobre o próximo passo em sua relação a Marlon, três questões rondam a sua mente sem lhe dar sossego:
1. O que estava por trás da mensagem de Marlon para Júlia?
2. Por que ele havia sumido de repente?
3. O que aquele anel realmente representava?
Beatriz precisava descobrir aquelas respostas!
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Atualizado até capítulo 40
Comments
Giselda Wolmann Leão
Beatriz e burra se o cará e traficante o telefonema era de algum comparsa da droga. O anel ele deu para marcar território pois disse que ela era só dele se ele não está ficando com as duas foi para amiga ajudar no anel
2024-01-28
1
Shirlei
Ele deve estar ficando com as duas…
2023-12-24
1
Submundo Melancólico
pegar meu celular da merda
2023-09-10
3